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7% de enterros são de vítimas de covid-19, em Goiânia

A taxa de enterros de vítimas do coronavírus em Goiânia representa 7,38% do total realizado nos cemitérios da capital nos meses de abril e maio deste ano. Segundo a Central de Óbitos da Capital, em abril, 73 dos 1.279 funerais foram de vítimas com suspeita ou confirmados com covid-19. Em maio, foram registrados 1.444 sendo que 128 deles eram suspeitos ou confirmados da doença.

De acordo com o administrador do Cemitério Parque, no Setor Gentil Meireles, José de Souza, nos sepultamentos de vítimas da doença não é permitido velório. "O corpo vem direto do hospital e o caixão é fechado o tempo todo. Além disso, dois membros da família podem participar do momento do sepultamento mantendo a distância apropriada".

Souza explica que para realizar os enterros, os coveiros também adotam cuidados especiais usando macacões apropriados, máscaras e luvas de proteção. Para evitar a circulação de pessoas, é delimitada uma área em volta do jazigo. Já em velório e sepultamento de pessoas que não foram vítimas desta doença, é permitido somente dez pessoas, elas não podem ficar aglomeradas e pode durar apenas quatro horas.

Enterros podem gerar crise

Caso aumente a demanda a logo prazo, os enterros podem gerar uma crise extra. Os corpos de pessoas enterradas vítimas da covid-19, só poderão ser retirados após 10 anos. Geralmente, o tempo de espera para a retirada dos corpos é de cinco anos.

O gerente da Central de Óbitos e Administração de Cemitérios da Secretaria Municipal de Assistência Social, Divino Evangelista, explicou que o motivo pela prorrogação da retirada, são os invólucros cadavéricos. São sacos plásticos onde os corpos das vítimas confirmadas ou suspeitas de covid-19 são colocados. Por serem feitos de plástico, isso atrasa a decomposição do corpo.

Quando uma pessoa da mesma família morre, é normal que a mesma cova seja reaberta para o novo sepultamento. Portanto, em Rio Verde, quando isso acontece uma nova cova deverá ser aberta para evitar que trabalhadores do cemitério tenham contato com os gases difundidos pelo corpo humano. Não se sabe o comportamento do vírus depois da morte, informa o diretor de cemitérios da cidade, Wendel Carlos Moraes e Silva.

Treinamento para realizar enterros

Desde maio, os coveiros que trabalham nos quatro cemitérios públicos de Goiânia estão recebendo um tratamento para utilizarem corretamente dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que foram disponibilizados pela prefeitura.

A ideia foi do gerente Evangelista que solicitou para uma técnica em segurança do trabalho e dois engenheiros de segurança do trabalho da Secretaria Municipal de Administração (Semad) passarem um treinamento para eles.

O treinamento é realizado durante o horário de trabalho das equipes de plantão nos quatro cemitérios municipais. Segundo o gerente, os coveiros gostaram da ideia pois tiraram muitas dúvidas durante o procedimento. "Esse treinamento acaba os ajudando a ter mais segurança na hora de executar o trabalho", explica.

Divino Evangelista alega que em alguns casos as família são resistentes ao protocolo e querem, por exemplo, abrir o caixão. Portanto, o gerente explica que essas medidas são padrões necessários para proteger a saúde da família da pessoa que morreu.

O coveiro Edmar Macêdo de Jesus, que trabalha no Cemitério Santana, no Setor dos Funcionários, alega que em alguns sepultamentos a família não entende e não respeita o protocolo. Nesses casos, o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) é solicitado. "Por mais que seja difícil e um momento delicado, se trata da segurança de todos nós", destaca Jesus.

Cemitérios vazios

Divino Evangelista afirmou que houve preocupação com o número de covas, insumos e mão de obra disponível no início da pandemia. Portanto, até o momento não foi necessária nenhuma alteração. "Estamos conseguindo lidar com tranquilidade com o número de mortos", informa.

O diretor executivo da funerária Paz Universal e vice-presidente do Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios de Goiânia e Região Metropolitana (SEFECC-GO), Wanderley Rodrigues, também esperou aumento da demanda, mas teve redução no número de mortes nos primeiros meses do ano.

"Porém, temos uma rede funerária muito bem estruturada. Se repetinamente houver um aumento de 50% na demanda dos serviços, conseguimos absorver tranquilamente", explica. Ele acredita que esta queda nas mortes foi devido o isolamento social.

No único crematório do estado, no Complexo Vale do Cerrado, na GO-060 saída para Trindade, também não aumentou o número de cremações. O diretor do local, Guilherme Santana, informou que cremou apenas cinco vítimas de covid-19. Portanto, de acordo com ele, os sepultamentos de pessoas vítimas da doença têm crescido nas últimas semanas.

"Já foram enterradas 20 pessoas aqui. Grande parte desses óbitos ocorreu nas duas últimas semanas, depois das flexibilizações", explica. Santana afirmou que estão se preparando para o crescimento desses números.

*Com informações do O Popular

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