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As fraudes do Inmetro

A Polícia Federal, na madru­gada de ontem, terça-feira (6), deu início à execução de 17 mandados contra fiscais do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Goiás e empresários. De acordo com a PF, os fiscais recebiam propi­na dos donos de postos para omitir adulterações na venda de combus­tíveis em Goiânia e no Estado. O su­perintendente do Inmetro foi afas­tado após investigações apontarem seu envolvimento com o esquema.

A operação, denominada Fiel da Balança, foi deflagrada na ma­drugada e ocorreu na capital, Inhu­mas, Caturaí, Pires do Rio, Caldas Novas, e Aparecida de Goiânia. Se­gundo a Polícia Federal, os postos investigados ofereciam quantida­de de combustível inferior à paga pelo consumidor. A PF também conta com o apoio da Polícia Civil na execução dos mandados.

Para a realização da operação, foram expedidos 17 mandados em Goiânia e em cinco cidades do Es­tado. André Abrão, superintenden­te do Inmetro, foi afastado por obs­truir as investigações e, em nota, o órgão informou que os demais fun­cionários investigados também se­rão afastados. “O órgão está sempre em consonância com o trabalho da Polícia Federal, respeita as decisões da Justiça e fiscaliza fora e dentro da instituição”, conclui a nota.

Segundo a corporação, cerca de 60 policiais das duas institui­ções cumprem quatro mandados de prisões temporárias expedidos pela Justiça Federal, contra fiscais do instituto, além de 13 expedidos pela Justiça Estadual contra donos de postos e mecânicos de bom­bas de combustíveis. Os presos na operação devem ser levados para a Superintendência da Polícia Fe­deral em Goiás, que fica no Setor Bela Vista, na região sul de Goiânia.

OBSTRUÇÃO

“Em outubro do ano passa­do, deflagramos uma operação para apurar fraudes na fiscaliza­ção de postos de combustíveis. Depois disso, pedimos um re­latório desses estabelecimentos ao Inmetro. É o superintenden­te impediu que esses relatórios que comprovam as irregularida­des fossem encaminhados para a Polícia Federal”, disse o delegado da PF Antônio Santos.

Além disso, segundo o delega­do, o superintendente informava sobre o andamento das apura­ções aos suspeitos. “Ele chegou a informar a um dos fiscais do Inmetro que ele estava sendo in­vestigado pela polícia”, disse. O presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo, informou que o afastamento ocorreu com base em decisão judicial. “Um novo superintendente já foi no­meado e o órgão segue funcio­nando normalmente. Estamos combatendo a corrupção fora e dentro do Inmetro”, afirmou.

APREENSÕES

Durante a operação, a Polícia Ci­vil cumpriu dez mandados de con­dução coercitiva contra donos de postos e técnicos de manutenção de bombas de combustíveis. Equipa­mentos utilizados para adulteração das bombas foram apreendidos.

“Na casa de um dono de pos­tos, em Inhumas, encontramos várias placas e controles que eram utilizados para fraudar a quantidade de combustível ven­dido. Com ele também encon­tramos uma arma e ele acabou preso em flagrante por posse de arma”, explicou o delegado We­bert Leonardo.

Ainda segundo o delegado, a propina paga aos fiscais variava entre R$ 300 e R$ 500. “Os fiscais do Inmetro não só não fiscali­zavam os postos como também entregavam lacres para os do­nos deles.” Os donos de postos vão responder por crime contra as relações de consumo. Eles vão ser investigados também por cor­rupção ativa e passiva.

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