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Mulheres consomem mais sedativos do que homens

Homens são maioria quando o assunto é uso de drogas, mas as mulheres os superam no consumo de tranquilizantes. Os dados são do relatório mundial sobre drogas publicado pelo Escritório de Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês) e apresentado em Viena.

Entre os principais dados levantados sobre as tendências atuais no mercado mundial de drogas está o consumo de substâncias por mulheres. A responsável pela pesquisa e análise dos dados do relatório, Angela Me, afirma que, embora haja uma mulher em cada três usuários de drogas, apenas uma em cada cinco consegue tratamento.

O estudo mostra ainda que mulheres que sofrem de transtornos decorrentes do uso de substâncias costumam vir de famílias nas quais há outros casos semelhantes, além de tender a apresentar história de responsabilidade familiar excessiva e mais conflitos do que os homens, relacionados à criação dos filhos e traumas na infância e vida adulta. Muitas mulheres identificam ainda problemas de relacionamento como causa do uso excessivo de substâncias e apresentam problemas psiquiátricos.

O resultado das pesquisas entre a população geral da América do Sul, América do Norte e Europa Central e Ocidental mostra que mulheres consomem o dobro de sedativos e tranquilizantes que os homens, durante toda a vida, no período do último ano e nos últimos 30 dias. Na Europa, o uso desse tipo de medicamento é duas vezes maior que o consumo de maconha, anfetamina, cocaína e opioides.

Mulheres que consomem drogas injetáveis também estão mais vulneráveis, conforme os dados da Unaids. A combinação de sexo desprotegido e compartilhamento de seringas faz com que a incidência de HIV em mulheres seja maior do que em homens em diversos países.

A coordenadora da pesquisa ressalta que uma das principais desvantagens das mulheres que apresentam problemas decorrentes do uso de drogas é a dificuldade no acesso ao tratamento. Os programas existentes não consideram as necessidades específicas da mulher e as barreiras encontradas incluem a falta de apoio no cuidado de crianças, além da dificuldades para o custeio do transporte e do tratamento em si. Não são raras as atitudes punitivas que recebem e tornam ainda mais difícil o início e a manutenção do tratamento.

O relatório mundial de drogas é publicado anualmente pelo UNODC e a última edição trata das tendências do mercado de drogas de uso ilícito e desenvolvimento alternativo. Entre as conclusões do trabalho surge uma nova perspectiva sobre prevenção e tratamento. Cerca de 27 milhões de pessoas no mundo precisam de ajuda, mas apenas uma em cada seis pessoas consegue obtê-la. Um grande volume de pesquisa indica que hoje, tanto organizações governamentais como não governamentais apresentam base científica suficiente para promover ações adequadas no tratamento de pacientes. “Chegamos à conclusão de que a melhor maneira de medir o sucesso de um tratamento é avaliar o bem-estar geral da pessoa enquanto ela está sendo tratada. Não antes, nem depois”, completa Angela Me.

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