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Epidemia de obesidade no Brasil pode ser combatida com vários tratamentos

A epidemia de obesidade no Brasil vem preocupando profissionais da saúde e fez a Agência Nacional de Saúde e mais 37 planos privados se unirem em um programa que visa identificar e incentivar os pacientes obesos a mudarem os hábitos, visto que mais de 50% dos brasileiros estão acima do peso e 20% deles já são obesos, segundo o Ministério da Saúde. Em dez anos, a doença avançou em todas as faixas etárias, mas quase dobrou entre jovens de 18 a 24 anos – de 4,4% para 8,5%. Cerca de R$ 488 milhões são gastos com obesidade anualmente pelo Sistema Único de Saúde.

Para o médico gastroenterologista Luiz Henrique Filho, a doença crônica deve ser tratada de maneira multidisciplinar e, para cada paciente existe um tratamento mais adequado. “Os mais comuns hoje são a cirurgia bariátrica, o balão intragástrico e a gastroplastia endoscópica, procedimento menos invasivo que é novidade em Goiânia”, afirma o médico.

Cada tratamento tem suas indicações e possibilidades. A cirurgia bariátrica, já bem conhecida, é uma intervenção para redução do tamanho do estômago do paciente, indicada para pacientes com obesidade avançada e com pós-operatório que demanda cuidado intenso com a alimentação, mas com grande perda de peso que deve ser controlada para manutenção após o primeiro ano. Já o balão intragástrico de silicone – com resultados no Brasil reconhecidos na ObesityWeek 2017, em Washington (EUA) -, é indicado para pessoas com IMC maior ou igual a 27 kg/m2 e sua colocação é feita sob acompanhamento endoscópico, com o paciente sedado por anestesista com tempo máximo de permanência de seis meses com acompanhamento médico mensal.

“Assim como o balão, a gastroplastia endoscópica é feita por endoscopia, sem cortes ou incisões no abdome e consiste na realização de pontos de sutura no estômago, fazendo com que ele assuma um formato tubular, reduzindo em até 60% o seu volume inicial. Os riscos de complicações são mínimos, a recuperação é rápida e a perda é de cerca de 20% do peso”, afirma o médico Luiz Henrique de Sousa. Vale lembrar que, em qualquer tratamento para o sobrepeso e a obesidade, o seguimento com equipe multidisciplinar, incluindo médico, nutricionista, psicólogo, educador físico, dentre outros profissionais, é fundamental para a perda de peso mantida a longo prazo.

A psicóloga Núbia Bernaldo explica que não existe um perfil psicológico único para os pacientes que buscam as cirurgias. “O que se percebe é um sofrimento psicológico intenso com comorbidades nas áreas psicológicas da autoestima, da autoimagem corporal, dos transtornos de ansiedade, dos sintomas depressivos significativos e distúrbios do comportamento alimentar. E o acompanhamento busca tornar o paciente mais consciente de si mesmo, de suas escolhas, desenvolvendo recursos internos para suportar a frustração da ausência do alimento como fonte de prazer e defesa psicológica”, afirma.

A atividade física também é uma aliada para perda de peso, mas normalmente os pacientes obesos ou com elevado percentual de gordura, que tentaram emagrecer e não conseguiram, chegam desmotivados e com baixa autoestima. “Após a cirurgia, o paciente pode realizar todos exercícios aeróbicos (bike, caminhada, corrida), exercícios de força (musculação). Após liberação médica também pode fazer exercícios de lutas e abdominais. A cirurgia é altamente eficaz, mas, o sucesso dela depende do empenho, da vontade de querer mudar de cada paciente”, finaliza a educadora física, Thaise Morbeck.

(Foto: ilustrativa)

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