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Judeus e palestinos brigam desde a criação de Israel que foi tirado da Palestina

De Osvaldo Aranha aos conflitos de Gaza
Tensões entre israelenses e palestinos no Oriente Médio marcaram os últimos 67 anos

RIO — “Todos sabem como votar: aqueles a favor dirão ‘sim’, aqueles contrários dirão ‘não’. E os que se abstiverem, bem, esses sempre sabem o que dizer”. Com essas palavras, em 29 de novembro de 1947, o diplomata brasileiro Osvaldo Aranha iniciou a sessão de votação que determinava a partilha do território da Palestina ao fim do mandato britânico. Originalmente marcada para o dia 26, a votação foi adiada por três dias, e ao final, 33 países, entre eles o Brasil, votaram a favor da criação de um Estado judeu e um Estado palestino no Oriente Médio.

— Com o tempo criou-se uma lenda de que foi necessário um voto de Minerva para que a partilha da Palestina fosse aprovada, mas isso não aconteceu — conta o historiador e escritor Pedro Corrêa do Lago, neto de Osvaldo Aranha. — No entanto, acredito que sem esse adiamento, o resultado final poderia ter sido diferente, já que meu avô usou seu poder de influência para ganhar mais votos favoráveis à partilha entre os países do bloco latino-americano.

Os horrores do Holocausto, revelados nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, aceleraram o processo, fazendo com que a criação de um Estado judaico na região — uma antiga reivindicação dos movimentos sionistas europeus e uma das metas estabelecidas na Declaração Balfour de 1917 — se tornasse uma realidade.

— Entre 1934 e 1937, meu avô foi embaixador nos Estados Unidos, onde fez vários amigos judeus — conta o historiador. — É possível que esse contato tenha aguçado sua sensibilidade para a causa sionista, mas, sem dúvida, as revelações do Holocausto e de campos de concentração como Auschwitz o convenceram da necessidade da criação dos dois Estados na Palestina.

Pouco menos de seis meses depois, na sexta-feira, 14 de maio de 1948, O GLOBO anunciava em sua primeira página que o mandato britânico sobre a Palestina chegava ao fim, e que o Estado judaico seria criado a partir da meia-noite (18h no horário de Brasília). Telegramas enviados por agências internacionais destacavam a resistência britânica a reconhecer o novo Estado e uma iminente invasão por parte de soldados egípcios, além de uma recomendação do então secretário americano de Estado, general George Marshall, para que árabes e judeus evitassem "atos precipitados" na região. Horas mais tarde, a edição final do jornal estampava: "Proclamada a independência da Palestina".

— A criação do Estado de Israel se dá no contexto da revelação de campos de concentração como Auschwitz e do processo de descolonização da região, defendido pelas três grandes potências, Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética — afirma o geógrafo Demétrio Magnoli, autor de “O que é geopolítica” e “Terror global”. — O Reino Unido relutou em dar fim ao mandato, especialmente após atentados realizados por grupos judaicos contra organizações britânicas, Mas a União Soviética, na época, era fortemente favorável à criação de um Estado judaico, por acreditar que a corrente esquerdista no movimento sionista facilitaria a cooperação entre os países.

Nascido em Jerusalém quatro anos antes da criação do Estado de Israel, o físico Hanna Safieh, radicado em Natal, no Rio Grande do Norte, desde 1971, se viu obrigado buscar refúgio em um convento de freiras na Cidade Velha após a partilha, e diz ter lembranças da infância que se alternam entre o medo dos bombardeios e o clima de tolerância multicultural da cidade.

— Sou parte da minoria cristã palestina, mas cresci com gente de toda parte no lado oriental de Jerusalém. Havia gregos, armênios, católicos ortodoxos, muçulmanos e mesmo famílias em que as mães eram judias — conta Safieh, membro do Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina. — Sinto saudades desta convivência pacífica e equilibrada. Foram os últimos sinais de nobreza na região.

Dias antes da proclamação da independência, o kibbutz Bror Hayil foi fundado, próximo às cidades de Sderot e Ashkelon, por imigrantes judeus que deixaram o Egito. Rapidamente, no entanto, se tornou destino dos imigrantes brasileiros, e hoje, além de bandeiras do país, abriga também um museu no qual está o martelo usado por Aranha durante a votação na ONU.

— Cheguei em 1980 para fazer um mestrado. Morei inicialmente em Netanya, mas depois cheguei ao Bror Hayil e me senti em casa — conta o engenheiro de computação Natan Golkovitz, natural de São Paulo. — O espírito nacional e a ligação com o Brasil são muito fortes, e quando a seleção joga fazemos churrasco com batucada. Somos 250 brasileiros no kibbutz, mas em tempos de Copa do Mundo, boa parte dos 6 mil brasileiros que vivem em Israel vêm para cá.

O conflito se intensifica

Desde a criação do Estado de Israel, as turbulentas relações entre israelenses e palestinos, que se agravaram em 1956 com a crise no Canal de Suez, não deixaram as páginas do GLOBO. Em 5 de junho de 1967, o início do conflito conhecido como Guerra do Seis Dias ocupou quase que inteiramente a primeira pagina, com chamadas para a prisão de oito pilotos israelenses no Cairo, o contra-ataque israelense na Jordânia e na capital egípcia, o apelo do presidente americano Lyndon Johnson para que os combates sejam interrompidos, a consternação do Papa Paulo VI, e a realização de uma sessão extraordinária da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos deputados em Brasília.

— A Guerra dos Seis Dias marca dois momentos que definiram as relações entre israelenses e palestinos como as conhecemos hoje. A aliança do presidente da República Árabe Unida, Gamal Abdel Nasser, e dos pan-arabistas com os soviéticos, aproxima Israel dos Estados Unidos. Por outro lado, a ocupação de territórios por parte de Israel, dá forma ao nacionalismo palestino que conhecemos atualmente, com a OLP passando a operar de maneira autônoma — afirma Magnoli. — Além disso, a ocupação também gera uma divisão interna na política israelense, com os trabalhistas enxergando a ocupação como uma ação militar temporária, e os nacionalistas defendendo a ocupação permanente.

Estudando na Bélgica, Safieh acompanhou o desenrolar do conflito pelas rádios, e embora reconheça o papel da Guerra dos Seis Dias no fortalecimento do nacionalismo palestino, afirma que suas origens estão na década anterior.

— Nos anos 1950, lideranças sociais perceberam que a única arma dos palestinos seria a educação. Nações europeias deram bolsas de estudo a palestinos, que retornaram à região para ensinar nas escolas. Essa geração de alunos posteriormente se espalhou pelos países do Golfo, ajudando a difundir o nacionalismo palestino — conta o físico, que aponta a Batalha de Karameh, em março de 1968, como o momento em que o nacionalismo palestino e a OLP se solidificaram. — Foi a primeira vez em que os palestinos enfrentaram diretamente o Exército israelense, e isso foi decisivo para que a população apoiasse a causa.

Quatro dias após o início do conflito, O GLOBO noticiava que o Egito renunciava ao conflito, e, em um editorial, anunciava o fim do nasserismo e do pan-arabismo, comparando o presidente egípcio derrotado a um “faraó mumificado”, e classificando-o como “mais um dos demagogos destronados do ‘terceiro mundo’ ao lado de Sukarno, Kwame Nkrumah e Ahmed Ben Bella”. Em 12 de junho, com o conflito encerrado, o jornal destacava os esforços israelenses para manter a ordem nos territórios ocupados.

Em 1973, enquanto os olhos do mundo ainda estavam voltados para o desdobramento do escândalo de Watergate e o recente golpe de Estado que derrubara Salvador Allende no Chile, o conflito entre israelenses e palestinos voltou a tomar as páginas — agora diagramadas verticalmente — do GLOBO com a Guerra do Yom Kippur. De Beirute, o embaixador brasileiro no Líbano, Carlos Eiras dizia não acreditar que o embargo de petróleo promovido pelos países árabes não afetaria o país, afirmando: “os árabes tem que vender suas imensas reservas a alguém, e o Brasil sempre se comportou com lealdade com os países árabes”.

Já no Brasil, e acompanhando as notícias de sua terra natal por meio de jornais nacionais e estrangeiros, Safieh diz não ter tido ilusões quanto às chances de sucesso da ofensiva árabe a Israel.

— Diferentemente de países como a Argentina, onde havia um nacionalismo muito forte, no Brasil os árabes pareciam ter certa vergonha de suas origens. Isso nunca fez sentido para mim, porque mesmo durante a Guerra do Yom Kippur, quando sabíamos que o potencial militar dos países árabes era limitado se comparado ao de Israel, os brasileiros sempre pareciam apoiar os palestinos e nunca nos discriminavam — conta. — Sabíamos que precisávamos de armas, mas defendíamos que a solução deveria ser política e pacífica, com uma pátria democrática para ambos os povos.

Para Magnoli, o conflito, em outubro de 1973, marcou o fim das esperanças árabes de resolver a questão por vias militares.

— Com a Guerra do Yom Kippur, os árabes desistem da ideia militar. O Egito rompe com a União Soviética e com a Síria, e inicia uma aproximação com os Estados Unidos. Com isso, deixa de ser o principal inimigo de Israel — conta o geógrafo. — No entanto, ao contrário do que aconteceu na Guerra do Seis Dias, Israel ficou em uma situação preocupante e chegou a enfrentar a possibilidade de uma derrota militar. Isso foi fundamental para a ascensão dos nacionalistas e para a vitória do Likud e de Menachem Begin em 1977.

Paz com o Egito

No fim de 1977, o sucessor de Nasser na presidência do Egito, Anwar Sadat, visita Jerusalém e anuncia, perante o Knesset, o Parlamento israelense, seu desejo de normalizar as relações com Israel. Sadat e Begin se reúnem então em Camp David, a residência de verão do presidente americano durante 13 dias e chegam a um acordo no qual “arranjos de transição para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza” e “a total autonomia dos habitantes” são atreladas à retirada completa da presença israelense nas regiões. Por não considerar o direito de retorno dos palestinos a territórios dos quais foram retirados nos anos 1940, ou seu direito a uma independência nacional, os acordos de Camp David são considerados inválidos pela ONU. Nas páginas do GLOBO, manchetes otimistas com o progresso das negociações contrastam com a reação negativa dos países árabes e a ameaça de um novo conflito na região.

Se a Guerra do Yom Kippur não despertara ilusões em Safieh, os acordos de Camp David o deixaram com uma boa impressão do ex-presidente americano Jimmy Carter.

— O fim dos anos 1970 foram um grande momento para os Estados Unidos — diz. — Infelizmente, Carter não teve o apoio interno de que precisava para chegar mais longe, mas era um homem sério e bem-intencionado.

Já Magnoli não acredita que os acordos ajudaram a alterar o panorama na região.

— O Likud não tinha a menor intenção de devolver os territórios ocupados, e o Egito sabia disso, mas não podia negociar deixando a questão de fora. O Egito insistiu que a devolução dos territórios constasse dos acordos apenas como jogo de cena.

Em 26 de março de 1979, Egito e Israel assinam, em Washington, um tratado de paz que prevê a retirada das forças israelenses da península do Sinai, conquistada na Guerra dos Seis Dias. O Egito, por sua vez, se torna a primeira nação árabe a reconhecer o Estado de Israel, e é expulso da Liga Árabe até 1989. O acordo rende o Prêmio Nobel da Paz a Begin e Sadat. O presidente egípcio, no entanto, é assassinado em outubro de 1981 por membros da Jihad Islâmica Egípcia que consideraram os acordo com Israel uma traição.

A primeira Intifada e a expectativa de paz

No fim dos anos 1980, Israel, ainda cercado de países hostis, se viu confrontado por manifestações de jovens palestinos contra a ocupação dos territórios. Um acidente no qual um tanque israelense atingiu carros de motoristas palestinos deu início a um período de insurreição nos territórios ocupados conhecido como a primeira Intifada.

— Essa é a primeira vez em que os palestinos passaram a agir de maneira independente. A revolta gerou um trauma na sociedade israelense, que passou a ser vista como a força opressora na região — conta Magnoli. — Paralelamente, cresce em Israel o Movimento pela Paz.

Galkovitz, que foi soldado das forças israelenses de defesa entre 1982 e 1995, se viu, durante o período, sendo alvo das pedras atiradas pelos jovens palestinos.

— Foi um período muito difícil e perdi a conta das vezes em que levei pedradas. Por ser mais velho, eu muitas vezes tive que conter os soldados mais novos, que se revoltavam com a hostilidade — conta o engenheiro de computação. — Mas era uma época de pedras contra bombas de gás lacrimogêneo, diferente do que vemos hoje.

No Brasil e na América Latina, Safieh, que presidia a Confederação Palestina Latino-Americana e do Caribe (Coplac), viajou pelo continente, levando a causa da OLP aos quase 450 mil latino-americanos descendentes de palestinos.

— Foi um momento de enorme atividade. Tivemos muito contato com as comunidades judaicas da América Latina, e muitas delas foram muito receptivas — lembra o físico. — Nossa mensagem nunca foi de ódio ou vingança.

A pressão do Movimento pela Paz em Israel e o fim da Guerra Fria impulsionam os Estados Unidos a criar uma ordem de paz que não seja baseada no confronto com a, agora desmembrada, União Soviética. Uma série de encontros secretos levam aos Acordos de Oslo, nos quais OLP e Israel se reconhecem mutuamente, e o premier israelense Yitzhak Rabin e o líder da OLP, Yasser Arafat, trocam um aperto de mãos, sinalizando que a paz no Oriente Médio poderia estar próxima.

— Foi de certa forma irônico ver Rabin, que durante a Intifada ficou conhecido como “o general quebra-ossos”, assinando os acordos de Oslo — diz Safieh. — Mas sempre apoiamos os acordos. As expectativas de ambos os lados estavam muito altas, e chegamos até mesmo a discutir questões de logística.

Apesar das enormes esperanças de ambos os lados, o processo de paz no Oriente Médio sofreu um duro golpe pouco mais de dois anos depois. Após uma manifestação em defesa dos acordos, em Tel Aviv, Rabin morreu depois de ser baleado pelo extremista ortodoxo Yigal Amir, em 4 de novembro de 1995.

— Em 1993, eu estava muito esperançoso, e nada aconteceu. Quando soube da morte de Rabin, fiquei desolado. — conta Galkovitz. — Foi algo semelhante à morte de Kennedy nos Estados Unidos, nos anos 1960. O país parou, e retrocedemos 40 anos naquele dia.

O sentimento é compartilhado por Safieh.

— Estava no Brasil na época, e, mesmo aqui, tão longe da Palestina, a tristeza estava por toda a parte.

Uma nova Intifada e novas tentativas de paz

Em setembro de 2000, uma visita de Ariel Sharon, que meses depois se tornaria o primeiro-ministro israelense, à Esplanada das Mesquitas foi vista como um gesto provocativo pelos palestinos e novamente elevou as tensões no país, gerando a Segunda Intifada. Diferentemente das pedras, desta vez a letalidade dos confrontos havia sido intensificada.

— A linha-dura da direita israelense, contrária aos acordos de Oslo, mata as esperanças do Movimento pela Paz em 2000 com o passeio de Sharon pela Esplanada das Mesquitas — conta Magnoli. — Com isso, os palestinos criam uma nova Intifada, desta vez baseada nos homens-bomba.

As forças israelenses deixaram a Faixa de Gaza em 2005, mas desde então o território de Israel tem sido alvo de ataques de foguetes disparados da região. Em 14 de julho daquele ano, durante o processo de retirada das tropas, um foguete atingiu a filha de Galkovitz, Dana, de 22 anos, que morreu imediatamente.

— A Segunda Intifada deu força ao Hamas, que tirou a Fatah de Gaza. Quando minha filha morreu, confesso que pensei em voltar para o Brasil, mas meus outros dois filhos nem consideraram essa opção — conta Galkovitz. — Visito o Brasil todos os anos, mas minha casa é aqui. Os kibbutzim hoje se tornaram condomínios fechados com proteção, mas essa mudança foi fundamental e foi para melhor.

Magnoli vê na Segunda Intifada a geração de um cenário no qual ambos os lados têm seu lado beligerante legitimado pela política da região.

— O principal efeito da Segunda Intifada foi o fim das esperanças de paz. Há uma divisão na liderança palestina, e a legitimidade do Hamas entre os palestinos está nos ataques a Israel — diz o geógrafo. — Já entre os israelenses, houve uma fragmentação da política com uma miríade de pequenos partidos, muitos deles religiosos, que se tornaram o melhor pretexto para que Netanyahu mantenha a política atual.

Esperanças para o futuro

Galkovitz, que comanda o restaurante Nides no kibbutz, no qual oferece aos clientes iguarias como coxinhas, empadinhas e vatapá, descreve a vida na fronteira com a Faixa de Gaza como “um estado de tensão permanente”.

— Estamos a quatro quilômetros de Gaza e as sirenes que anunciam ataques com mísseis são constantes. Essa semana mesmo já tive que ir duas vezes ao abrigo antimísseis — conta o engenheiro de computação. — Mas a vida em Israel é muito mais que isso. Os brasileiros veem os israelenses fugindo de bombas, mas quando digo que vou ao Brasil, ouço de todos que tenho que tomar cuidado com a violência. Sou judeu, brasileiro e israelense, e consigo combinar bem essas três identidades.

Perguntados sobre o futuro do conflito e as esperanças de paz na região, Galkovitz e Safieh expressam sentimentos conflitantes.

— Acho que estamos cada vez mais longe de uma solução, e isso ficou claro tanto pelo resultado das últimas eleições, quanto pela falta de liderança e representação dos palestinos — diz Galkovitz. — As negociações são mediadas por americanos que não estão em sintonia com a mentalidade local. Isso não é novidade, com os anteriores era a mesma coisa.

Já Safieh, cheio de elogios ao Brasil, vê com bons olhos o reconhecimento do Estado palestino por diversos países.

— O Brasil tem valores universais e deveria ter um papel de liderança no mundo, pelo espírito de tolerância, aceitação da diferença e absorção de imigrantes. Gosto muito da cultura do Nordeste, onde enxergo muitos traços da cultura árabe — conta o professor, que desde 1983, visita a terra natal a cada dois anos. — A pressão de forças internacionais pode levar Israel a mudar. Tenho que me manter otimista. O mundo que desejo para os meus netos é o mesmo que desejo para os netos de todos, inclusive os israelenses.

Pedro Corrêa do Lago, cujo contato com o avô ficou restrito ao primeiro ano de vida, destaca que, mesmo anos após sua morte, o nome de Osvaldo Aranha não foi esquecido pelos israelenses.

— Minha família foi convidada várias vezes a Israel, e, ao visitar o Brasil, [a ex-primeira-ministra] Golda Meir fez questão de conhecer os familiares de meu avô. — conta o historiador. — É o reconhecimento de um empenho muito grande, e a consciência de que, nas mãos de uma figura indiferente ou contrária à causa, o resultado teria sido diferente. Ele se tornou um símbolo justamente por ser um não-judeu que se empenhou para que o Estado judaico fosse criado.

E se estivesse vivo, o que acharia hoje, o diplomata brasileiro, do Estado que criou?

— Meu avô sempre demonstrou felicidade com o crescimento e a prosperidade de Israel, e por ter feito parte deste processo — diz. — Mas certamente lamentaria, como lamentou na época, que o Estado palestino não tenha sido criado. Esse segue sendo o X da questão.

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