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De dentro pra fora do exílio

Nessa semana vocês vão conhecer um pouco da arte sensível, peculiar e simplista de um paulistano de 26 anos. De nome Roney Rodrigues, aclamado na alcunha do Poeta Exilado o rapaz conquistou diversos fãs utilizando das redes sociais, como principal editora e publicadora.

O paulistano Roney utiliza de técnicas simples de desenho, para ilustrar suas poesias e versos autorais, que emitem a essência intimista do trabalho do autor. Sempre carregados de sentimentalismo, em poucas palavras o rapaz consegue traduzir momentos intensos do cotidiano, cuja identificação com o conteúdo acaba sendo inevitável.

Na dinâmica das redes sociais, como o  Facebook, o tipo de arte que Rodrigues propõe se encaixa perfeitamente, no tempo, espaço e paciência dos internautas. Definiria como pequenos flash’s ou doses de literatura, que invadem vez ou outra sua linha do tempo. Em pílulas homeopáticas, a arte comprimida em desenhos e versos simplórios, porem intensos, podem ser marcantes e certeiras nesses dias corridos.



Confira um pouco da obra do Poeta Exilado e uma entrevista com o desenhista e poeta, autor da page:

DM Revista - Como e quando começou a desenhar/escrever?

Comecei a escrever aos 14 anos. Fui desafiado por uma professora de português, o desafio era estruturar uma poesia e apresentar para a turma. Aceitei o desafio com muita dificuldade devido à timidez, desde então venho escrevendo diariamente, tenho a escrita/poesia como algo essencial para a minha sobrevivência.

DM Revista - Você tem alguma referência ou influência na área do quadrinho e poesia?

Sempre fui fã dos quadrinhos “Detective Comics” do Batman e do quadrinho Watchmen de Alan Moore. Sempre me impressionou a forma como colocavam algumas frases poéticas entre cenas impactantes. No começo não era muito fã da poesia, mas passei a desenvolver um apreço pela poesia ao ler livros de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Fernando Pessoa. Encantava-me a forma como brincavam com a estruturação das palavras e com estimulavam a minha imaginação. Decidi que era isso que eu gostaria de fazer, estimular sentimentos e tocar no âmago do coração humano.



DM Revista - Quais são suas principais inspirações, motivações e pautas?

A natureza com certeza. Sou apaixonado pela natureza. Pratico mergulho livre, pelo menos duas vezes ao ano estou mergulhando por praias paulistas. Costumo ouvir muita música e ler diversos livros ao mesmo tempo, isso me ajuda com a criatividade. Sobre motivação, muitos leitores entram em contato comigo agradecendo e apoiando meu trabalho. Isso me motiva muito a continuar escrevendo. Sobre a pauta, normalmente começo por escolher um sentimento, quase sempre baseado em experiências pessoais. Então começo a colocar no papel tudo que sinto sobre esse sentimento, e no final excluo aquilo que não teve a coesão com o tema.

DM Revista - Como foi a criação da sua page no Face, que hoje conta com quase 10 mil curtidas?

Essa foi a etapa mais fácil, já tinha um blog no Tumblr, então resolvi criar uma página no Facebook para ampliar a divulgação. Acredito que o que me ajudou a crescer tanto, foram os compartilhamentos, pois quase sempre, posto coisas curtas e fáceis de serem lidas. Já trabalhei com Mídias Sociais para algumas empresas e isso com certeza me ajudou a compreender os dados fornecidos pelo Facebook e a trabalhá-los da melhor maneira.

DM Revista - Qual o Feedback que recebe dos seus desenhos/poesias?

Recebo quase sempre um feedback positivo. Recebo algumas críticas também, o que não considero uma coisa ruim, pois por meio delas, posso entender onde deixo a desejar e passo a trabalhar esses pontos como metas a serem alcançadas.



DM Revista - Qual seria uma dica ou conselho para quem está começando na área?

Acredite no seu potencial sempre. No começo vai ser bem difícil, quase ninguém vai ler o que você escreve com tanto empenho e sacrifício. Mas não desista, saiba usar o tempo a seu favor e ter paciência com você mesmo, pois o processo de escrita é como o processo de lapidação de uma pedra preciosa, exige muito esforço, empenho e tempo.

DM Revista - Para você qual a importância que a arte tem na transmissão de ideias e na transformação social?

Acredito que a arte vai além de transmitir a ideia, ela invade o íntimo das pessoas, e isso pode ser usado tanto para algo positivo, quanto para algo negativo. Busco transmitir meus sentimentos de maneira que esses sejam positivos para as pessoas. Para mim a arte sempre serviu como um remédio contra o stress e a negatividade que a vida na cidade grande nos impõe. É inquestionável o poder da arte em unir pessoas, espero que a minha seja usada para esse mesmo fim, estimular o relacionamento e a reflexão.



DM Revista - Quais outros trabalhos, artistas ou projetos nacionais na área de ilustração que você indicaria para os leitores?

Devo avisar que a lista é grande: gosto muito dos quadrinhos poéticos do Daniel Cramer (Sushi de Kriptonita); da arte forte do Fabiano Alvez (O Adorável Desastre); dos versos cativantes da Heloísa (Há Amor, Grafia); dos quadrinhos impactantes do grupo Marginal Comics; da profundidade dos versos da Pamela (P.F. Filipini); da maravilhosa arte gráfica do Heytor Neco (Caneta Perdida); da simplicidade do Troche; da magnífica arte do Kiesse (Paradoxos); do encanto da Maria (Maria, Espia Só); dos quadrinhos da Franciele Arnold (Epifanias) e do melhor grupo de poesia da via láctea (946-Poesia) da Vanessa Neves.

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