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Boi gordo: oferta baixista preocupa pecuaristas

Os grandes frigoríficos praticamente deixaram de comprar o boi gordo. Com isso, há uma onda baixista na arroba e levando maiores preo­cupações ao pecuarista em Goiás e em grande parte do Brasil. A ar­roba do boi gordo está cotada em média a R$135,00. Os comprado­res nessas alturas são apenas os pequenos frigoríficos. Christiane Rossi, do Departamento Técnico da Faeg, ao traçar uma panorâ­mica do quadro pecuário do mo­mento para o Diário da Manhã observa que vários fatores estão condicionando os preços da arro­ba da carne no atacado e no varejo.

Mercado do boi gordo traba­lhando com viés de baixa. O aumen­to da oferta de gado confinado e o dólar perdendo força abrem espa­ço para que os frigoríficos pressio­nem as cotações do boi gordo. On­tem, por exemplo, o dólar chegou a trabalhar abaixo do patamar de R$3,70. Essa valorização do real di­minuiu a competitividade da carne brasileira no mercado internacio­nal, apertando a margem dos fri­goríficos que exportam. Christiane corrobora a manifestação da Scot Consultoria, bastante conceituada junto à cadeia pecuária nacional.

Apesar de apenas uma par­te dos frigoríficos trabalhar com o mercado externo, a pressão de baixa se dispersa e as demais in­dústrias acompanham a movi­mentação dos preços. Em São Paulo, o aumento da disponibi­lidade de boiadas fez com que as escalas andassem e agora alguns frigoríficos aproveitam para ten­tar ofertar preços até R$3,00 abai­xo da referência pela arroba.

PRESSÃO MAIS INTENSA NO SUL GOIANO

Em Goiás, a pressão é mais in­tensa, principalmente na região Sul do Estado. Por lá o preço do boi caiu e a arroba, que no começo da sema­na era negociada, em média, por R$143,00, é negociada hoje ao re­dor de R$135,00, conforme o últi­mo levantamento feito, ontem à tar­de, por Cristiano Palavro, também da área econômica da Federação da Agricultura. O gado confinado deve continuar ajudando a indús­tria e o consumo deve se enfraque­cer nesta segunda metade do mês. Estes fatores devem manter o cená­rio de preços fracos.

O clima, com o advento das chu­vas, favorece as pastagens e, conse­quentemente, a alimentação dos animais. A crise econômica segura, por sua vez, o consumo de carnes, sobretudo, bovina, que tem maiores custos de produção. As eleições in­fluenciam quanto aos investimen­tos e no processo de exportações. Christiane, contudo, pela experiên­cia de mercado, vê possibilidade de reação das grandes cadeias frigorífi­cas na próxima semana.

Se houve queda nas exporta­ções na semana de outubro da ordem de 9,6% e de 9% na receita de volume, em relação a outubro de 2017 a outubro de 2018 hou­ve crescimento em quantidade no decorrer do período.

A cebola continua sem pesar no bolso do consumidor. O produto apresentou a maior queda de pre­ços dentre as hortaliças com maior representatividade na comerciali­zação nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País. Rio de Janeiro foi o estado com ín­dice de queda mais expressivo, re­gistrando baixa de 33%, seguido de São Paulo, Recife e Goiânia. Os da­dos estão no 10º Boletim Prohort, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Co­nab), com os preços de frutas e hortaliças das Ceasas.

A tendência de preços baixos vem ocorrendo desde maio e se ex­plica pela maior oferta no atacado. A grande produção está vindo, so­bretudo, das regiões Sudeste, Nor­deste e Centro-Oeste. A quantidade de cebola no mercado não é im­pactada com a maior exportação do produto, principalmente para o Paraguai e a Argentina, que chega a 18 mil toneladas até setembro, um aumento de 274% comparado com o mesmo período de 2017.

MAMÃO MAIS CARO

Por outro lado, o mamão deve encarecer a compra. Somente a Ceagesp em São Paulo apresen­tou redução de preços superior a 10%, enquanto nos demais mer­cados atacadistas houve aumento, chegando a mais de 17% na Ceasa/ MG e Ceasa/PE. A variante formo­sa foi a que mais contribuiu para valorização das cotações no mer­cado, em virtude da redução de oferta pelo efeito das chuvas que afetaram a produtividade nas prin­cipais regiões produtoras nos me­ses anteriores. O mamão papaya também teve redução de oferta, sem, no entanto aumentar a cota­ção, pois a demanda foi limitada pelo clima frio no Sul e Sudeste. No entanto, espera-se para este mês uma oferta maior da fruta, com re­flexo na redução de preços.

As demais análises de comercia­lização das principais frutas e hor­taliças podem ser encontradas no Boletim divulgado na página da Co­nab. O levantamento é feito men­salmente pelo Programa Brasilei­ro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Com­panhia, a partir de informações fornecidas espontaneamente pe­los grandes mercados atacadistas do país. Para a análise do compor­tamento dos preços de setembro, foram considerados os entrepos­tos dos estados de São Paulo, Mi­nas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco e Goiás.

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