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Exército destrói quase nove mil armas no Rio de Janeiro

Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil


O Exército destruiu hoje (20) 8.549 armas nas dependências do Batalhão de Manutenção e Suprimento de Armas do Exército, em Deodoro, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A ação faz parte das operações conduzidas pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro nos batalhões da Polícia Militar em Bangu, Jacarepaguá, de Operações Policiais Especiais (Bope).

Parte das armas foi apreendida em atividades criminosas, outras entregues voluntariamente e duas mil recolhidas de batalhões da Polícia Militar, após testes que concluíram que as armas estavam obsoletas e sem condições de uso na atividade policial.

Durante a cerimônia, o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), Carlos Cinelli, lembrou que a ação faz parte da Operação Vulcão, que cumpre acordo de cooperação técnica firmada com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Comando do Exército em novembro do ano passado.

“O Exército já faz essa destruição periodicamente, mediante convênio com o Conselho Nacional de Justiça e o Comando do Exército, por meio dos comandos de áreas. Aqui, no Rio, em face do processo de intervenção que estamos vivendo, a destruição têm contorno diferenciado, uma vez que falamos de origens distintas: são armamentos retirados das mãos de criminosos, entregues voluntariamente por colecionadores ou, ainda, recolhidas de alguns batalhões da PM do estado por estarem obsoletas e sem condições de uso”, afirmou.

Prioridade

Segundo o porta-voz, uma das prioridades das forças conjuntas é a apreensão de armamentos pesados atualmente em poder dos traficantes. Neste ano foram retirados de circulação quase 200 fuzis, tanto pela Polícia Militar como pela Polícia Civil. Só na semana passada foram apreendidos quase 10 fuzis, em ação da PM. A ação está inserida em medidas estruturantes necessárias à padronização da logística de armamento e munição das polícias do estado, informou.

Cinelli lembrou que existem hoje, nas mãos da PM, armas de diferentes calibres e diferentes modelos, e que demandando diferentes tipos munições. "Então fica muito difícil de organizar essa logística de distribuição", afirmou.

“O secretário de Segurança tem dito que fuzil na mão de criminosos é um atentado à democracia. Estamos fazendo um esforço muito grande nesse sentido. Também temos dito que os efeitos da intervenção não são de curto prazo: são efeitos de médio e longo prazo e, basicamente, frutos de ações estruturadas que estão sendo priorizados pelo Gabinete de Intervenção. Porque os pequenos roubos de ruas, nas lojas de conveniência e nos postos de gasolina são feitos com armas de pequeno porte, o que também nos preocupa."

O porta-voz do CML garantiu que essas ações emergenciais de retirada de armamento de circulação] acontecem o tempo todo. “O que acontece é que, muitas vezes, pelo impacto e letalidade que o fuzil causa ele concentra mais as atenções. Mas não podemos esquecer que armamentos de pequenos porte, como o revólver a pistola, também causam muitos transtornos e mortes junto à população. Porque os pequenos roubos de ruas, nas lojas de conveniência e nos postos de gasolina são feitos com armas de pequeno porte e que também são frutos de preocupações entre nós”.

De acordo com o porta-voz, os policiais têm tentado [apreender fuzis da melhor maneira possível. “Mas é muito difícil apreender este tipo de armamento em larga escala, porque a técnica de armazenamento por parte da criminalidade não é como no passado, quando centralizavam tudo em uma reserva de armamento único. Hoje eles fragmentam, pulverizam a guarda: então o recolhimento tem sido feito fragmentado", disse.

*Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil

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