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Balança comercial registra queda de 19%

Na quarta semana de março de 2017, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,602 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 4,453 bilhões e importações de US$ 2,851 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 15,982 bilhões e as importações, US$ 10,525 bilhões, com saldo positivo de US$ 5,457 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 46,363 bilhões e as importações, US$ 33,627 bilhões, com saldo positivo de US$ 12,736 bilhões. Quanto ao grupo das carnes, a média diária de exportações da quarta semana foi de US$ 50,5 milhões, com queda de 19% menor em relação ao valor registrado até a terceira semana de março (US$ 62,2 milhões).

Análise da semana

A média das exportações da quarta semana (US$ 890,6 milhões) foi 0,4% acima da média até a terceira semana (US$ 886,9 milhões) em razão do aumento nas exportações de produtos básicos (+3,9%, por conta de soja em grãos, minério de ferro, cinzas e resíduos de metais preciosos, mel natural). Caíram as vendas de produtos semimanufaturados (-15,5%, em razão de açúcar em bruto, ferro-ligas, semimanufaturados de ferro/aço, couros e peles, alumínio em bruto) e manufaturados (-0,7%, em razão de laminados planos de ferro/aço, óleos combustíveis, hidrocarbonetos e seus derivados halogenados, óxidos e hidróxidos de alumínio, tubos de ferro fundido).

Nas importações, houve queda de 3,4%, sobre igual período comparativo (média da quarta semana, de US$ 570 milhões, sobre média até a terceira semana, de US$ 590 milhões), explicada, principalmente, pela diminuição nos gastos com equipamentos eletroeletrônicos, equipamentos mecânicos, combustíveis e lubrificantes, plásticos e obras, aeronaves e peças, instrumentos de ótica e precisão.

Análise do mês

Nas exportações, comparadas as médias até a quarta semana de março de 2017 (US$ 887,9 milhões) com a de março de 2016 (US$ 726,9 milhões), houve crescimento de 22,1%, causado, principalmente pelo aumento nas vendas das três categorias de produtos: básicos (+35,8%, por conta, principalmente, de minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grão, carnes de frango, suína e bovina, café em grão), manufaturados (+10,9%, em razão de automóveis de passageiros, veículos de carga, tubos flexíveis de ferro e aço, óleos combustíveis, hidrocarbonetos e seus derivados halogenados, açúcar refinado) e semimanufaturados (+4,4%, por conta de semimanufaturados de ferro e aço, celulose, ferro fundido, ouro em forma semimanufaturada, borracha sintética e artificial).

Nas importações, a média diária até a quarta semana deste mês (US$ 584,7 milhões) ficou 11,3% acima da média de março do ano passado (US$ 525,5 milhões). No período, cresceram os gastos, principalmente, com bebidas e álcool (+120,3%), eletroeletrônicos (+30,3%), combustíveis e lubrificantes (+28,6%), adubos e fertilizantes (+16,6%) e químicos orgânicos e inorgânicos (+12,9%).

Exportações de carnes

No grupo das carnes, a média diária de exportações da quarta semana de março, que teve cinco dias úteis, foi de US$ 50,5 milhões e ficou 19% menor em relação à média diária registrada até a terceira semana de março (US$ 62,2 milhões). Já a média diária de exportações do mês de março, que teve 18 dias úteis, foi de US$ 59 milhões, o que representa um aumento de 7,1% em relação à média diária de março do ano passado (US$ 55 milhões) e uma redução de 3,7% em relação à média de fevereiro deste ano (US$ 61,3 milhões).

Os três tipos de carnes foram embarcados na semana, sendo 60% de aves, 27% de bovinos, 10% de suíno e 3% de tripas e miúdos em geral. Quanto aos destinos, observa-se elevada diversidade, com exportações para 108 países na semana, principalmente para Arábia Saudita (12% do total da semana), Rússia (10%), Hong Kong (9%), Japão (8%), China (8%), Emirados Árabes (6%), Países Baixos (5%), Egito (4%), Estados Unidos (3%), Irã (3%) e Alemanha (2%).

Prejuízos de U$$130 milhões

As indústrias exportadoras de carne bovina, carne suína e frango perderam US$ 136 milhões após as investigações da Operação da Carne Fraca, segundo associações do setor. As revelações levaram ao fechamento de diversos mercados que compravam produtos brasileiros no exterior, segundo as associações do setor. A operação investiga um esquema de fraude na produção e comercialização de carne no Brasil.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o valor das mercadorias impedidas de embarcar no Porto de Santos, em carne bovina, totaliza US$ 96 milhões. Já no setor de carne suína e frango, as perdas chegaram a US$ 40 milhões, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

"Carne Fraca" traz preocupação ao mercado de frango

O mercado brasileiro para a carne de frango foi pego de surpresa pela Operação "Carne Fraca", deflagrada pela Polícia Federal e que investiga o pagamento de propinas por parte de grandes empresas para fiscais agropecuários.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o quadro é bastante preocupante uma vez que em um ano de recessão econômica haveria grande dependência das exportações para formação de receitas do setor. O mês de março já contabiliza um grande prejuízo no que tange às exportações. Diversas empresas começam a desacelerar a produção, com perspectiva de demissões ou mesmo férias coletivas nas próximas semanas. Os preços no mercado interno acabaram cedendo.

"O quadro é bastante delicado e exige uma atuação bastante efetiva do governo e das entidades que regem o setor", avalia o analista. A investigação da Polícia Federal em 21 frigoríficos é sobre condutas de agentes públicos ligados à fiscalização da parte burocrática das mercadorias, e não sobre a qualidade dos produtos cárneos consumidos no mercado interno ou exportados. O esclarecimento foi feito pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) durante entrevista a correspondentes estrangeiros por videoconferência.

Maggi destacou também que o governo federal está agindo com total transparência desde o momento em que a PF desencadeou a Operação Carne Fraca, na última sexta-feira. "Estamos mostrando tudo o que está sendo investigado e as providências que estamos tomando."

O ministro assinalou ainda que todos servidores citados pela PF foram afastados de suas funções. De acordo com Maggi, hoje cerca de 5 mil contêineres com produtos cárneos brasileiros estão em navios indo para portos de países importadores. "Já identificamos os contêineres pertencentes a empresas citadas na operação e pedimos para retorná-los ao Brasil antes mesmo de chegar aos portos de destino. Segundo ele, o número de embarcações com produtos dos frigoríficos envolvidos na investigação é pequeno.,

Maggi reiterou que o controle de sanidade animal do país é eficiente e robusto. "A investigação não põe em dúvida a qualidade das carnes brasileiras nem o sistema de rastreabilidade." Ao mesmo tempo, ressaltou que o Ministério da Agricultura está desenvolvendo ações para dar ainda mais garantias sobre a sanidade e a qualidade das carnes e derivados.

"Estamos com uma força-tarefa nas plantas frigoríficas citadas, e também nas demais, repassando todo o nosso sistema para ter certeza absoluta de que o que aconteceu está restrito à parte burocrática."

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