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O café do mundo está acabando

Os dados são de uma empresa norte-americana de análise de mercado (Bloomberg) e afirmam que o consumo de café aumentou como nunca, e os principais responsáveis por isso são os jovens, quem vem sendo chamado de millenials – por terem nascido em meados dos anos 1980 e 1990 e que viveram sua juventude na virada do milênio. Os dados mostram que os jovens adultos de 19 a 34 anos correspondem a 44% dos bebedores de café nos EUA. A estimativa proposta pela análise é de que se continuarmos nesse ritmo, até o ano de 2050 metade das regiões cafeeiras do mundo não serão mais apropriadas para o cultivo da planta. Os estoques já estão sob ameaça em grandes zonas de produção como a América do Sul.

A pesquisa descreve que os jovens da atualidade consomem tanto café que elevaram a demanda do produto às alturas. E a pesquisa tomou como base dados de consumo nos Estados Unidos, onde exagerar na bebida significa consumir cerca de quatro doses da bebida por dia, o que para alguns brasileiros pode significar pouco. “O número de lattes, expressos e cappuccinos bebidos por gente de 18 a 24 anos inchou de 34% para 48% entre 2012 e 2016. Na faixa dos 25 aos 30 anos, o número pulou de 51% para 60%”, confirma o Bloomberg. Especialistas procuram outras causas que influenciam no declínio do estoque: uma combinação ferrugem-do-café, clima mais quente e o aumento no preço dos fertilizantes.

Segundo dados da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), a bebida continua com elevada penetração e presença firme nos lares brasileiros, com crescimento acentuado do consumo em cápsulas. Segundo o site da organização, A pesquisa da Euromonitor contratada pela ABIC, continua mostrando uma elevada penetração do café entre os consumidores. “Mais de 80% dos lares pesquisados tem café. Diante da crise, o comportamento dos consumidores têm variado com relação às marcas e tipos de café”, afirma a análise. Os resultados também são promissores para o café em cápsulas: “Espera-se que o mercado de cápsulas triplique em valor até 2019, atingindo R$ 3,0 bilhões”, a falta de tempo e correria diária é uma das explicações para o fenômeno.

Jovens

Os números da pesquisa encomendada pela ABIC mostra-nos que o número de consumidores diários de café com menos de 20 chega a quase metade da população. Entre os mais velhos, os números constituem quase uma unanimidade. Para essas pessoas, a média diária de consumo da bebida é praticamente a mesma apresentada pela pesquisa norte-americana. Confira os dados: “89% dos consumidores acima de 60 anos bebem café diariamente. Os jovens de 16 a 20 anos, têm frequência diária de 49%, com média geral de 3,7 xícaras/dia”. Em 2007, uma pesquisa compartilhada pela ABIC apontava que “O consumo entre os jovens entre 15 e 19 anos continua sendo um desafio para a indústria de café”, sugerindo que esforços fossem criados para seduzir tal público 9 anos atrás.

A ABIC também traçou um novo perfil dos bebedores de café, e já elabora estratégias para que o consumo da tradicional bebida continue a ganhar força. “O ritmo de crescimento do consumo interno leva a ABIC a reforçar a sua tese de que é preciso estimular a demanda de café investindo muito mais em marketing, publicidade, diferenciação e inovação de produtos. O comportamento dos consumidores tem sido o de ampliar a experimentação e valorizar os produtos com melhor qualidade, certificados e sustentáveis”, conclui nota publicada pelo site da associação. Também foram apresentados dados que confirmam que o consumo da bebida fora de casa é maior entre as pessoas com maior poder aquisitivo.

Também foram apresentados motivos para o aumento de consumo de café entre jovens no Brasil. Segundo a ABIC, essa parcela da população tem sido seduzida pela indústria do café através da apresentação do produto em novas roupagens, resultado de um grande investimento em marketing de invenções cafeeiras da modernidade. “[Vivemos] a consolidação do mercado de cafés tipo Gourmet ou Especiais, diferenciados e de alta qualidade, que despertam cada vez mais a atenção, o interesse e a curiosidade junto aos consumidores. Esses cafés foram, inclusive, apontados na pesquisa Interscience como um dos fatores mais importantes para a conquista de novos consumidores, principalmente, entre os jovens”, afirma o site da associação.

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