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Casamento fora de moda

Véu, grinalda, vestido bran­co, buquê, igreja, dami­nhas e pajens. Todos es­ses substantivos já fizeram parte dos sonhos de muitas mulheres. Mas hoje o tempo é outro e cada vez mais cresce o número de pes­soas que não querem casar. O Bra­sil registrou 1.095.535 casamentos civis em 2016, o que significa uma queda de 3,7% no total de casa­mentos em relação a 2015. É o que mostra a pesquisa mais recente da Estatísticas do Registro Civil 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda não foi divulgado do ano de 2017.

Medo de perder a liberdade, fal­ta de preparo financeiro e a bus­ca pelo par perfeito podem estar afastando as pessoas do altar. E são os jovens que não querem casar. Um relatório do Urban Institute, de Washington, prevê que grande parte dos integrantes da chamada Geração Y ou geração do milênio, nascida entre os anos 1980 e 2000, chegará solteira aos 40 anos.

Já os adultos estão formalizan­do suas uniões mais tarde, e a par­cela de pessoas vivendo juntas e criando filhos fora do casamento aumentou significativamente, afir­ma o estudo. No Brasil, a idade mé­dia para o casamento passou de 23 anos para as noivas e 27 anos para os noivos, na década de 1970, para 30 anos para elas e 33 anos para eles, conforme o IBGE. A elevação da idade média ao casar nos últi­mos anos pode ser reflexo da maior dedicação aos estudos e da busca por salários mais elevados.

Entre os adultos ouvidos pelo Pew Research Center que nunca se casaram, mas que não descar­tam a possibilidade, 27% afirmam não estar financeiramente prepa­rados para o casamento, e 22% di­zem não estar prontos para sosse­gar. Outros 30% argumentam que ainda não juntaram os trapos for­malmente por não terem encon­trado alguém que tivesse as quali­dades que buscam num cônjuge.

“O dinheiro é um dos motivos pelo qual os casais mais encontram dificuldade para o casamento. Eu diria que o problema não é o di­nheiro, mas a forma como o casal lida com ele”, explicou a psicóloga Lívia Tomás. Segundo ela, o segredo é trabalhar por meio de um diálogo e entender, verdadeiramente, o sig­nificado do dinheiro para cada um, assim há uma possibilidade de en­contrar um denominador comum.

MORAR JUNTO

Cada vez mais casais optam por viver sob o mesmo teto e adiar ou até abrir mão do casamento. Segun­do o IBGE, no Brasil é cada vez mais comum a opção pelo convívio em união consensual e a postergação do casamento formalizado.

A declaração de união estável está sendo uma opção muito pro­curada pelas pessoas que querem ter acesso aos benefícios das pes­soas casadas, como o desejo de in­cluir o parceiro em planos de saú­de e financiamento de imóvel, mas não querem passar por todos os re­quisitos formais que caracterizam o casamento no civil.

O Novo Código Civil define a união estável como uma “relação de convivência pública entre duas pessoas que é estabelecida com o objetivo de constituição familiar”. Uma novidade no que diz respei­to a união estável, que está presen­te no Código é a não menção a um prazo mínimo de duração da rela­ção de convivência para que ela seja considerada válida. No docu­mento também é citado que não é um pré-requisito as duas pessoas morarem juntas, os declarantes po­dem morar em casas diferentes.

A principal diferença entre o casamento e a união estável é a partilha de bens em caso de mor­te, uma vez que o casamento con­sidera a companheira viva her­deira de alguns bens do falecido, mesmo sem a necessidade de tes­tamento, já a união estável não ga­rante isso, é preciso ter um outro documento que ateste essa von­tade por parte do casal. Outra di­ferença está no estado civil: quem está em uma união estável ainda responde como solteiro.

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