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CORONAVÍRUS

Taxa de doentes com covid-19 é 14% maior que dos curados no Brasil

A taxa de doentes em tratamento contra a covid-19 é 14% maior do que os curados desde o início da pandemia no Brasil, em fevereiro. De acordo com dados do governo federal, a partir de informações das secretarias de Saúde, o país tem 828.810 brasileiros doentes e 365.063 curados da covid-19.

Profissionais da área da saúde combatem a doença em 421.919 pacientes que estão em supervisão, sejam internados em estado grave àqueles isolados em casa. Estes são 56 mil a mais se comparado ao número de curados. De todas as pessoas infectadas, 41.828 morreram (5%).

O total de curados se tornou motivo de crise no Ministério da Saúde, na última semana. A doença tem evoluído a níveis alarmantes no país, deste modo, a pasta modificou a maneira de divulgar os dados de vítimas da covid-19. Neste novo modelo, o índice de curados seria destacado.

Para divulgar o dados diários da pandemia, o site Covid-19 no Brasil destaca os casos de pacientes recuperados da doença. Em seguida, aparecem os números totais de casos registrados e, então, o número de mortes por covid-19.

Já para especialistas, lidar com o número de recuperados como índice principal ainda é arriscado. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), uma das entidades mais prestigiadas em relação ao controle da pandemia no Brasil, avalia o novo modelo com dúvida.

O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI, adverte que o Brasil tem subnotificação de casos confirmados, de mortes e de recuperados, em diferentes medidas. Segundo ele, a maioria dos pacientes de covid-19 tem sintomas leves ou não apresentam. Muitos não procuram serviços de saúde e, com isso, os casos não são notificados.

Indicando a cura da covid-19

Segundo a infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), indicar a cura depende de vários exames laboratoriais e clínicos.

“Para saber se a pessoa se curou, temos testes sorológicos que vão medir a imunidade. São as imunoglobulinas ‘IGM’ e ‘IGG’. A IGM aparece na fase aguda da doença, quando o paciente apresenta sinais. A IGG é identificada quando o organismo já reconhece o vírus e produz certa imunidade”, explica.

Como a ciência ainda não tem respostas para todos os questionamentos, especialistas recomendam, como método intermediário, a cautela. “A gente não sabe se esses anticorpos são suficientes para proteger e se serão duradouros”, frisa Joana D’arc Gonçalves. E completa: “O vírus H1N1, por exemplo, todos os anos muda um pouco e tem uma nova vacina. A gente não tem certeza se a imunidade será protetora e duradoura no caso do novo coronavírus”.

Fortalecimento na rede de atendimento

O Ministério da Saúde informou que o número de curados tem aumentado a cada dia devido aos esforços governamentais com apoio de estados e municípios, para preparar a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, o órgão destacou que a meta é melhorar a capacidade de atendimento e reação às buscas da população. “O objetivo é fortalecer a rede de atendimento com recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), aporte de recursos, envio de insumos, medicamentos, testes diagnósticos e habilitação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) exclusivos para atender casos graves e gravíssimos".

Além disso, a pasta argumenta que o novo formato de apresentação dos dados “reforça o compromisso do Ministério da Saúde com a total transparência perante a sociedade, buscando sempre alinhamento e pactuação com estados e municípios na tomada de decisões para cuidar da saúde de toda a população”.

*Com informações do Metrópoles

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