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Mortos são retirados pelas escadas no Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá

RIO — A situação do Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, continua preocupando pacientes e seus parentes. Apesar do pagamento de funcionários terceirizados ter sido feito na última sexta-feira e a limpeza da unidade, normalizada; os defeitos nos elevadores persistem. Por causa do problema, o corpo de pessoas que morrem no hospital precisam ser retirados pelas escadas, como mostra um vídeo, gravado por um paciente na noite de quinta-feira e enviado para o WhatsApp do Globo.

O técnico de informática Leonardo Rodrigues, de 28 anos, teme que o atraso para marcar a cirurgia do seu pai — Luiz Emílio da Silva Rodrigues, de 51 anos — seja fatal. Segundo Rodrigues, o hospital nem marcou o procedimento cirúrgico necessário: uma ponte de safena.

— Meu pai está desde o dia 27 de maio. Meu pais teve dois pequenos enfartes e pegou uma gripe nesse tempo que passou internado. Daqui a pouco não tem mais coração para enfartar e ele vai parar no cemitério — reclamou o técnico.

O representante de vendas Roberto Oliveira, 63 anos, foi operado no final do mês passado, após quase três meses de espera. O motivo para a demora, segundo ele, foram os elevadores quebrados.

— A falha é administrativa. Os médicos e enfermeiros são excelentes e muito dedicados. Eles seguram a barra desses atrasos na cirurgia. Tenho colegas que estão internados há três meses aguardando uma operação. Nessa espera, eles podem sofre um infarte e morrer — avaliou o paciente.

A direção do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro informou, em nota, que o elevador utilizado para o transporte de macas apresentou problema técnico no final da noite de terça-feira e que a equipe de manutenção foi imediatamente acionada. Ainda segundo a nota, a peça necessária para o reparo não está disponível para compra no estado e está sendo trazida de São Paulo.

O transporte de corpos está sendo feito pelas escadas, por causa da manutenção no elevador, em conjunto com a equipe de bombeiros da unidade. A direção do hospital negou que todas as cirurgias foram canceladas e afirmou que, desde segunda-feira, foram realizados 36 procedimentos cirúrgicos na unidade.

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