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CULTURA

Templos Católicos de Goiânia

por Leon Carelli

Nos 82 anos de história de Goiânia, os monumentos religiosos espalhados pelos primeiros centros de concentração populacional da cidade são grandes testemunhas de seu crescimento. Além de marcadores visuais das tendências arquitetônicas da cidade, que adquiriram novas influências ao longo das décadas, essas construções também simbolizam a força estrondosa do cristianismo como um elemento protagonista da identidade cultural e histórica da capital. Nesta matéria, o DmRevista resgata um pouco da história de algumas dessas igrejas e seus detalhes que contrastam com o restante da paisagem dominante de concreto.

Campinas

O marco inicial do catolicismo na área que compreende o município de Goiânia se da na região de Campinas. A atual igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada na praça Santo Antônio, bairro de Campinas, trata-se de uma reconstrução, que pouca coisa tem em comum com a primeira igreja da cidade, que foi demolida em meados da década de 1950. É um pouco assustador saber que o monumento anterior, construído na década de 1840, tenha sido simplesmente demolido mais de cem anos após sua construção para dar lugar a um templo maior, pois sugere  certo descaso do poder público com o patrimônio cultural.

Segundo o site da Matriz de Campinas, “A antiga igreja tinha uma arquitetura que recordava muito a atual igreja Matriz de Trindade, porém com um acabamento muito mais rico em detalhes, tanto na parte externa como internamente”. O que motivou a construção de um novo templo foi a necessidade de ampliar as alas da Igreja, pensando no aumento da população local e em novas funcionalidades da instituição. Nos arredores da atual Matriz, é possível observar várias construções históricas, como o Colégio Santa Clara e o Centro Cultural Gustav Ritter. A capela do Colégio Santa Clara possui uma fachada com vários detalhes, além de um relógio.

Centro

Na região Central da capital, três templos destacam-se pela grandeza e riqueza de detalhes. Um dos mais antigos, a Igreja da Paróquia Imaculado Coração de Maria, teve sua construção iniciada na década de 1940. Seu projetista, Jorge Félix de Souza, também esteve envolvido na edificação do Teatro Goiânia e do Coreto da Praça Cívica. No artigo ‘Desenho de uma vida: Crônica sobre Jorge Félix de Souza’ de Nancy Ribeiro de Araújo e Silva, podemos observar alguns detalhes envolvidos na construção do monumento.

Segundo a autora, a Igreja “ostenta uma beleza ao mesmo tempo simples e majestática, inspirando paz. No seu interior, encontram-se três estilos arquitetônicos: o salomônico, o romano e o bizantino”. No artigo também são explicadas as inspirações que motivaram o projeto do templo. “As colunas redondas são cópias do templo de Salomão, as quadradas são romanas, e acima destas estão os capitéis em estilo bizantino com medalhões trazendo uma efígie imperial ou algum decreto. Os três estilos conjugam-se harmonicamente”.

A Igreja Cristã Evangélica Central de Goiânia foi a primeira instituição religiosa de cunho protestante a instalar-se na capital. Localizada na Avenida Paranaíba, é uma das edificações mais detalhistas da região Central de Goiânia. Foi reformada recentemente, e teve a cor alterada para azul com detalhes brancos. Em um blog mantido pela instituição, uma postagem comemorativa dos 80 anos da igreja revela alguns dados. “No dia 8 de setembro de 1935, em assembleia presidida pelo Pr. Benedito Pereira Costa, com a participação de 20 membros e 18 congregados, organizou-se a Igreja Cristã Evangélica de Goiânia”.

A Catedral Metropolitana Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, que pode ser vista no comecinho da Rua 10, no Centro, só teve sua construção finalizada em 1966. A pesquisadora Patrícia Bueno Godoy, no artigo ‘A Cruz de Anhanguera’ relata a convergência entre a torre erguida na catedral e um projeto chamado Cruz de Anhanguera, destinado à cidade de Pirenópolis, porém nunca realizado.

Segundo ela, “embora não se tenha encontrado nenhum vínculo documental efetivo entre a Catedral Metropolitana de Goiânia e a Cruz de Anhanguera, notamos certa evidência materializada em sua torre. A sessão cúbica, acima do pórtico, sustenta o componente longitudinal a exibir quatro cruzes vazadas que durante a noite são iluminadas internamente”.

Outra igreja que chama a atenção na mesma rua, seguindo na direção da Praça Universitária, é a Igreja São João Evangelista, inaugurada em 2009 em meio às universidades instaladas no local. O projeto foi inspirado nas catacumbas cristãs dos séculos I e II. No site da paróquia, detalhes sobre a construção da Igreja, que começou a ser edificada em 2002. “Os tijolos, expostos em algumas paredes, representam a passagem bíblica que diz que do pó viemos e ao pó voltaremos”.

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