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COTIDIANO

‘A guerra é contra o Terror

  •  Estados Unidos das Américas [EUA], Turquia e Israel ocupariam, hoje, uma área de 20% do território da Síria, com 5% da população, conta
  •  Ataques de Donald Trump, Emannuel Macron e Thereza May não obtiveram aval da ONU, nem anuência de seus respectivos parlamentos, diz
  •  Paulo Sérgio Pinheiro revela que não há provas de que o Estado da Síria tenha disparado armas químicas contra civis indefesos, afirma

Estados Unidos das Améri­cas [EUA], Turquia e Israel ocupam, hoje, 20% do ter­ritório da Síria, sob uma popula­ção correspondente a 5% da total, em um flagrante desrespeito ao Direito Internacional, à sobera­nia e independência do País. É o que afirma com exclusividade ao jornal Diário da Manhã, de Goiâ­nia, Goiás, o embaixador no Brasil, Mohamad Khafif.

- Não há guerra civil na Síria. Essa é uma expressão dos grandes conglomerados de comunicação e de mídia ocidentais. A guerra é con­tra o Terror e os terroristas!

O conflito já dura sete anos, in­forma. Grupos radicais financiados por EUA, Israel, além de adversá­rios históricos como Arábia Saudi­ta, Turquia e Catar, aponta. Não exis­tem provas, como diz o diplomata da ONU [Organizações das Nações Unidas], Paulo Sérgio Pinheiro, de que o Estado da Síria tenha dispa­rado armas químicas contra civis indefesos, ataca.

- O Direito Internacional, no conflito contra a Síria, é violado. A guerra é injusta. Violenta.

O diplomata, um ho­mem culto, de forma­ção enciclopédica e inspiração iluminis­ta, um ‘gentleman’, frisa que a Síria é ví­tima de uma conspi­ração mundial. De um ataque feroz, desabafa. Os mísseis disparados pela coalizão internacional EUA, França e Grã-Bretanha, com as invasões de Israel, Turquia e os terroristas querem destruir a in­fraestrutura da Nação, diz.

- Da economia.

Mohamad Khafif, com um sor­riso que emoldura o seu rosto, com tradicional bigode, de forma pausa­da, relata que a Síria aderiu ao Tra­tado de Não Proliferação de Armas Químicas e à Apac. Não possui ar­mas químicas, insiste. Os terroristas seriam os instrumentos que os paí­ses ocidentais e os seus aliados no Oriente Médio se utilizam para ata­car-nos, lamenta.

- A Síria é um País-Fundador das Organizações das Nações Unidas, a ONU, em 1946.

Os ataques autori­zados contra a Síria por Donald Trump [EUA], Emannuel Macron [França] e The­reza May [Grã Bretanha] ocorre­ram sem o aval do Conselho de Segurança da ONU, atira. Sem a anuência de seus respectivos par­lamentos, observa. Na contramão da opinião pública mundial, que exige cessar-fogo, diz. O Direito In­ternacional é pisoteado, fuzila.

- Os aliados da Síria são Rússia, Irã, o Hezbollah, do Líbano. Chi­na e Coreia do Norte constituíram uma sólida relação de amizade com o nosso País. Ao longo dos anos.

O Terror, hoje, na Síria, traz ra­mificações da Al Qaeda–de Osama Bin Laden -, da Irmandade Muçul­mana, de seguidores da Doutrina Wahabita, oriunda da Arábia Sau­dita, destaca. A Irmandade Muçul­mana teria nos suportes do Catar e da Turquia. Dois grupos classifi­cados pelo Conselho de Seguran­ça da ONU como terroristas atuam no País, conta.

- O Estado Islâmico [Isis] e a Fren­te Jahbat Al Nusra, uma ramifica­ção da Al Qaeda.

O Estado Islâmico quer cons­truir um califado islâmico e es­tendê-lo aos cinco continen­tes do Planeta, revela. Um Estado Teocrático, o defi­ne. Com uma interpreta­ção radical do Islã. Assim como facções fundamen­tadas no Wahabismo Ra­dical, que não reconhecem fronteiras existentes entre os países e que lutam para que o mundo adote o islã, à for­ça, atira.

- Eles rotulam os seguidores de outras religiões como ‘apóstatas’.

A Síria luta, hoje, com Bashar al­-Assad, o Exército e a população do País, contra o terrorismo, sublinha. O Estado deflagrou um processo de conciliação para a deposição de ar­mas e à volta da vida normal, regis­tra. É a oferta de paz para o diálogo, insiste. Para encontrar uma solução entre os sírios, sem interferência ex­terna, com soberania, conceitua.

- Bashar al-Assad anunciou de­cretos de anistia para quem depôs as armas e queria voltar à vida de antes, normal. Sem der­ramamento de sangue.

O embaixa­dor da Síria no Brasil, Moha­mad Khafif, diz que existem, em seu País, eleições regulares, o fun­cionamento dos três poderes – Exe­cutivo, Legislativo e Judiciário -, uma Constituição, partidos políticos de situação e de oposição, liberdade de credo e de religião, a realização de consultas populares, com plebis­citos, um parlamento com 20 siglas.

- Com eleições presidenciais e para o parlamento. Assim como para os municípios.

Médico com formação em Of­talmologia, com especialização em Londres, Bashar al-Assad venceu, em 2014, as eleições presidenciais, com dois adversários políticos, é um homem culto, de linhagem nacio­nalista, em sua versão reformista, que possui livre trânsito com a po­pulação civil e que conta com 10 partidos políticos em sua coaliza­ção governamental, frisa.

- A estratégia, hoje, é atacar os ter­roristas e expulsar do território da Sí­ria os países invasores: Estados Uni­dos das Américas, Turquia e Israel.

A Síria possui uma área de 185.180 km², 23 milhões de ha­bitantes, um PIB [Produto Inter­no Bruto, a soma de todas as ri­quezas produzidas no País] que teve crescimento de 1,2%, ape­sar da guerra, no exercício eco­nômico e financeiro de 2017, tem o nome oficial de República Ára­be da Síria, a capital é Damasco, sob uma República Presidencia­lista, informa.

- A divisão administrativa é em 14 distritos. Não é uma ditadura. Como propagam os grandes conglo­merados de comunicação ocidentais.

É localizada no Oriente Médio, Ásia. As suas principais cidades são Damasco, Aleppo, o centro econô­mico e industrial, Homs e Al La­dhiqiyah. Idiomas: árabe [Oficial] e o curdo. Religiões: o Islamismo é hegemônico. Apesar de existirem cristãos: ortodoxos, católicos, pro­testantes. A economia do País é di­nâmica, relata o atual embaixador da Síria no Brasil.

- A população residente em área urbana: 54,5%. Em área rural: 45,5%.

A economia nacional tem na ex­ploração de petróleo e gás natural as principais fontes de receitas, des­taca. Além da agricultura, pontua. Com o cultivo de azeitona, frutas, legumes, verduras e algodão, diz. A indústria é fundada nos seguintes segmentos: químico, petroquímico, couro, têxtil e alimentício, apresen­ta os indicadores o diplomata sírio Mohamad Khafif.

- Mesmo assim, o Estado Islâmico já está com os dias contados. O Isis­dá os seus últimos suspiros em ter­ritório sírio...

Não há previsão de tempo neces­sário para reconstruir a rede de in­fraestrutura do País destruída pela guerra contra o Terror e as ocupa­ções de EUA, Israel e Turquia, cal­cula. O diplomata quer atrair capi­tal do Brasil para investir na Síria. Um mercado aberto, explica. Para investimentos privados, projeta. O seu foco é também a comunidade árabe no Brasil.

- A ideia é formular um convi­te aos países amigos. Como o Brasil.

 Estado Islâmico já está com os dias contados. O Isis dá os seus últimos suspiros em território sírio Mohamad Khafif   Aliados da Síria são Rússia, Irã, o Hezbollah, do Líbano. China e Coreia do Norte Mohamad Khafif   Não há guerra civil na Síria. Essa é uma expressão dos grandes conglomerados de comunicação e de mídia ocidentais Mohamad Khafif

CRONOLOGIA

2 Grupos terroristas:

Al Qaeda e Al Nusra

3 Países agressores: EUA, Israel e Turquia

5Aliados: Rússia, Irã, Hezbollah, China e Coreia

7 Anos. Duração do conflito

10 Partidos políticos compõem Governo

23 Milhões de habitantes

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