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Informação de execução de ministro não está confirmada

A agência sul-coreana de inteligência informou quinta-feira (14) que não conseguiu verificar a execução do ministro da Defesa norte-coreano por insubordinação, anunciada na quarta-feira por este mesmo organismo.

Han Ki-Beom, vice-diretor do Serviço Nacional de Inteligência (NIS), indicou na quarta-feira a uma comissão parlamentar que o ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong Chol, havia sido morto.

Também disse ter informações que sugeriam uma execução com um canhão antiaéreo por volta de 30 de abril diante de centenas de pessoas. Os detalhes da suposta morte foram amplamente divulgados na quarta-feira pela imprensa, mas o NIS disse na quinta-feira que a execução não foi confirmada até o momento.

“Hyon foi vítima de um expurgo”, disse à AFP um porta-voz do NIS. “E existem informações de inteligência que dizem que pode ter sido executado, mas esta informação ainda não foi verificada”, acrescentou.

A confusão deve-se, em parte, à maneira como o NIS informa ao Parlamento e como a imprensa é informada. Seus comparecimentos ocorrem a portas fechadas e depois alguns legisladores repassam à imprensa sul-coreana o que foi dito. Segundo os deputados, o NIS informou que Hyon havia sido destituído por insubordinação e por dormir em atos oficiais presididos pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un.

Se a informação for confirmada, seria a execução do militar de maior patente desde a morte do tio de Kim, Jang Song Thaek, em dezembro de 2013, acusado de corrupção e traição. Os serviços de inteligência sul-coreanos anunciaram a morte de Jang antes que Pyongyang a confirmasse, mas nem sempre acertam em suas análises sobre o que ocorre no país vizinho.

Circunstâncias estranhas

O NIS sabe que suas informações serão divulgadas pela imprensa e costuma, portanto, comprovar com cuidado a veracidade de suas informações. Mas alguns parlamentares que acompanharam o discurso de quarta-feira, assim como vários analistas, questionaram a notícia da execução de Hyon.

Shin Kyoung-Min, um deputado sul-coreano opositor, disse que parecia estranho que a televisão estatal norte-coreana continuasse mostrando imagens do ministro da Defesa após sua suposta execução.

O meio de comunicação estatal elimina todas as referências aos oficiais caídos em desgraça. Nunca mais se ouve falar deles, e seu destino pode ser o rebaixamento e o banimento para o campo, a prisão ou a condenação à morte. A televisão mostrou, no entanto, no dia 12 de maio, imagens de Hyon acompanhando Kim. “Se Hyon foi realmente vítima de uma punição, e se inclusive foi executado, a televisão não teria cometido semelhante erro”, declarou Shin a uma rádio sul-coreana.

Uma busca pelo nome de Hyon no site do “Rodong Sinmun”, o jornal do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, mostra dezenas de resultados. O artigo mais recente remonta a 30 de abril e cita o ministro da Defesa entre os presentes em shows nos dias 28 e 29 de abril.

Para Cheong Seong-Chang, um analista do Sejong Institute em Seul, é “altamente improvável” que Pyongyang tenha detido Hyon apenas um dia depois e que o tenha executado imediatamente. “Não é como se tivesse planejado executar Kim Jong-Un (...), então é muito difícil acreditar que tenha sido executado de forma tão apressada”, considera.

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