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CPI da Petrobras: sob sigilo, Kroll identifica indícios de 59 contas, 33 empresas e 6 imóveis no exterior

BRASÍLIA - A empresa de investigação Kroll identificou, dentro do contrato com a CPI da Petrobras, indícios da existência de 59 contas bancárias, 33 empresas e 6 imóveis no exterior de investigados pela comissão. Não foram divulgados aos parlamentares os nomes dos 12 investigados, informação que só é de conhecimento do presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), e do subrelator André Moura (PSC-SE). O contrato deverá ser ampliado, com pagamento adicional, para que a empresa confirme os indícios levantados e continue a rastrear os bens no exterior. Para isso, deverá haver nova votação na comissão.

A CPI já pagou R$ 1 milhão para a Kroll. A empresa apresentou em uma reunião secreta com os parlamentares da comissão o primeiro relatório da investigação. A Kroll disse precisar de mais 17 semanas para concluir o trabalho, mas como a CPI foi prorrogada apenas até 7 de setembro se comprometeu a ampliar o número de pessoas envolvidas no contrato e encerrar os trabalhos até o final de agosto, a tempo de as informações serem incluídas no texto final da comissão.

A nova fase do trabalho terá custo adicional. Segundo os cálculos de um dos parlamentares que participou do encontro, o novo contrato custará quatro ou cinco vezes mais do que o inicial. Motta afirmou que a Kroll não deu ainda o preço da continuidade das investigações.

O trabalho da empresa focou inicialmente 33 países. Foram procurados bens patrimoniais (imóveis, automóveis, embarcações, entre outros), aplicações financeiras (contas bancárias e investimentos) e propriedades corporativas (patentes, direitos autorais, entre outros). Foi identificada a existência desse tipo de patrimônio em 19 países. Na nova fase da investigação o foco estará em seis países: Panamá, Ilhas Virgens, Hong Kong, Estados Unidos, Reino Unido e Suíça.

Os alvos da investigação são sigilosos. A empresa informou aos parlamentares apenas que entre eles estão ex-executivos da Petrobras, executivos de empresas contratadas pela estatal e operadores do esquema de corrupção. Boa parte dos investigados fizeram acordos de delação premiada e poderão ter os benefícios cancelados caso seja comprovado que omitiram algum bem do Ministério Público.

Segundo deputados que participaram da reunião, a Kroll irá na nova fase da investigação fazer busca cartorial e entrevista nos países de interesse em busca de confirmar as investigações preliminares.

O presidente da CPI defendeu a celebração do novo contrato para que a empresa tenha a oportunidade de confirmar os indícios levantados. Ele afirmou que somente ao final do trabalho seria possível dar publicidade aos nomes dos investigados e ao que foi encontrado pela Kroll.

- O sigilo tem que ser mantido. Eles encontraram indícios em diversos países e agora precisamos confirmar se o indício é realidade para que a CPI entregue esse resultado - afirmou Motta.

Ele afirmou que o nome dos investigados poderá ser repassado aos demais integrantes da comissão se houver deliberação do colegiado nesse sentido. Para isso, seria necessário haver maioria na comissão. Afirmou que não "inventou" os nomes e que eles são alvo das investigação em andamento.

Na reunião fechada, o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), recusou indicação de colegas para que fosse incluído no grupo dos que sabem quem é alvo da investigação. Outros parlamentares, porém, reclamaram do sigilo e cobraram que seja compartilhada a informação.

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