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CULTURA

“Atenção, cervejeiros de Goiânia”

Walacy Neto,Especial para DMRevista

Para descobrir de onde vem o consumo da cerveja no mundo, historiadores se debruçaram sobre hieróglifos antigos. Descobriu-se então que as raízes da bebida levam ao antigo Egito e tribos sumérias. Na época, o líquido fermentado a partir do pão tinha uma cor turva e não era filtrado, o que tornava o sabor da cerveja algo bem amargo, aparentemente. No império Babilônico o conhecido rei Hamurabi, responsável pelo Código de Hamurabi, criou leis que sobre o consumo da bebida. Entre as leis, constava uma específica onde os funcionários deveriam ser pagos em cerveja e de acordo com a posição social de cada um. Dava-se dois litros diários para trabalhadores normais, três para funcionários públicos e cinco para administradores e altos sacerdotes. Hamurabi levava tão a sério o consumo da cerveja que havia outra lei que previa morte por afogamento para quem diluísse a cerveja ou alterasse o volume dos recipientes para ter lucro.

De fato, a cerveja desde os primórdios tinha uma função de “equilíbrio social”. Por esses fatos a cerveja começou a se popularizar e chegou a um nível de ser mais consumida que a água, que na época era geralmente contaminada. Um estudo desenvolvido pela Universidade de Cambridge, no ano de 1996, demonstrou que o processo de fabricação da época era muito mais refinado do que se pensava – diferente de como se fazia no Egito, onde deixava-se somente o pão descansar na água. Usava-se ervas para melhorar o sabor da bebida e há evidências de algumas cervejas que tinham até nome.

Chegando à contemporaneidade, a cerveja é um amor nacional. O processo de fabricação requer, basicamente, quatro ingredientes: água, malte, lúpulo e fermento. O malte é um dos ingredientes mais fundamentais na fabricação da cerveja. Ele é o responsável pela cor e corpo (a densidade) que a bebida vai ter, além de atuar na composição do sabor e da aromatização. Trata-se de um grão de cereal (milho, aveia, trigo, centeio e cevada) com germinação interrompida. O lúpulo é uma planta trepadeira que geralmente cresce em locais de clima frio e com abundância de luz solar. Desta utiliza-se as flores das plantas fêmeas que possuem um formato de cone. É o ingrediente responsável pelo amargor, aroma e sabor da cerveja. Também auxilia na retenção de espuma e ajuda na remoção de algumas proteínas indesejadas, o que resulta em uma cerveja mais clara.

Cerveja Artesanal

Hoje, em Goiânia, ocorre a primeira edição do Festival de Cerveja Artesanal Nacional de Goiânia. O circuito nacional de cervejas artesanais é bem forte e, em Goiânia, essa tendência também tem chegado com boa aceitação. São diversas opções de bebida: com maior quantidade de malte, lúpulo, algumas com teor alcoólico mais forte, outras mais suaves e refrescantes. No dia do evento, por exemplo, serão vendidas cervejas Kojak, Mellon Head, Zé Galego, Willie the Bitter, Piná a Vivá, Mark The Shadow, Bad Moose, Jackpot, Colombina Weiss e Poema au Chocolat, 10 Lúpulos, Amnésia, Vertigem, Hoppin Hood, Viva La Revolución, Dog Save The Queen, Hopping the Hops (cerveja exclusiva do evento), Pacific, Green Grow, Moosaic, Polimango, Extra Fancy e a Gordelícia.

A qualidade das cervejas brasileiras é inegável e, portanto, o consumo tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas. Por isso o Festival promete movimentar o Martim Cererê e também por isso que vemos três mil confirmados num evento assim, de primeira edição. O Festival começa às 14h e segue noite adentro. DJs convidados vão variar entre jazz, samba, soul, funk, grooves e rock and roll. Às 14h se apresenta César; às 16, Mastrella; das 18h até as 20h, Angelo Martorell; 20h, Maurício Mota, e às 22h, Alexandre Perini. E a melhor parte de tudo isso é que cerveja boa não dá ressaca, mas disso eu já desconfio muito.

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