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Morte de gatos no setor Universitário intriga polícia

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) recebeu, na tarde de quinta-feira (11), um chamado da Rua 237 no Setor Leste Universitário para investigar a morte por envenenamento de alguns gatos da região.

Os animais faziam parte de uma colônia de felinos que ficam em uma casa abandonada sob responsabilidade de uma Organização Não Governamental (ONG) protetora dos animais.

A administradora do grupo S.O.S Peludos Gyn, Flavia Arantes de Moraes, afirmou ter feito a denúncia após ela e uma colega acharem os corpos de dois dos gatos pela rua.

Ela também conta que, antes destes, outros dois gatos já haviam sumido e seus corpos não foram encontrados. “Tem uns seis meses que cuidamos dos gatos. Há 20 dias dois dos gatos sumiram. Encontramos os outros dois mortos, na madrugada de ontem”, conta.

O titular da delegacia do Dema, Luziano Severino de Carvalho, afirmou ter mandado agentes para verificar a situação, porém, não encontraram os corpos dos gatos. “Eu até mandei gente pra lá, mas não acharam os corpos, como é que faz? Falei com a menina [Flavia] e disse pra ela abrir a denúncia junto com a suspeita para a gente investigar”, diz.

Flavia afirmou que não foi informada sobre a necessidade de recolhimento dos corpos e que, por isso, não os recolheu.

Valquíria Dias Sodré, moradora do local e participante da ONG, colocou o corpo de um dos gatos dentro de uma sacola plástica e o deixou escorado em uma árvore próxima a sua casa.

Ela conta que cuida dos gatos todos os dias, e que já ganhou até uma certa fama no local: “O povo aqui não entendia o que a gente estava fazendo. Eles achavam que eu queria acumular gatos aqui [na rua], mas todos eles são castrados. Nós pegamos os gatos, castramos, vacinamos e colocamos para a adoção”, conta Valquíria.

Ainda não se sabe que veneno causou a morte dos gatos, mas as responsáveis pela ONG acreditam que tenha sido o popular “chumbinho”. “Acreditamos nisso por causa da forma os corpos dos gatos foram encontrados, já rígidos e com as bocas espumando”, conta Flavia.

Como todos os moradores acabavam dando comida para os bichanos, Valquíria e Flavia suspeitam que o responsável pela morte dos gatos possa ser um dos vizinhos e por isso elas passaram a tentar evitar deixar os gatos comerem coisas jogadas por outras pessoas.

Valquiria até cita que, certa vez, uma vizinha ameaçou matar os bichinhos. “Quando alguém fala uma coisa dessas, ele já expõe a possibilidade de fazê-la”, afirma a protetora, indignada.

Flavia conta que a mesma pessoa agrediu um dos participantes da ONG enquanto eles faziam um movimento de conscientização.

A moradora do setor Universitário Júlia Marie afirma que existem muitas histórias no bairro sobre agressão contra animais. “Quando a Cleo sai do apartamento corro para encontrá-la o mais rápido possível.  Fico preocupada, não quero que ninguém faça mal contra nossa gata”, diz a estudante. Júlia afirma que o bairro é muito visado e que as pessoas deixam gatos abandonados nas proximidades. “Tomara que a polícia faça um bom trabalho de investigação e mais faça cumprir a lei: matar animal doméstico é crime”, diz Júlia.

[tps_header]Matar animais é crime[/tps_header]


Ainda na quinta-feira, os membros da ONG se reuniram junto com profissionais da polícia e distribuíram panfletos para conscientizar os moradores da região sobre a gravidade que é matar os animais. O manifesto rondou a rua inteira, além de locais próximos.

Nos panfletos distribuídos pela ONG constava a lei 9.605/98. Esta lei cita em seu artigo 32 que “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” é crime e pode ter pena que varia de três meses a um ano, além da multa. Caso ocorra a morte do animal, esse tempo de detenção pode aumentar de um sexto a um terço.

Além de citar a lei de proteção aos animais, o panfleto também lembra que é proibido possuir produtos químicos que causem risco a saúde ambiental e pessoal.

No panfleto consta: “A lei 41/1989 proíbe: 'VI – utilizar, aplicar, comercializar, manipular ou armazenar pesticidas, raticidas, fungicidas, inseticidas, agroquímicos e outros cogêneros, pondo em risco a saúde ambiental, individual ou coletiva, em virtude do uso inadequado ou inobservância das normas legais, regulamentares ou técnicas, aprovadas pelos órgãos competentes ou em desacordo com os receituários e registros pertinentes’”.

O que fazer quando um animal morre?


A atitude tomada por Valquíria ao colocar o corpo do felino na sacola plástica e jogá-lo no "lixo" não  foi correta. Mesmo que praticado por inocência, deixar os animais expostos e se decompondo em via pública é algo que pode causar mal ao bairro e às pessoas que nele residem, já que os caminhões de coleta de lixo não  estão autorizados a pegar estes  animais.

Caso uma fatalidade como a citada nesta reportagem aconteça com algum de seus bichinhos, há três alternativas que podem ser efetuadas:

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1) Procure a Comurg: Com o objetivo de evitar o descarte de animais em lugares impróprios, a Comurg disponibilizou gratuitamente a coleta dos corpos de animais de pequeno e grande porte. Caso o animal seja pequeno, como cachorros e gatos, seu corpo será recolhido cerca de 2h após o pedido de recolhimento.

Já se o animal for grande, como cavalos e vacas, será disponibilizados uma pá mecânica e um caminhão para o transporte do corpo. Sempre que necessário a Comurg envia uma equipe de coleta de lixo hospitalar para realizar o recolhimento.

Independente do porte do animal, assim que recolhidos eles são levados para o aterro sanitário da capital.

Os telefones de contato para o recolhimento são:  (62) 3524-8555, Whatsapp: (62) 8596-8555 ou pelo 156.

2) Cemitério de animais: apesar de serem muito raros no estado, para aqueles que preferem dar um "enterro" a seu bicho de estimação existe a opção de levá-los a esses cemitérios específicos. Lá o corpo do animal é cremado e colocado dentro de uma urna, que pode ser guardada no lugar ou entregue a seu dono.

3) Enterrar por conta própria: caso o dono queira também pode enterrar seu animal em local permitido. Este ato, no entanto, não é aconselhável pois caso o animal seja mal enterrado pode acontecer a contaminação do solo, o tornando impróprio para usos futuros.

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