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PM reage às críticas de delegados sobre TCOs

A reação dos delegados da Polícia Civil de Goiás em relação à autorização dada pelo governador José Eliton e, tam­bém, pelo presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Gilberto Mar­ques Filho, para que a Polícia Mili­tar, também, proceda a realização dos Termos Circunstanciados de Ocorrências, os chamados TCOs, não foi bem recebida pelas entida­des da PM em Goiás. Várias dessas entidades se reuniram para criti­car a declaração dos delegados que afirmam que os TCOs somente te­rão validade se forem ‘convalidados’ pela própria Polícia Civil.

Para o presidente da Associa­ção dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar & Bombeiro Mi­litar de Goiás (Assego), subtenen­te Luis Cláudio Coelho de Jesus, o registro dos TCOs pelos PMs signi­fica desburocratizar a ação policial e dar uma prestação de serviços de qualidade para a população. “É isso que a sociedade merece e precisa”, diz. Para ele, é preciso repudiar a de­claração dos delegados, quando es­tes dizem que os TCOs só terão vali­dades se forem legitimados por eles.

Para o tenente-coronel Alessan­dri Rocha de Almeida, presidente da Associação dos Oficiais da Po­lícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof), os delegados de­fendem, com as suas declarações, apenas a chamada reserva de mer­cado. “Estão, na verdade, preocu­pados com seus umbigos. Nós, não, estamos preocupados com a pró­pria população”, afirma.

De acordo com Alessandri Ro­cha, a lavratura de TCOs, também, pela Polícia Militar, significa a reali­zação da ‘Polícia de Ciclo Comple­to’, que tem levado vários benefícios para a população, entre eles, o aten­dimento ao cidadão no local da in­fração, não havendo a necessidade de deslocamento até uma delega­cia, muitas vezes situadas em outro município, que não o dele.

A mesma questão, também, é reiterada pelo presidente da As­sociação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros de Goiás, Gilberto Cândido de Lima. No mesmo dia da prisão de Ales­sandri, Gilberto Lima afirma que o deslocamento das viaturas, às ve­zes, de uma distância muito gran­de, faz com que a presença do poli­cial militar nas ruas deixe de existir.

Para ele, em Goiânia só existe uma Central de Flagrantes e qua­se sempre uma fila muito gran­de, enorme, de viaturas paradas esperando para serem atendidas. “Às vezes, por um único delegado no local. Isso faz com que os poli­ciais deixem de fazer o seu traba­lho de policiamento, prejudicando o atendimento a população”.

Para Gilberto, é preciso que se tenha a responsabilidade de re­solver os problemas de segurança pública em Goiás e não o contrá­rio. Gilberto lembra, ainda, que os TCOs já são realizados pela Polícia Militar já há algum tempo.

Gilberto Cândido lembra que a lavratura é extremamente positi­va porque manterá o aparato po­licial em sua área de atuação, não em filas e deslocamentos até as de­legacias, fazendo com que os poli­ciais deixem de prevenir os crimes nos locais em que deveriam estar. “É preciso acabar com essas picui­nhas. A sociedade não pode pagar o preço que está pagando com o ex­cesso de burocracia”.

ECONOMIA

Segundo o presidente da Asse­go, Luis Cláudio Coelho de Jesus, a aplicação dos TCOs pela Polí­cia Militar, implica em uma maior economia e racionalização de re­cursos. Na verdade, economia de milhões de reais aos cofres públi­cos, com gasolina e as horas dos policiais nos deslocamentos, nas paradas nas delegacias, entre ou­tros. “Deixa-se, com isso, ainda, a liberação da Polícia Civil para a in­vestigação de crimes de maior gra­vidade”, pondera.

Para Alessandri da Rocha, a la­vratura de TCOs por parte de PMs não é novidade no Brasil. Esta­dos como Santa Catarina, Para­ná e Rio Grande do Sul já reali­zam este procedimento há mais de dez anos. A medida, garante ele, ‘gera uma redução do tempo de envolvimento dos policiais nas ocorrências, possibilitado a am­pliação de ações de caráter pre­ventivo e não somente de respos­tas às solicitações’.

Luis Cláudio Coelho, da Asse­go, lembra que mais de 250 PMs treinadores já foram formados em Goiás para serem os multiplicado­res de novos policiais, com a reali­zação de cursos regionais sobre as lavraturas dos termos circunstan­ciados de ocorrências. “A autoriza­ção é, de fato, uma oportunidade para se otimizar os serviços pres­tados pela Segurança Pública em Goiás, a economia de todo o pro­cesso e, lógico, a valorização do policial militar”, declara.

A elaboração dos TCOs pelos policiais militares tem apoio de vá­rias entidades nacionais, entre elas a Associação Nacional dos Mem­bros do Ministério Público; a As­sociação Nacional dos Procura­dores da República; do Conselho Nacional dos Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, da Federa­ção Nacional dos Policiais Fede­rais; da Associação Nacional de Praças , além de outras entidades.

Estão, na verdade, preocupados com seus umbigos. Nós, não, estamos preocupados com a própria população Alessandri Rocha de Almeida

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