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Funerárias clandestinas mutilavam corpos para caberem nos caixões 

Foto:  Rafaela Felicciano/ Metrópoles


A segunda fase da Operação Caronte, que investiga a máfia das funerárias no Distrito Federal, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (17/11). A Polícia Civil (PC) apontou médicos, funcionários de hospitais, empregados e donos de funerárias, assim como um agente aposentado da PC como integrantes do grupo. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, assim como onze conduções coercitivas. De acordo com o delegado Marcos Paulo Loures, várias empresas de serviços póstumos “terceirizavam” as funções para organizações clandestinas.

Conforme informações do responsável pela operação, os criminosos atuavam como “açougueiros”. Para que o sangue fosse retirado dos corpos eles penduravam os cadáveres de cabeça para baixo. “Pior que isso, corpos seriam mutilados, com pernas cortadas, para caberem nos caixões”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, uma das empresas clandestinas em um dia de bastante demanda, acumulou 30 corpos nus deitados no chão. “Os relatos dão conta de que as vísceras entupiam e contaminavam a rede de esgoto”, comentou. Além disso, o transporte destes corpos eram feitos em condições insalubres.

Mesmo com o precário serviço prestado, as funerárias cobravam em alguns caso em torno de R$ 14 mil, por um atendimento atencioso e de qualidade.
Investigação

Na ação da Polícia Civil, 37 rádio transmissores com programação na frequência usada pelas forças de segurança foram apreendidos, assim como carros funerários que não eram autorizados a fazerem o transporte de corpos, documentos e computadores. Ao menos vinte funerárias, clínicas e residências de suspeitos foram investigadas. O grupo criminoso era formado por médicos, funcionários de hospitais, empresários e até um policial civil aposentado.

Por terem médicos e funcionários de hospital envolvidos, o grupo tinha acesso ao local onde alguma pessoa havia morrido antes de especialistas do Instituto Médico Legal (IML). Com isso, aproveitavam-se do momento de fragilidade dos familiares e fechavam negócio.

Na argumentação, os criminosos falavam que se o cadáver fosse levado ao IML seria cortado pelos peritos e que os serviços prestados por eles eram “menos dolorosos”. Além disso, a organização prometia a gratuidade do atestado de óbito. No entanto, já estava contabilizado no valor do velório e enterro.

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