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Moro homologa com ressalvas acordo de delação com empreiteiro da Camargo Corrêa

SÃO PAULO.O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal do Paraná, homologou nesta terça-feira o acordo de delação premiada do empreiteiro Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, com restrições e ressalvas, concedendo um prazo de 45 dias para que ele fale mais sobre doações eleitorais das empreiteiras envolvidas no cartel com a Petrobras e em acertos de propinas, além de revelar mais detalhes sobre irregularidades em obras da Sanasa, de Campinas, e na Infraero.

Segundo o juiz, mesmo nos pagamentos de propinas em obras da Petrobras, o empreiteiro foi vago, "sem discriminar possíveis beneficiários das propinas ou de operadores, além daqueles que já figuram na investigação".

"No que há de novo, como pagamentos em obras dissociadas da Petrobras, os depoimentos são em regra vagos, sem indicação de beneficiários ou meios de pagamento, meios de prova, parecendo ser de questionável utilidade para a Justiça criminal", diz Moro, afirmando que o Ministério Público Federal e a defesa do acusação insistiram na homologação do acordo de delação.

Segundo o juiz, Dalton Avancini nada falou sobre as doações eleitorais das empreiteiras. "À Justiça Criminal, no âmbito desses acordos de colaboração premiada, interessa somente a verdade, não devendo o colaborador exagerar ou excluir. Entretanto, também é possível que não tenha sido totalmente verdadeiro".

Dessa forma, o juiz entendeu que o empreiteiro precisará ser novamente inquirido. "O Ministério Público e a defesa insistiram na homologação do acordo, sem prejuízo de incluir no acordo a revelação pelo acusado de informações que sabe a respeito dos casos Sanasa e Infraero, que correm perante outros juízos".

Moro determina, ainda, que Avancini diga, em 15 dias, como pagará a multa de R$ 958,8 mil fixada pela justiça.

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