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CULTURA

Sol, praia e cinema

Sara Jane

Especial para o DM

Mais importante e badalado da sétima arte, pela primeira vez em sua história, de quase 80 anos, o Festival de Cannes vai se realizar em pleno verão europeu. A pandemia aumentou o desafio de uma vitrine da indústria que precisa se reinventar para sobreviver, em meio também ao crescimento das plataformas de filmes à domicílio. Mas serviu de forma pontual para deslocar a data do evento do frio mês de maio, para o quente mês de julho.

Festival de Cannes 2021 vai ser em julho com sol e praia

A França é uma das nações que, mal ou bem, inventaram o mundo como ele é hoje. O cinema é um seus orgulhos nacionais, ao lado da bicicleta, dos vinhos e queijos, e da Torre Eiffel.

FILMES MAIS CEDO

Na última semana, após 201 dias fechadas, as salas se reabriram, ainda com um horário limitado ao máximo até 21 horas. De Paris às pequenas cidades, como Saint Etienne, os olhos do mercado se voltaram para o suspense em torno do retorno dos expectadores. E a afluência surpreendeu pelo lado positivo.

Para driblar ainda as restrições limitativas de horário e de porcentagem de gente nas salas, e recuperar o tempo perdido, muitas salas abriram com sessões matinais à partir de 6h30! E surpreendentemente... tiveram público. Parecia até que os expectadores estavam ansiosos para encontrar o caminho das grandes telas.

Nas redes sociais foi possível encontrar mensagens como "Esta aberto, sessão às 8 horas da manhã no MK2 biblioteca. As crianças vieram em massa para assistir o filme 'Mandibulas'. Viva o cinema". Ou então: "Eu jamais tinha visto uma fila de espera à um cinema antes das 8 horas da manhã."

Nathanel Karmitz, proprietário de salas

Até o proprietário de uma rede de cinemas, o jovem Nathanel Karmitz, da empresa MK2, usou o twiter para comemorar que "estamos tendo um público digno dos grandes dias, incluindo muitos jovens, jamais visto assim antes. E ainda tem gente que diz que os jovens não gostam mais de ir ao cinema".

O filme sueco "Drunk" sobre bebedeiras de professores e alunos em uma universidade, lotou salas no maior complexo de Paris, no centro da cidade, no Chatellet. Também em cidades médias, como Toulouse, a afluência não decepcionou: "sessão lotada", podia se ler nas bilheterias.

O diretor do Cinema Méliès, batizado em homenagem a outro pioneiro do cinema, Paul-Marie Claret se declarou "feliz e entusiasta" pela reabertura das salas.

FESTIVAL, SOL E MAR

Depois da reabertura das salas, onde estão sendo relançados filmes com temporada interrompida pelo confinamento, a expectativa geral é com relação ao Festival de Cannes, que pela primeira vez acontece no mês de julho. E que serve para lançar filmes com o objetivo de atrair mais público para os meses seguintes. O presidente dos julgadores será o mesmo anunciado para o festival do ano passado, cancelado devido à pandemia, o cineasta americano Spike Lee.

Na verdade não existe "um" Festival de Cannes, mas diversos eventos paralelos naquela cidade da Côte d'Azur, região rica do sul francês. Além do festival oficial, todos os anos acontecem também a Quinzena dos Realizadores e a Semana da Crítica, além de outros que foram sendo criados com o passar dos anos.

Com praia e sol, a expectativa é de que o Festival de Cannes 2021 servirá também como um grande teste para que o mundo tenha a certeza de que é possível voltar ao "normal". O suspense continua. Esperar para ver, e conferir.

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