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Saúde inova ao monitorar Aedes com armadilhas

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) dá um passo significativo para monitorar os índices de infestação do Aedes aegypti e, desta forma, diminuir os casos das doenças transmitidas pelo mosquito, em especial dengue, zika e chikungunya. Em agosto deste ano, a SES-GO começou a desenvolver uma pesquisa com o uso de armadilhas para a captura do Aedes na fase adulta, quando acontece a postura de ovos e a proliferação do vetor. A técnica, considerada inovadora, está sendo efetivada em cinco municípios-pilotos localizados em diferentes regiões do Estado, selecionados estrategicamente pela SES-GO.

O coordenador-geral de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da Superintendência de Vigilância em Saúde da SES-GO, Marcello Rosa, destaca que o uso de armadilhas para monitoramento dos índices de infestação do Aedes aegypti representa um avanço ao procedimento adotado atualmente em todo o País. Desenvolvida desde a década de 1970, a técnica ainda realizada para o monitoramento consiste na efetivação de visitas domiciliares e de um levantamento do índice de infestação a cada dois meses.

Atualmente, acrescenta Marcello Rosa, as intervenções para bloqueio da área ocorrem, na maioria das vezes, quando há casos de doenças transmitidas pelo Aedes. A estruturação de uma rede de armadilhas e a captura contínua de mosquitos, conforme diz, possibilita um conhecimento mais imediato do problema e agilidade às intervenções.

A pesquisa

Marcello Rosa informa que foram selecionados para o monitoramento com o uso da rede de armadilhas os municípios de Mineiros, Morrinhos, Nerópolis, Porangatu e Posse. Tais municípios, de acordo com os dados da SES-GO, têm índices mais elevados do Aedes e incidências mais significativas das doenças. Para realizar o monitoramento, a SES-GO adquiriu 400 armadilhas. Estes equipamentos foram instalados (pendurados) em agosto do ano passado nas residências, em pontos onde normalmente há a presença do Aedes, entre os quais pontos próximos a cisternas, tanques, caixas d´água e árvores.

Para fazer o monitoramento a SES-GO utilizou a tecnologia de georreferenciamento, com a divisão dos municípios em partes distintas. Em uma das áreas está sendo feito o trabalho convencional, de limpeza dos focos e bloqueio com o uso de inseticidas por meio de bombas costais. Na outra área foram instaladas as armadilhas. Marcello Rosa antecipa que os resultados do uso da rede de armadilhas serão conhecidos a médio e a longo prazo. Em agosto deste ano, quando se completa um ano do monitoramento inovador, as equipes vão comparar os resultados das duas técnicas.

A armadilha 

A armadilha para a captura do Aedes é um recipiente pequeno e escuro, semelhante a um balde, com um espaço ao fundo reservado para a colocação de água. Este espaço é tampado, o que impede o contato do inseto com a água e a proliferação. O recipiente também tem uma tela e um cone que impedem a saída do mosquito. “O Aedes, sobretudo a fêmea grávida, é atraído à armadilha à procura de água, mas não consegue sair dela”, destaca Marcello Rosa.

O coordenador de Vetores da SES-GO acentua que a armadilha será usada exclusivamente para monitoramento, por profissionais de saúde devidamente habilitados. Ele explica que a população não deve, em hipótese alguma, utilizá-la como estratégia de prender o mosquito. “As armadilhas serão instaladas, manuseadas, higienizadas e inspecionadas exclusivamente pelas equipes”, enfatiza.

Casos 

Os índices de infestação do Aedes tiveram uma sensível elevação em janeiro e fevereiro e uma queda no mês de março. Os dados da SES-GO mostram uma redução dos casos de dengue superior a 75% em neste ano em relação ao mesmo período de 2016. De janeiro a 25 de março foram notificados 21 mil 602 casos da doença. Marcello Rosa credita os bons resultados ao desenvolvimento contínuo da operação Goiás contra o Aedes, efetivada a partir de dezembro de 2015.

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