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CULTURA

“É pra evitar a fadiga”

Walacy Neto,Especial para DMRevista

Falar do seriado Chaves e dos personagens contidos é sempre um ato de nostalgia para boa parte dos brasileiros. O seriado mexicano esteve no ar durante anos na televisão brasileira e marcou a infância de muita gente de lá até cá. Chaves, Chiquinha, Quico, Seu Madruga e tantos outros que com características definidas apresentam o melhor que existe no humor: a sátira leve, aquele cômico temperado levemente, algo que deixa os personagens bem próximos da realidade. Chaves é um símbolo daqueles que viveram a infância se divertindo com essas caricaturas quase humanizadas. Tramas mínimas sobre assuntos rotineiros que de tão “na cara” entram na gente.

Mas esta matéria não é dedicada ao seriado e nem mesmo ao personagem principal, o Chaves, interpretado por Roberto Bolaños, o criador da série. Nem de Dona Florinda, interpretada por Florinda Meza, viúva de Bolaños. Nem do Seu Madruga, meu personagem favorito, interpretado pelo grande Don Ramón Valdés. Falo de Raúl Chato Padilla, aniversariante desse 17 de junho. O nome do autor não é muito lembrado pelos fãs e nem mesmo o seu personagem tinha um peso grande na trama. Porém, o carteirinho Jaiminho, lá de Tangamandápio, é tão importante como qualquer outro personagem da série.

Reza a lenda que o convite para interpretar o carteiro tangamandapiano veio com a saída de Ramón Valdéz e Carlos Villagrán (o Kiko). O carteiro então passou a aparecer na série 1979, mas apenas em alguns poucos episódios. É depois do ano de 1982 até o ano de 1992 que Jaiminho tem um papel mais constante em Chaves. Raúl viveu boa parte de sua carreira participando do seriado e faleceu dois anos após sua saída do programa no dia 3 de fevereiro de 1994, na Cidade do México, devido a complicações resultantes da diabetes.

O personagem Jaiminho é marcado pela sátira referente à preguiça. Ele sempre vai à vila em busca de Dona Florinda para lhe entregar alguma correspondência, mas sempre pede para a senhora procurar a carta: “para evitar a fadiga”. Ele sempre chega empurrando sua bicicleta. A explicação é que o carteiro não sabe como pedalar, mas não pode deixar que os chefes dos correios descubra ou pode correr o risco de perder o emprego. Esses bordões se tornaram clássicos, porém o que mais ficou marcado nas aparições do carteiro foi a cidade natal do mesmo: Tangamandápio.

EU Sou UM tangamandapiano

Nos episódios em que participa, Jaiminho sempre fala da sua cidade natal, Tangamandápio. Segundo suas afirmações, a cidade é maior que Nova York, mas ainda não está desenhada no mapa. O povoado realmente existe e fica no Estado de Michoacán. No dia 25 de julho de 2012, Raúl ganhou uma homenagem dos cidadãos tangamandapianos pela homenagem feita à cidade no seriado. Uma estátua, em tamanho real, localizada no centro da cidade do carteiro ao lado de sua bicicleta icônica.

A importância de Jaiminho vem nos detalhes, assim como os outros personagens que no seu caráter específico desenvolve uma história gostosa e marcante. Haja visto um determinado episódio, que foi reproduzido no Brasil: Jaiminho percebe que Chaves está sendo humilhado pelos outros moradores e encaminha uma carta ao menino dizendo que é seu pai e os motivos de tê-lo abandonado. Na carta, Jaiminho também diz que é rico e deve voltar em breve para levar Chaves, levando o pessoal da vila (devido ao interesse) a fazer as pazes com o garoto.

BORDÕES

— Eu sou de Tangamandápio!

— É que eu quero evitar a fadiga

— E eu sou tangamandapiano

— Eu vim trazer a correspondência de Dona Florinda

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