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Lente Aberta: uma capital desenhada em arte

Quem vem de fora ou do interior, não tem a impressão que Goiânia é uma cidade tão jovem quanto a idade denuncia ser. Na época da fundação da capital, símbolos arquitetônicos foram forjados em vários pontos da cidade, principalmente no Centro.

Inspirados em uma influência diretamente francesa, que estava no auge no começo do século XX, os principais prédios públicos foram desenhados no estilo art déco. Isso representa a imponência que a elite política e econômica queria demonstrar com a nova Capital do Estado, algo menos provinciano e com o que tinha de mais moderno na época.

Diretamente de Paris, o Teatro Goiânia, a Estação Ferroviária e os prédios que sediam o antro da burocracia estatal dentro da Praça Cívica parecem importações em pacote de alguma cidade do interior europeu. Essa colonização estética não diminui a beleza da contemplação desses espaços, que como uma trilha turística estão em pontos estratégicos da planta mãe da Capital.

O manto de Nossa Senhora Aparecida, formado pelas avenidas Goiás, Tocantins, Araguaia e Paranaíba, tem pelo caminho estruturas públicas e particulares dentro da art déco. As faixadas dos primeiros edifícios goianienses hoje estão apagadas ou escondidas por detrás de letreiros de lojas de cosméticos, eletrodomésticos, departamento e tudo aquilo que consegue tirar o charme de qualquer prédio histórico.

Alguns foram preservados e de tempo em tempo têm as paredes pintadas ou renovadas com algum incentivo público de preservação do patrimônio. Mas antes que esses poucos resquícios da arquitetura da fundação da Capital virem de fato somente história, o fotógrafo Marcos Aleotti fez um belo registro nessa série fotográfica.

Aleotti é fotógrafo há pelo menos seis anos, estudou Fotografia em Londres e em Goiânia. E, segundo o mesmo, tem o intuito de mostrar nessa série o que a Capital tem de melhor.

Confira algumas das fotos e um texto do autor da série Circuito Art Déco:


“Decidi fazer registros do estilo art déco porque está presente em monumentos, praças e vários prédios. O movimento de design coloca a capital goiana entre as cidades com o maior acervo art déco do mundo. Em Goiânia, bairros tradicionais, como Centro e Campinas, são um prato cheio para a visitação de quem quer conhecer um pouco mais dessa história.

Mas, apesar de rico, o acervo art déco goianiense está ameaçado pela falta de cuidado e manutenção. Meu sonho é ver empresários mais conscientes, respeitando as fachadas escondidas por letreiros de publicidade, cidadãos mais preocupados com a conservação dos prédios e monumentos e o poder público mais eficiente e atento a esta causa.”

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