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Cineastas goianos comemoram seleção

Pedro L. Macêdo

O Goiânia Mostra Curtas (GMC) é o maior festival de filmes de curta-metragem de Goiás, tanto em número de filmes exibidos quanto em apreciação. São cineastas de todo o País, das cinco regiões do Brasil, que exibirão seus trabalhos, seja em forma de documentário, ficção ou animação.

A 19ª edição do GMC será composta por quatro mostras competitivas: Curta Mostra Brasil, Curta Mostra Goiás, Curta Mostra Animação e 18ª Mostrinha. A Mostrinha é voltada ao público infanto-juvenil, e também articula a rede pública de ensino do estado e município. A programação paralela segue com lançamentos literários, debates, encontro com realizadores e laboratórios de roteiros audiovisuais. Já na Feira Audiovisual serão realizados painéis, masterclass, oficinas e evento de network.

Os cineastas Erik Ely, de 19 anos, e Yolanda Margarida, 25, tiveram seus filmes selecionados na Curta Mostra Goiás. Erik, natural de Anápolis, escolheu o Cinema como forma de manifestar sua criatividade e um meio de contar suas histórias. Mesmo ainda cursando Cinema e Audiovisual na Universidade Estadual de Goiás (UEG), o jovem cineasta já vai encerrar sua graduação com uma ótima experiência, já que “o cinema que não se vê” será exibido dentre tantos outros cineastas.

“Para falar a verdade, é um filme que tomou proporções bem maiores do que imaginávamos, até pelo fato dele ter sido bem mais do que só um filme feito para uma disciplina da faculdade. Essa edição do festival, especificamente, traz muito filme saindo da universidade e, principalmente, vindo pra mostrar que essa galera existe, faz filme e logo vai ter seu lugar no mercado”, afirma.

Yolanda, formada pelo Instituto Federal de Goiás (IFG), na cidade de Goiás, berço do Fica, traz ao GMC o seu “Cris das onze às quatro”, cuja inspiração em Agnès Varda vai bem além do título e da trama. Seu olhar perspicaz sobre a cruel realidade das mulheres jovens e o peso que a maternidade recai sobre suas existências se mostra, com evidência, um resgate àquele espírito ativista e militante da cineasta franco-belga, falecida em março deste ano. “Eu entrei no curso de Cinema em 2015, e nessa época o ritmo de produção do Centro-Oeste e de outras regiões descentralizadas estava no ápice”, afirma a cineasta.

Ela também fala sobre a importância do Estado como parceiro dos artistas e das suas manifestações culturais. “Precisamos caminhar com o estado para alavancarmos o mercado cinematográfico. Precisamos que ele possibilite a produção de filmes para obtermos a qualidade esperada pelos espectadores. Sem isso, fica difícil competirmos com as produções estrangeiras”, diz ela.

“Além do mais, é de extrema importância que o estado proteja as nossas salas de exibição, como fora pensada a cota de tela, que nem é mais levada em consideração. Essa sucateação ao cinema nacional, vinda do próprio estado, só faz com que o espectador se afaste cada vez mais das nossas produções”, conclui Yolanda.

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