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Prédios Verdes

A China é um dos países que mais preocupam a Organização Mundial da Saúde (OMS) devido à poluição do ar. Segundo a instituição, algumas cidades do País possuem um nível de partículas no ar seis vezes maior do que o recomendado. Um projeto do arquiteto italiano Stefano Boeri apresenta um pequeno passo para a solução definitiva do problema: construir florestas verticais. Até 2018, ele pretende entregar à cidade de Nanquim duas torres com mais de 1.000 árvores. O Nanjing Green Towers não é a primeira iniciativa do arquiteto. Em outubro de 2014 ele concluiu o Bosco Vesticale: dois edifícios (com 111 e 76 metros de altura cada), inaugurados no distrito de Porta Nuova, na cidade de Milão, uma das mais populosas do país.

Em dezembro 2016, uma matéria publicada pelo site BBC, com o título “Arpocalipse” revelou detalhes sobre a situação do ar da China, principalmente no norte do país. O “alerta vermelho” emitido pelo governo chinês chamou a atenção dos mais de um bilhão de habitantes do país, por ser o nível mais preocupante em uma escala de quatro categorias. Algumas medidas foram tomadas, como o veto temporário de veículos mais poluentes, suspensão da construção e manutenção de estradas e a redução ou interrupção das atividades de indústrias que causam forte impacto ambiental, como o setor do aço. A poluição também causa transtornos, como o cancelamento de voos. Na cidade portuária de Tianjin, 131 foram cancelados depois de um nevoeiro de poluição no fim de 2016.

Nanquim, que fica no leste da China, conta com uma população de mais de 8 milhões de habitantes, e é a segunda maior de sua região. As torres verdes que serão erguidas na cidade representam a primeira floresta vertical construída na Ásia. Cobertos de árvores, os dois edifícios serão capazes de absorver cerca de 25 toneladas de gás carbônico por ano, produzindo 60 quilos de oxigênio por dia. A construção de florestas verticais é uma solução bastante viável, principalmente pela falta de espaço para plantar árvores em grandes metrópoles como Nanquim. De acordo com publicação da universidade da cidade, a poluição do ar é responsável por um terço das mortes de chineses. O governo vem aplicando multas e desenvolvendo satélites para tentar controlar o problema.

Árvores flutuantes

No site britânico Metro News, a autora, Ellen Scott, fala sobre a solução encontrada nas florestas verticais e na expectativa da construção da primeira delas na Ásia, em Nanquim. “Como resolver um problema como níveis danosos de poluição no ar? Coloque um monte de árvores no lugar. Jogue árvores nos problemas. Plante árvores suficientes para purificar o ar e salvar todos nós e nossos pulmões da miséria”, escreve a autora. “Quando você vive numa cidade (com o ar poluído em sua pior forma), não há muito espaço para criar uma floresta. Você sabe: por causa de todos os escritórios, edifícios e lojas. Então a China apareceu com uma solução genial. Ao invés de plantar árvores diretamente no solo, eles as plantarão nas alturas”, conclui.

A primeira floresta vertical do mundo foi construída em Sydney, Austrália, entre 2012 e 2013. O mentor da construção foi o botânico francês Patrick Blanc. Chamada de One Central Park, a construção recebeu nota máxima do Conselho de Construções Verdes do país. No empreendimento, inspirado pelo Central Park de Nova Iorque, duas torres (residenciais e de comércio) foram erguidas em uma região rodeada por outros parques verdes. Foram utilizadas cerca de 250 espécies de plantas para cobrir os edifícios, todas nativas da Austrália. O mais alto deles possui mais de 130 metros de altura. O projeto custou mais de 3 milhões de reais e apresentou uma série de desafios à equipe que o construiu. “O conceito do jardim é um sistema hidropônico que, literalmente, suspende o prédio”.

Apesar de ter começado a ser construído em 2009, o Bosco Verticale, de Milão, só foi inaugurado em 2014, depois de mais de cinco anos de trabalho. O projeto foi designado como uma parte da restauração do distrito histórico de Milão, que fica entre Via de Castillia e Confalonieri. Consiste em duas torres residenciais. A mais alta, chamada de Torre E, possui 26 andares e 110 metros de altura, enquanto a menor dela possui 18, distribuídos em 76 metros. Stefano Boeri, o principal responsável pela concepção das torres, possui uma empresa especializada em construções que visam a manutenção do meio ambiente em meio à poluição causada pela emissão de gases poluentes de grandes indústrias.

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