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Viagem dos sonhos na boleia do Mercedes-Benz Actros 2651 de 510 cv

Norton Luiz
Editor de Veículos

Filho de caminhoneiro, sempre gostei dos brutos das estradas. E olha que nos tempos em que aprendi a gostar, caminhões não eram nem de longe o que são hoje: fortes, potentes, confortáveis e tecnológicos. Não guardavam semelhanças em nada com o que vemos atualmente cortando o Brasil. Lembro de caminhões de bicos finos e compridos e de motores a diesel que tinham torque, mas potência não entrava na pauta dos desenvolvimentos.

O câmbio era tão seco que dificilmente engatava-se uma marcha sem dar a tradicional arranhada e o acionamento da embreagem era um exercício de musculação da perna esquerda, de tão pesada. E o conforto? Esquece, meu caro leitor. Rusticidade pura em todos os detalhes. Era o que tinha para a época e naquele espectro de realidade a vida seguia conforme o seu tempo e dentro das condições do seu estágio de desenvolvimento para o mundo dos caminhões da época.

Os tempos passaram, meu velho pai se foi, o mundo se modernizou a ponto de nos colocar diante de uma nova ferramenta tecnológica a todo instante e os caminhões evoluíram juntos. E quanta evolução! As cabines viraram um confortável “living room”, conjugado com um “bedroom” e “workplace” e fazem com que os dias de estradas (estradas?), no vai e vem do transporte de riquezas, se tornem menos cansativos e estressantes para os motoristas.

Caminhoneiros

Fiz esse preâmbulo apenas para poder entrar na realidade moderna que norteia a vida dos caminhoneiros da atualidade. O nome raiz da profissão não altera o resultado final de apresentação de uma classe que trabalha muito cortando estradas de norte a sul e leste a oeste e vice e versa. Se bem que, como brasileiro tem o hábito de americanizar nomes, como fiz no parágrafo anterior, chamá-los de truck drive não seria exagero. Besteira isso. Fica caminhoneiros mesmo. É da origem.

Busquei lembranças do passado e fixei meu pensamento, não sei por qual ou quais razões, na data de 17 de junho de 77. Penso que pela aproximação do Natal, que envolve sentimentos familiares. É a data de morte do meu pai Celso. Às 5h30 da manhã chega a notícia da sua morte, vítima de um acidente de trânsito, em Taguatinga, no Distrito Federal. Ele dirigia um Mercedes-Benz 1113, modelo que se tornou ícone e foi o mais vendido da marca. No dia do acidente meu pai transportava botijões de gás e chocou-se com um caminhão carreado de areia. Eu, aos 15 anos, ainda adolescente.

Então, bateu em mim a vontade de conhecer melhor a modernidade de dentro da boleia de um caminhão, mas em longo trecho de rodovia. O passado, nos meus quinze anos, já tinha vivido e experimentado em viagens com meu pai. Meu alvo agora era o de conhecer logo o que eu via como um belo caminhão, de aparência forte e robusta, recheado de tecnologia e bruto no motor de 510 cv.

Referências sobre o Actros

Sempre mirei o Actros com bons olhos e pelas referências obtidas. Falei da minha expectativa com o Assessor de Imprensa da Mercedes-Benz, Valter Oliveira, apontando para o modelo extrapesado Actros 2651 Megaspace Segurança. A resposta do Valter, sempre atencioso, foi de imediato. “Fechado, Norton. Vamos marcar o dia que fica melhor pra você”. Foi a resposta pronta de Valter.

Como jornalista especializado em veículos, acompanho de perto a evolução automotiva, mas a oportunidade de andar no caminhão em trechos rodoviários mais longos ainda não havia chegado. Nos lançamentos desta natureza o tempo é curto diante de uma programação e logísticas apertadas. Pouco dá para sentir o gosto de dirigir o bruto.

Recepção

Na semana seguinte sigo pra São Paulo, indo direito para São Bernardo do Campo, onde fui recebido pelo staff da comunicação da Mercedes-Benz. Quanta honra! No pátio, à minha espera, um Actros vermelho, do jeitinho que eu imaginava, pronto para seguir viagem. No bitrem tinha 38 toneladas de carga livre. Somado ao peso do cavalo o PBT chegava a 57 toneladas. Melhor impossível. Era tudo que eu queria e com um peso desse dava pra tirar melhor proveito do caminhão e conhecer sua eficiência em operação com carga quase absoluta.

O Hélio Ribeiro e o Dan me esperavam na porta do caminhão. Do primeiro, que é do Marketing Produto Caminhão, ouvi detalhadamente informações da tecnologia disponível no Actros 2651 Megaspace, como piloto automático inteligente, sensor de aproximação com o veículo da frente e de faixa, dentre muitas outras.  O Dan, por sua vez, foi escalado ppara viajar comigo. No comando da máquina, claro!

Saímos rumo ao Rodoanel Norte e rodamos por cerca de 220 km no entorno de São Paulo. O peso no bitrem pouco era sentido. A força do silencioso motor OM 460 LA do Actros, de 13 litros, 6 cilindros em linha e 510 cv, associado à transmissão automatizada PowerShift de 12 marcas, falava mais alto e o Actros, com tração 6x4, seguia seu curso normalmente, sem sofrência para arrastar a carga.

O conjunto mecânico, da marca Mercedes-Benz, casa perfeito. A maciez da transmissão, sem trancos nas trocas de marcas, tanto na regressão quanto na progressão, chama a atenção pela eficiência e conforto. Com isso, o caminhão sempre andou na marcha mais correta para cada situação da viagem. Um detalhe: o banco do motorista, em especial, é um caso à parte na maciez e ergometria. Envolvente, ele oferece diversas regulagens.

Novos itens

Logo no começo da viagem entendi que tudo que escrevi e li sobre o caminhão estava se confirmando. O Actros, lançado no mercado em 2015 e renovado no ano passado, ganhou uma nova grade frontal com a mesma cor do caminhão, novo painel de instrumentos com novas funções e novo piloto automático inteligente, recurso que proporciona economia de combustível de até 1%”.

Logo de cara o Actros deixa claro que é um caminhão desenvolvido conforme realidade do transporte de carga, ideal para aplicações mix-road e voltado para economia, conforto, desempenho e baixo custo de manutenção. Durante o trajeto, atento aos detalhes, testamos toda a tecnologia disponível. O Dan cuidou de mostrar na prática o funcionamento de cada sistema tecnológico.

Assim, aquela viagem, guardada a proporção do tamanho do caminhão, parecia estar sendo feita em um veículo de passeio, por conta do conforto a bordo e dos itens de sofisticação e tecnologia disponíveis nos veículos mais completos.

O espaço da cabine é inquestionavelmente grande, com piso totalmente plano, suas generosas medidas internas são de 1,92 metros de altura e de 2,26 metros de largura. Sala, quarto e ambiente de trabalho no mesmo espaço. O novo painel de instrumentos do Actros, com novas funções, melhorou a interatividade, as operações de comando do veículo e o acompanhamento dos dados de consumo. O painel oferece ainda vários idiomas de escolha para configuração: português, inglês, espanhol, alemão e árabe. Coisa de carro de luxo. Estas novas características asseguram vantagens na praticidade e melhoria no monitoramento do veículo.

As novidades ficam por conta ainda de informações sobre a pressão de turbina, tempo/consumo em marcha lenta, contagem de tempo em cada faixa de rotação, consumo em litros e alerta de velocidade.

A nova versão do piloto automático inteligente do Actros está configurada para economia de combustível, isto é, o sistema reconhece as condições da pista (inclinação) e carga, por meio dos sensores do veículo, e ajusta a demanda de torque e potência do motor orientando-o para trabalhar com economia de combustível.

Por exemplo, nos declives encontrados ao longo da viagem, ao invés de acelerar com plena carga para atingir a velocidade desejada o mais rápido possível, o sistema identifica a inclinação da pista e aproveita a inércia do veículo para atingir a velocidade desejada. Isso pode proporcionar até 1% de economia de combustível em relação ao piloto automático tradicional.

Equipamentos do Actros

Além da nova grade na mesma cor do caminhão, do painel de instrumentos com novas funções, do piloto automático inteligente e das novas cores da cabina, o Actros traz como itens de conforto agregados à linha, isso desde seu lançamento, novos bancos “Standard” e “Conforto” com perfil envolvente e diversas regulagens (apontados como os mais modernos do mercado) tacógrafo digital e novos tanques de alumínio com capacidade de até 1.080 litros.

E ainda:  novo painel de instrumentos, novo rádio, de fábrica, freio a tambor para operações mix-road, novos eixos sem redução nos cubos, novo câmbio totalmente automatizado Mercedes PowerShift, com atualização do software e inclinação de via, suspensão metálica opcional, facelift da cabina, aróis com DRL em LED, novo climatizador aerodinâmico, novo motor OM 460 de 13 litros, nova potência de 510 cv para o Actros 2651 e novo entre-eixos 3.600 mm.

Falei de uma viagem por rodovias de São Paulo e das impressões que tive do Actros 2651. Falei também do motorista Dan. Ele, sim, foi quem dirigiu o caminhão e me mostrou na prática, ao longo da viagem, o que ouvi a teoria do Hélio. Mas também dirigi o bruto. Foi no pátio da fábrica da Mercedes-Benz. Fiz até o traçado do numeral oito para não dizer que conduzi o Actros somente em linha reta e fiz curvas arrastando as 57 toneladas de PBT. Valeu demais!

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