Home / Cotidiano

COTIDIANO

Produtores recebem melhor orientação sobre manejo

Os produtores goianos tiveram melhor orientação sobre o mane­jo das culturas algodoeiras, duran­te o Simpósio Goiano do Algodão, transcorrido na quinta-feira em Rio Verde, um dos principais po­los agrícolas brasileiros, situado no Sudoeste do Estado.

Trata-se de uma iniciativa da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) em parceria com a Empresa Brasileira de Pes­quisa Agropecuária (Embrapa). O evento está na sua quarta edição,e é dedicado aos produtores, técni­cos e consultores de algodão, que compareceram em grande núme­ro ao auditório principal do Cen­tro Tecnológico Comigo.

Para o presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco, o sim­pósio é o aprofundamento das questões apresentadas no Dia do Algodão, evento de campo que reúne vários elos da cadeia produtiva da pluma. “Nossa ex­pectativa é que todo este conhe­cimento apresentado chegue a ser aplicado nas lavouras, ge­rando rentabilidade e sustenta­bilidade”, ressaltou.

Diretor executivo da Agopa, Dul­cimar Pessatto Filho frisou que a es­colha do local foi estratégica porque possibilitou alcançar um público maior, além de reforçar a parceria com a cooperativa agrícola. “Rio Verde é um polo nacional do agro­negócio e concentra grandes profis­sionais do setor”, comentou.

A programação é composta por palestras e talk shows, que são debates onde os participan­tes expõem seus conhecimentos sobre os temas a partir de provo­cações do moderador. Esses ba­te-papos contam com pesquisa­dores da Embrapa, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, do Instituto Goia­no de Agricultura (IGA), e repre­sentantes do grupo Schllater e da SLC Agrícola.

APRESENTAÇÕES

Com a presença do superinten­dente executivo de Agricultura e Pe­cuária de Goiás, Antônio Flávio de Lima, e do chefe-Geral da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Elenor Wan­der, a abertura do evento aconteceu às 8h30, realizada pelo presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco.

A primeira palestra tratou do tema Atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil–dados CAR e da cotonicultura goiana, com o en­genheiro agrônomo, mestre e dou­tor em Ecologia, pela Universidade de Montpellier (França), Evaristo Eduardo de Miranda, chefe-Geral da Embrapa Territorial. Com cente­nas de trabalhos publicados no Bra­sil e no exterior e 45 livros editados sobre o assunto, Evaristo fala res­saltando a importância do envolvi­mento dos agricultores na preserva­ção ambiental no Brasil e em Goiás.

“O Cadastro Ambiental Rural (CAR) possibilitou ver a contri­buição e o cálculo das reservas legais, áreas de preservação per­manente e outras demarcações que requerem ser preservadas”, explica o agrônomo. Além da di­mensão territorial, diz, há que se observar a dimensão econômi­ca envolvida. “Os cuidados sobre essas áreas são de responsabili­dade do produtor, e isso envolve custos”, complementa. Evaristo destaca ainda que é preciso re­conhecer o trabalho ambiental dos produtores, e que a cotoni­cultura tem suas especificidades

Ainda pela manhã, o Talk Show Exigências nutricionais do Sistema soja-milho-algodão, trouxe Álvaro Vilela Resende e Adilson de Oliveira Júnior, pes­quisadores da Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Soja, respecti­vamente, e Vítor Vargas, da SLC Agrícola. O fórum abordou ques­tões nutricionais das culturas do algodão, soja e milho, tanto quan­do adotadas de forma indepen­dente como quando integradas em sistemas. Para Adilson de Oli­veira Júnior, é importante desta­car o sistema soja/milho/algodão como um todo, visto que todo co­tonicultor também é um produ­tor de outras culturas.

MANEJO E PRODUTIVIDADE

“O bom manejo combinado traz produtividade e mantém a fertilida­de do solo”, diz. O algodão, continua, é comumente plantado em solos férteis, oferecendo uma racionali­zação no uso de fertilizantes. “Nosso objetivo é que o produtor conheça e se integre melhor com o sistema de plantio e manejo”, conclui.

À tarde, dois outros talk sho­ws completaram o Simpósio. O primeiro, tendo por moderador o representante do grupo Schl­later, André Luiz Silva, discutiu a Contribuição da diversificação de culturas para a eficiência dos sis­temas produtivos, com a discus­são ficando por conta de Élio R. de la Torre (IGA), Júlio César Bogia­ni (Embrapa Territorial) e Lean­dro Zancanaro (Fundação MT).

Doutor em Agronomia e pes­quisador da Embrapa, Júlio Ce­sar Bogiani disse que os sistemas diversificados de cultivo e a ado­ção do plantio direto são funda­mentais para a eficiência técnica e econômica da lavoura. Bogiani se voltou para o sistema de pro­dução de plantio direto com o uso de plantas de cobertura. “São informações que confirmam as vantagens do plantio direto, so­bretudo quando na estabilidade produtiva em relação à instabili­dade climática”, afirma.

Júlio Cesar explica ainda que as pesquisas sobre esse sistema de plantio começaram há seis anos, e o que se destacou foi a sustentabilida­de verificada no plantio direto com o uso da palhada, sobretudo no au­mento da eficiência de uso da água. “Este sistema tem apresentado re­sultados melhores do que o mo­delo de plantio convencional”, diz.

Na última parte do evento de­bateu o tema Novas possibilida­des do manejo integrado de pragas e doenças, moderado por Janaí­ne Souza Saraiva (Embrapa Algo­dão) e debatido por Fábio Aquino de Albuquerque (Embrapa Algo­dão), Murillo Lobo Júnior (Embra­pa Arroz e Feijão) e Lício Pena (As­sociação Mineira de Produtores de Algodão-Amipa). Fábio Aquino de Albuquerque destacou resultados de pesquisas e falou sobre como usar o sistema biológico, ao afir­mar que o algodão precisa deste tipo de sistema, já forte em cultu­ras de menor escala e alta rentabili­dade, como o tomate e o morango.

“Não se trata de uma concor­rência ao sistema químico, eles são complementares”. Fábio destacou ainda que os resultados no controle de pragas por meio do sistema bio­lógico são bem mais duradouros.

Na realização do Simpósio Goiano do Algodão 2018, Embra­pa e Agopa têm apoio da Coopera­tiva Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comi­go), Fundo de Incentivo à Cultu­ra do Algodão em Goiás (Fialgo), Fundação Goiás, Instituto Brasi­leiro do Algodão (IBA) e Instituto Goiano de Agricultura (IGA).

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias