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A literatura do povo

A memória do sertão conta­da em folhetos juntamente ao acervo do sergipano Bis­po do Rosário Paes que conta com 805 peças artesanais criadas pelo artista foram tombados por lei na quarta-feira, 19, através de decreto do Conselho Consultivo do Patri­mônio Cultural.

A literatura de Cordel é hoje um dos patrimônios mais bonitos que o Brasil possui, e ante à toda uma história perdida nos escombros do Museu Nacional, nos resta preser­var todo e qualquer sinal de con­servação da nossa cultura.

A literatura de cordel começou a se expandir no continente euro­peu chegando ao Brasil somente no século XIX ganhando força en­tre as décadas de 30 e 60 por aqui. Traduzindo a cultura brasileira de uma forma genial com seus recur­sos de linguagem altamente diverti­dos com uma característica de for­te oralidade, deixando a quem os lê impressionado com suas agracia­das histórias cheias de encenações já que em suma maioria, os pró­prios autores realizam a divulgação de suas obras através da recitação.

Com um conteúdo linguístico far­to no uso do humor, sarcasmo e iro­nia, ele também encanta seus leitores e ouvintes com uma linguagem um tanto informal; abastada de rimas e versos abordando temas cotidianos diversos como: política, religião, fol­clore, histórias de cunho social etc.

Leandro Gomes de Barros é considerado como o primeiro es­critor brasileiro de literatura de cor­del. Escrever aproximadamente 240 obras mundialmente conheci­do por compor obras primas o au­tor ultrapassa a casa dos milhões de exemplares vendidos. E de acor­do com Carlos Drummond de An­drade, Leandro G. de Barros foi “o rei da poesia do sertão e do Brasil”.

O Ministério da Cultura (Minc) definiu bem em texto do site so­bre as vivências das poesias, e contos escritos e elaborados por ar­tistas de todo o Brasil que a rica cul­tura nordestina “revela o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas” sobre a perspec­tiva de cada olhar em “acontecimen­tos vividos ou imaginados”.

Com o propósito de preservar e proteger a magnitude da cultura do Cordel foi criada em setembro de 1988 Academia Brasileira de Lite­ratura de Cordel (ABLC), que pos­sui hoje mais de 7 mil documentos que conta toda a história da cultura incluindo: folhetos de cordel, livros, e pesquisas sobre os mais diversos as­pectos desse tipo de literatura, ofere­cendo amplo apoio aos autores.

Grandes escritores brasileiros fo­ram profundamente inspirados por esse tipo de literatura, expondo seus traços notados em suas principais obras são alguns deles: Guimarães Rosa; Ariano Suassuna; João Cabral de Melo Neto; José Lins do Rego en­tre outros. E hoje a apropriação do Cordel é de extrema importância cul­tural para todo o brasil como sendo uma cultura que merece a atenção e o respeito de todos, fortemente disse­minada nos estados da Paraíba, Per­nambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ser­gipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

Atualmente a literatura de cordel inspira livros, romances em filmes, contos, peças de teatro, encenações em eventos à céu aberto, artesana­tos, músicas e até grafite, rodando por todo país deixando a beleza dos seus encantos cair no canto do povo.

Esta peleja que fiz não foi por mim inventada, um velho daquela época a tem ainda gravada minhas aqui são as rimas exceto elas, mais nada”   Leandro Gomes de Barros

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