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Papa Francisco pede respeito aos imigrantes

PARIS — O Papa Francisco pediu, nesta quarta-feira, respeito aos imigrantes e sugeriu que "pessoas e instituições" que fecham as portas para eles devem buscar o perdão de Deus. Diante disso, o governo francês anunciou a criação de 10.500 novos locais para alojamento de refugiados e requerentes de asilo, como parte de um plano para tentar dar vazão a crise migratória da Europa.

— Convido todos vocês a pedir perdão para as pessoas e instituições que fecham as portas para essas pessoas que estão buscando uma família, que estão buscando ser protegidas — disse o papa, que pediu ainda orações para que a "dignidade humana seja sempre respeitada".

Recentemente, França e Áustria reforçaram o controle de fronteira, recusando centenas de pessoas e deixando um grande número de imigrantes acampados em estações de trem em Roma e Milão. Para tentar lidar com a questão, os franceses anunciaram a criação de 4 mil novos lugares para requerentes de asilo, 5 mil para estrangeiros e 1.500 para imigrantes ilegais, segundo o Ministério do Interior. Ainda de acordo com as fontes oficiais, se multiplicam os acampamentos ilegais, especialmente em Calais.

A França registrou 65 mil solicitações de asilo em 2014, mas só tinha 25 mil locais em centros de acolhida e outros 4 mil em obras. Para refugiados, havia menos de 3 mil em 2012.

— A gravidade da crise demanda uma adaptação rápida. Temos que responder com urgência e de maneira duradoura a problemas antigos — disse o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Segundo a agência europeia Frontex, desde o dia primeiro de janeiro deste ano, cerca de 100 mil pessoas em situação irregular tentaram passar pela fronteira exterior da União Européia, contra 40 mil no mesmo período de 2014. Ainda que o número de imigrantes sírios e africanos aumente na França, este país, para eles, é visto apenas como uma etapa. A maioria deseja chegar na Inglaterra e nos países escandinavos.

Ainda nesta quarta-feira, o governo húngaro decidiu fechar sua fronteira com a Sérvia em função do fluxo de imigrantes, e vai iniciar os trabalhos de construção de uma barreira, segundo anúncio do ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto. A barreira terá quatro metros de altura ao longo dos 175 quilômetros de extensão da fronteira comum entre os dois países.

Em um sinal da discordância sobre como lidar com a crise, o premier italiano, Matteo Renzi, ameaçou retaliar se outros países da UE não aceitarem receber sua parcela dos imigrantes que chegam ao bloco pelo litoral italiano.

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