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Dog day: dia mundial do melhor amigo do homem

É celebrado nesta sexta-feira, 26, o Dia Mundial do Cachorro. A data foi instituída a partir do National Dog Day, que surgiu nos Estados Unidos ainda em 2004 e logo foi aderida por todo o mundo. Mais do que uma data comemorativa que homenageia os doguinhos, tem como objetivo ampliar o debate sobre os direitos dos cães, em virtude dos maus tratos e abandono sofrido por muitos. Além disso, a comemoração também dá visibilidade a temas como adoção, pesquisas científicas, castração, entre outras quest˜ões importantes.

Algumas obviedades precisam ser ditas, por isso, é importante deixar claro que maltratar os bichinhos é crime, previsto pela Lei Federal Nº 9.605/98. Os direitos fundamentais dos cachorros são reforçado no documento de Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Além disso, de acordo com a Lei Federal Nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2020, a pena de detenção, que era de até um ano, aumentou para até cinco anos em relação a esses crime, o que para muitos, ainda é uma pena branda. Em suas necessidades, os cachorros demandam muitos cuidados que garantam qualidade de vida, é por isso que o abandono de animais é uma pauta tão debatida, principalmente no que diz respeito à castração de cães, o que evita que mais cachorros cresçam nas ruas, tendo em vista o ainda recorrente abandono. É pensando nisso que ONG's, abrigos, movimentos, protetores independentes e outras instituições também desempenham um papel fundamental no cuidado de animais vulneráveis em situação de abandono.

Associação Abrigo dos Animais Refugados de Proteção Animal

A Associação Abrigo dos Animais Refugados de Proteção Animal (AADARPA), fundada em 2004, abriga hoje 200 animais, em sua maioria cachorros. A idealizadora do projeto, Lívia Camargo, uma mulher goiana que inspirou muitas pessoas ao dividir uma casa por mais de duas décadas com animais por ela resgatados e abrigados, faleceu no ano passado, depois de um mês de internação por complicações da covid-19. Lívia se utilizava de benefício pessoal para investir na causa e não recebia nenhum tipo de ajuda governamental, dependendo unicamente de doações. Hoje o abrigo conta com um grupo de voluntários que resgatam animais em situação de maus tratos ou abandono, dispondo de cuidados como vacinação, vermífugo, castração e outros medicamentos. A organização precisa do investimento de tempo e recursos, o que de acordo com uma das voluntárias, ainda é baixo: "Depois da pandemia, as pessoas ficaram menos dispostas a doar, talvez pela diminuição da renda, acabaram doando menos", comenta a voluntária. Com menos doações, a associação vem enfrentando dificuldades de manutenção, tendo em vista o alto custo mensal.

Ao tratar sobre a conscientização das pessoas para com a causa, a voluntária afirma: "A consciência continua a mesma. Quem era consciente, continua consciente, quem não tinha consciência, permanece sem". Quando questionada sobre o preconceito, pondera: "Existe um preconceito com relação aos animais mais velhos, com deficiência ou doença crônica, mas com relação a raça, as pessoas estão mais abertas para adotarem vira-latas". Sobre investimentos, relata a voluntária: "As pessoas acham que doação é só de dinheiro ou coisas materiais, mas não, temos o programa de apadrinhamento e muitas pessoas doam tempo, vêm brincar com os animais ou pegam algum animal para passear. Temos muitos voluntários menores de idade, que não podem adotar, mas doam tempo, aceitamos essa ajuda".

Para apoiar o trabalho da associação, o interessado pode doar via transferência bancária, pix, apoio mensal recorrente (cartão de crédito ou boleto), doando ração, patês ou areia, apadrinhando um animal com contribuição mensal mínima de R$30,00, podendo levar o animal para passear, adotando e também divulgando a causa e os animais disponíveis.

Melhor amigo do homem

Há muito tempo se fala do quanto os animais são uma companhia benéfica aos seres humanos, o cachorro especialmente ganhou o título de 'melhor amigo do homem' por ser um animal leal e protetor. Para além da crença popular, existem hoje estudos que comprovam o fato. Em 2021, cientistas da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, divulgaram o resultado de uma pesquisa científica que aborda sobre as vantagens da companhia de animais para auxiliar no tratamento de transtornos mentais, como ansiedade crônica ou depressão. Os estudos apontam que animais também servem aos homens, não apenas como companheiros, mas de forma mais abrangente e profunda. A terapia assistida por animais (TAA), por exemplo, é uma intervenção que objetiva o desenvolvimento íntegro do paciente, física, psíquica e socialmente.

Ao contar sua história com os cachorros que teve em casa, Vitor Menezes, menciona o Eros, último presente dado por seu pai antes de falecer, "um pastor alemão extremamente leal e protetor", conta. Vitor, que já teve 5 cachorros em sua casa, todos com histórias impactantes e um deles adotado, ao relatar sobre a experiência que é ter animais em casa, afirma: "A Aika, minha cachorra atual, pastora, é muito apegada a mim, chega a dormir comigo na cama, me motiva a fazer exercícios pois é muito ativa. Eu ainda estou construindo meus momentos marcantes com ela, mas ver a alegria desses bichinhos ao chegarmos em casa não tem preço, isso já é marcante o suficiente todos os dias. Hoje não consigo mais viver sem cães. Sei dos gastos, da responsabilidade, da dedicação e cuidados, passeio, higiene, mas as alegrias que os cães me trazem são maiores que essas dificuldades. Eu sou bem sedentário e meus cães, atualmente a Aika, é que me faz exercitar ao brincar e passear com ela. Com a devida supervisão de um adulto, crianças podem aprender com os cachorros sobre responsabilidade, sobre se tornarem adultos melhores e até mais empáticos. Em momentos difíceis e tristes, um cão trará uma alegria importante. Na minha casa todos somos apegados e sempre criamos cachorros. Não lembro de ter ficado sem um cachorro durante a infância, o que é realidade até hoje".

Com base em dados do IBGE, os cachorros estão presentes em quase 140 milhões de lares brasileiros, mas para além de qualquer estudo ou pesquisa, a verdade é que quem tem um animal de estimação sabe do bem que fazem e entendem melhor que ninguém a importância da comemoração deste dia.

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