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Ocupação somente após apuração

Outros vereadores de Goiânia colocaram dúvidas sobre a conveniência da aprovação de todos os alvarás de construção e ocupação emitidos pela prefeitura para o empreendimento Órion Business & Health Complex, erguido na confluência das avenidas Portugal e Mutirão, no Setor Marista. A discussão foi aberta pelo vereador Carlim Café (PPS), que suscitou um debate sobre o que foi aprovado e o que os empreendedores produziram de efeitos mitigadores dos impactos de trânsito e vizinhança.

“Primeiramente é preciso que se diga que ninguém é contra o progresso para nossa cidade e nem para empreendimentos que tragam avanço tecnológico, empregos e divisas para Goiânia. Entretanto, é preciso olhar com muita atenção para os problemas que vão surgir com essas obras porque amanhã a população vai cobrar dos vereadores que foram escolhidos por essa sociedade para exercer fiscalização”, comentou o vereador. Carlim Café é presidente da Comissão de Habitação e Urbanismo e foi o autor da proposta para criação da Comissão Especial de Investigação encarregada de “fiscalizar todos os atos do Executivo, bem como do Processo Administrativo que ensejou as concessões de alvarás para o empreendimento”.

Ele explicou que “não se trata de qualquer denúncia ou que alguém esteja dizendo que há alguma irregularidade no processo”, frisa. Todavia, pontua o vereador, “é preciso esclarecer pontos sobre os quais ainda pairem dúvidas, como o impacto de trânsito, a contrapartida de se fazer o viaduto, a questão da galeria pluvial e tudo o que se relaciona ao impacto que o complexo irá provocar”, porque “essa é a função do vereador”. Os investimentos realizados e os benefícios gerados são inegáveis, avalia, mas é preciso “dirimir as dúvidas”.

Para a vereadora Sabrina Garcêz (PMB), uma das subscritoras da proposta para criação da comissão fiscalizadora, o momento é de dar satisfação plena para a população porque o local é nobre, movimentado e eixo de ligação com regiões densamente habitadas da cidade. “É preciso lembrar que os impactos serão muito grandes e nunca é tarde para discutir as medidas que vão sanar os problemas provocados. Esses impactos precisam ser solucionados pelos empreendedores que vão lucrar com a obra e não pelo Poder Público, que terá ainda mais ônus com o que virá depois da entrada em funcionamento”, frisa.

Sabrina busca exemplos em outros empreendimentos que não tiveram o mesmo cuidado dos vereadores no passado e que provocaram grandes impactos e que contribuíram para que o trânsito em Goiânia ficasse ainda mais caótico como é na atualidade. “Somos os representantes da população para pensar de forma ordenada como a cidade vai servir a todo mundo e não apenas aos empresários que visam lucro. Trafegar de forma descomplicada, ter acesso aos vários setores de Goiânia e garantir uma qualidade de vida para nossa população é nossa responsabilidade e não vamos abrir mão disso”, resume.

Investimentos

Outro que aderiu ao pedido de investigação e concorda com uma apuração rigorosa é o vereador Wellington Peixoto (PMDB), que pretende garantir uma atuação isenta dos vereadores com o mesmo direito de explicação e transparência para os empreendedores que fizeram o complexo Órion. “São 50 andares, com consultórios, salas comerciais, hospital, centros cirúrgicos, lojas e até um hotel com 260 unidades e dois restaurantes. Sem falar em um Centro de Convenções com capacidade para 600 pessoas. Tudo isso vai provocar um colossal impacto que as pessoas que vivem e trabalham ali próximo e as que transitam por ali para ir para outros bairros ainda não se tocaram. Ficar esperando sinaleiros abrirem para transitar é uma situação difícil de conceber”, comentou.

Wellington Peixoto também é entusiasta da proposta de chamar os empreendedores para que façam mais em medidas mitigadoras dos impactos, principalmente de trânsito no local. “É impensável deixar para que a prefeitura faça o que deve ser feito depois. Dinheiro público deve ser gasto em serviços que beneficiem a coletividade e não um grupo de empresários”, finaliza.

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