Renato Dias,Especial para Cidades
A audiência no 5º Juizado Criminal, programada para ocorrer, ontem, às 10h, em inquérito que envolve a presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil [CTB-GO], seção de Goiás, Ailma Maria de Oliveira, foi adiada e não há nova data marcada.
A sindicalista informa ao Diário da Manhã ter sido presa na madrugada do dia 29 de maio passado. “Ao protestar em frente à empresa Rápido Araguaia, com a distribuição de panfletos, contra a PEC [Projeto de Emenda Constitucional] das Terceirizações”;
Manifestações ocorreram em todo o Brasil, ela relata, emocionada. A líder sindical corre o risco de ser condenada e de se tornar a primeira prisioneira política do País, em plena democracia, no século 21, denuncia o advogado Luiz Carlos Orro.
“Um policial militar a prendeu, ao lado do trabalhador Valdones Santos. Em flagrante abuso de autoridade e desrespeito à Constituição Federal quer permite a livre expressão, garante o direito de manifestação e as liberdades individuais”, diz Orro.
Ailma Maria, que diz ao Diário da Manhã ter presenciado agressões físicas e verbais ao operário que a acompanhava, Valdones Santos, foi impedida de registrar um BO [Boletim de Ocorrência] contra o PM supostamente responsável pela ação.
– Isso ocorreu às 5h30 da manhã do dia 29 de maio. A libertação ocorreu às 7h30.
Trata-se de uma clara criminalização dos movimentos sociais urbanos e rurais no Estado e no País, denuncia o advogado Bruno Pena, presidente do PCdoB, partido político ao qual é filiada a professora das redes municipal e estadual de ensino.
Violência
“Fui algemada e jogada em uma viatura policial, o que fere os direitos humanos, mostra violência policial, ataca o direito de manifestação pacífica dos trabalhadores contra a perda de direitos e constitui-se em uma prisão arbitrária, sem fundamento na lei, para proteger os interesses do capital”, classifica ela.