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Projeto “Neymar da Penha” é duramente criticado na internet

Fonte: El País/ EVARISTO SA AFP


No último dia 6 de junho, o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) protocolou um Projeto de Lei que agrava a pena de denunciação caluniosa de crimes contra a dignidade sexual. A proposta surgiu um dia após a divulgação de um vídeo em que Najila Trindade, a mulher que acusa Neymar de estupro, aparece dando tapas nele, dando a impressão que a denúncia era falsa.

Rapidamente a proposta tomou conta da internet, provocando as reações mais diversas nas redes sociais, onde foi apelidada de “Lei Neymar da Penha”, uma referência à Lei Maria da Penha, criada para combater e coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres.

Nas redes sociais, a maioria das mulheres se revoltou com a proposta, alegando que esta pode prejudicar as vítimas de estupro no Brasil. Além das mulheres, muitos homens também foram contra a ideia, já que a proposta pode fazer com que mulheres encontrem dificuldades em falar sobre isso, justamente por medo de não serem ouvidas. (Fonte: https://www.universodelas.com.br/)

A maioria das mulheres vítimas de agressão não denuncia o agressor a um órgão oficial e também não procura apoio da família ou de amigos. Pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que ouviu 2.084 pessoas em 130 municípios brasileiros, indica que 52% das mulheres que sofreram alguma agressão no último ano ficaram caladas.

Portanto, fortalecer a confiança da mulher no poder público deve ser o caminho. Também deve haver um investimento em campanhas de conscientização que incentivem as vítimas a denunciar os agressores.

O assunto tomou tamanha proporção que o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, se posicionou em seu perfil do Instagram contra a proposta: “Agradecemos imensamente o apoio de todos e compreendemos a boa intenção da iniciativa de projeto de lei. Mas a única coisa que queremos nesse momento é justiça. Ver uma lei ser feita em nome do meu filho, por conta desse lamentável episódio, não me deixa nada feliz”, afirmou.

Por outro lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) elogiou a proposta e disse que “tem mulher bandida que faz carreira assim”.

“Parabéns aos deputados que, atentos ao caso do Neymar, protocolaram projetos de lei para agravar pena de mulheres inescrupulosas que acusam falsamente homens de crimes e calúnias.  Acredite, tem mulher bandida que faz carreira assim!”, escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro.

Relembre o caso

No dia 15 de maio de 2019, uma acusação de estupro contra o jogador Neymar Junior foi registrada pela modelo Najila Trindade. No Boletim de Ocorrência, a autora da denúncia afirmou ter sido estuprada no quarto em que estava hospedada, no Hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, em Paris. Ela relatou que suas passagens e a hospedagem em Paris foram pagas pelo próprio jogador - por intermédio de um assessor. O caso, rapidamente, virou notícia em todo o mundo.

Neymar resolveu se manifestar com um vídeo em sua conta do Instagram. Como forma de provar sua inocência, ele divulgou trechos das mensagens trocadas entre os dois. Porém, nesse momento o jogador mostrou também algumas das fotos íntimas que foram enviadas por ela, o que acabou gerando uma nova acusação.

O caso caiu como uma bomba na concentração da seleção brasileira de futebol, que estava em meio à preparação para a disputa do torneio Copa América e acabou recebendo visitas da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

No dia 5 de junho foi divulgado um vídeo em que Neymar e Najila aparecem brigando em um quarto de hotel. A gravação teria sido feita no segundo encontro entre os dois.

A imagem fica estática por alguns segundos e depois mostra o jogador e a modelo deitando na cama trocando carícias. De repente, Najila levanta e começa uma discussão. O jogador tenta contê-la e ela diz: “Você me agrediu ontem e me deixou aqui sozinha”. Depois, o vídeo é cortado.

O caso do suposto estupro está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo e a acusação da divulgação das fotos da modelo apurada pela polícia do Rio de Janeiro.

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