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Vinhos portugueses

EDNA GOMES

Paulo Laureano é, atualmente, um dos melhores enólogos portugueses e um dos poucos que fazem brancos e tintos com a mesma qualidade. Ele ama o Brasil e vem sempre apresentar seus vinhos em vários eventos de degustação. Estudioso das Castas portuguesas, o enólogo consegue tirar de cada uma delas sua máxima expressão. Tive um prazer imenso em conhecê-lo e conversar muito sobre seus vinhos. Ele é responsável pela produção de cerca de 700.000 litros de vinho, que leva seu nome todos os anos, além de prestar consultoria para algumas vinícolas em seu país. Defensor das castas autóctones de Portugal, Paulo tem se dedicado a uma, em especial, a tinta Grossa, da qual possui apenas 2,5 hectares, o que representa metade da produção mundial. Ou seja: é uma uva em extinção. “Acredito ser importante valorizarmos castas como esta, que muitas vezes não tiveram a oportunidade de ser compreendidas, sobretudo pelo desconhecimento sobre seu potencial enológico”, diz Paulo.

Eu tive uma grande oportunidade de degustar alguns vinhos portugueses excepcionais e cada vez mais me apaixono pelos vinhos Lusitanos. A Quinta das Bageiras Garrafeira Branco 2007 de Barraida É uma vinícola tradicional que fica no pequeno lugarejo de Fogueira, em Sangalhos. Seu proprietário, Mário Sérgio Alves Nuno, é um perfeccionista, que usa as mais modernas técnicas para fazer vinhos. Excepcional, com mineralidade, precisão e complexidade. Surpreendi-me com a Quinta de Saes Reserva 2008 Quinta da Pellada é um dos grandes nomes do Dão, propriedade regida com maestria pela batuta de Alvaro Castro, produzindo alguns dos melhores vinhos do país. O Quinta de Saes Estágio prolongado, como indica o nome, estagia em barricas de carvalho por um longo período, mas, devido à ótima qualidade do fruto e da madeira, o carvalho fica muito bem integrado,, provavelmente, a idade proporciona um aroma peculiar e de forma brilhante. Gostaria também de mencionar o excelente Po de Poiera branco 2008 é denso e ousado. Como diz Robert Parker, ele é particularmente impressionante, um ótimo branco. É um projeto do cultuado Poeira, um dos mais reverenciados vinhos do Douro. Fresco e exuberante, com uma ótima acidez e um conjunto muito bem equilibrado. E o melhor é o Pêra-Manca Tinto 2007 do Alentejo sem palavras. É O Pêra-Manca Tinto 2007 ocupa o primeiro lugar. A qualidade foi o ponto de partida para essa decisão. A sua qualidade é sobejamente conhecida, sendo um vinho de referência no mercado português e também nos mercados internacionais. De acordo com a tradição, o nome de Pêra-Manca deriva do toponímico “pedra manca” ou “pedra oscilante” – uma formação granítica de blocos arredondados, em desequilíbrio sobre rocha firme. Segundo a revista Prazeres da Mesa: “reza” a história que a tradição do vinho Pêra-Manca remonta à Idade Média. Reza também a história que por volta de 1365, Nossa Senhora terá aparecido em cima de um espinheiro a um pastor. Alguns anos depois, foi edificado um oratório em sua honra e em 1458, dada a crescente importância do local como ponto de peregrinação, uma igreja. A posterior fundação de um Convento, que viria albergar a Ordem de S. Jerónimo seguiu-se-lhe. E, nos séculos XV e XVI, os vinhedos de Pêra-Manca eram propriedade dos frades do Convento do Espinheiro. Foi recuperado no século XIX pela próspera Casa Soares, propriedade do Conselheiro José António d’Oliveira Soares, que o transformou num vinho sofisticado. Contudo, na sequência da crise filoxérica, a Casa Soares deixou de produzir o Pêra-Manca. Foi o herdeiro da extinta Casa Soares, José António de Oliveira Soares, quem, no ano de 1987, ofereceu o nome à Fundação Eugénio de Almeida, que passou a utilizar como rótulo a adaptação de um cartaz publicitário desenhado por Roque Gameiro.

Procurando um produto de particular mérito que estivesse à altura da excelência associada à sua denominação, a Fundação produziu o primeiro Pêra-Manca tinto, em 1990. Desde então foram apenas produzidos mais nove, em 1991, 1994, 1995, 1997, 1998, 2001, 2003, 2005 e 2007, este acabado de lançar no mercado. “Esta exiguidade é justificada pelo elevado grau de exigência na seleção das colheitas que só poderão ser, naturalmente, de qualidade excepcional”. As uvas, a partir das quais se produz o Pêra-Manca, são provenientes de vinhas com mais de 25 anos, de talhões selecionados. O tinto é produzido a partir das castas Trincadeira e Aragonez e o branco tem como base as castas Antão Vaz e Arinto.

Gosto muito de vinhos portugueses e o melhor para se encontrar vinhos de qualidade, é no Porto Cave em Goiânia. O Sr. Pedro é um português, de uma família com tradições vinícolas em Portugal. Ele abriu uma importadora e hoje é um sucesso porque ele traz o melhor de vinhos portugueses. Muito bom ir ao seu restaurante, degustar comidas típicas portuguesas e escolher uma boa garrafa de vinho português.

Muitos me perguntam como consigo tomar vinho tinto em nosso clima quente, e qual a temperatura ideal para tomar um vinho?

Nas épocas de mais calor, não se devem consumir os vinhos encorpados muito quentes. É melhor escolher os tintos mais leves, os rosés, os espumantes ou os brancos. Nesses casos, pode-se baixar a temperatura em 2 graus em relação à recomendação tradicional e tomar o tinto entre 15 graus e 16 graus e o branco em torno de 8 graus. Os vinhos mais encorpados, com mais tanino, não podem ser resfriados, porque seu sabor fica alterado.

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