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O pastor David Goés afirma mesmo sem qualquer comprovação científica que a Coronavac, vacina chinesa contra a Covid-19, “altera o DNA”, causa câncer e tem “HIV dentro dela”. O vídeo em que o pastor faz as afirmações tem circulado pelas redes sociais e autoridades locais pedem que o pastor seja responsabilizado civil e criminalmente por disseminar fake news.
As promotorias e centros de apoio do Ministério Público do Ceará pedem que o pastor seja responsabilizado pela fala a respeito da vacina Coronavac, que é produzida em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.
Na pregação o pastor diz: “Depois de um tempo, doenças aparecerão. Muitas pessoas vão morrer de câncer, achando que foi câncer porque comeu alguma coisa, porque foi hereditário, porque tem família, por causa de um tumor, mas na verdade foi por causa da vacina“.
David Goés ainda se refere a algumas medidadas do presidente Jair Bolsonaro, em que não pretende tornar a vacinação contra a Covid-19 obrigatória para toda a população do país. “Graças a Deus, tem um ‘presidente doido’ aí que está dizendo que aqui no Brasil não vai ser obrigado ninguém a tomar”.
“Depois que essa substância entrar no nosso organismo vai atingir o nosso DNA. Um cientista francês disse que até HIV tem dentro dela”, afirmou o pastor, sem apresentar provas.
A Secretaria das Promotorias de Justiça Criminais também do MPCE, em esfera criminal, recebeu um óficio sobre o caso. Um outro, referente à responsabilização civil, foi enviado para a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará.
O Ministério Público, na esfera civil, ainda aponta indícios de que o pastor Goés infringiu a lei do Ceará que proíbe a disseminação de “fake news”. Essa lei define uma multa de R$ 2 mil para quem divulgar conteúdo mentiroso.
Com as afirmações o pastor também descumpre a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, popularmente conhecida como Lei das Fake News.
Na esfera criminal, um promotor do MPCE deve acionar a Justiça se identificar indícios de que houve um crime ou uma contravenção prevista no artigo 41 da Lei das Contravenções Penais. O texto diz que poderá receber multa ou pegar de 15 dias a 6 meses de prisão, quem provoca alarde, anuncia desastre ou perigo inexistente pratica ato capaz de produzir pânico ou tumulto.
