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CIÊNCIA

Pesquisa brasileira testa células-tronco no combate ao coronavírus

Na semana passada, cientistas brasileiros começaram um estudo que utiliza células-tronco mesenquimais, no tratamento de casos de síndrome respiratória aguda grave provocada pelo vírus Sar-CoV-2, o novo coronavírus. É o primeiro estudo com a utilização de células-tronco mesenquimais no país.

A pesquisa é realizada por integrantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e do Instituto Carlos Chagas (ICC/FiocruzParaná).

Inicialmente o estudo será realizado com 15 pacientes já selecionados, sendo que dez deles receberão uma solução com células-tronco enquanto os demais receberão placebo. Quatro pacientes já estão participando dos testes e os outros serão incluídos nas próximas duas semanas.

Os participantes vão receber três doses, com intervalos de 24 horas, de uma solução contendo células-tronco de forma intravenosa. Cada aplicação será composta de 500 mil células-tronco mesenquimais para cada quilo do paciente. Um paciente que pesa 80 quilos, por exemplo, receberá cada dose contendo 40 milhões de células-tronco.

O professor Paulo Brofman, que é o médico coordenador do Núcleo de Tecnologia Celular da PUC-PR espera que dentro de um mês os primeiros resultados já possam ser analisados pelo grupo de estudo.

Após esse período os pacientes serão acompanhados por mais quatro meses para que possíveis diferenças entre os grupos – os que receberam a terapia celular e os que receberam placebo - sejam avaliadas pelos cientistas.

O professor explica, "nosso estudo está sendo realizado com um grupo muito pequeno, o que não nos permite ter uma ideia do (que aconteceria em um) universo muito grande. Mas este é um ensaio inicial no qual esperamos contar com o apoio para desenvolver um segundo projeto, já envolvendo um número bem maior de pacientes e outros centros do Brasil".

Atuação no combate ao coronavírus

Derivadas do tecido do cordão umbilical, as células-tronco mesenquimais podem se transformar em células que compõem outros tecidos, desde os musculares aos neurônios, apresentando grande potencial de proliferação, tem a capacidade de atuar na regeneração de tecidos danificados.

Para os especialistas, além de terem uma importante ação anti-inflamatória, as células possuem a característica de não serem rejeitadas pelo corpo humano e não podem ser infectadas pelo novo coronavírus, pois são “imunoprivilegiadas”.

Paulo Brofman, explica que entre os grandes problemas dos pacientes de casos graves da Covid-19 está a “tempestade de citocinas”, uma alteração que provoca grande inflamação respiratória, diminuindo a saturação de oxigênio no sangue (níveis baixos) por ocupar boa parte da estrutura pulmonar.

Os estudos apontam que uma parte significativa de células-tronco se acumula no pulmão após entrarem na corrente sanguínea, podendo proteger as células dos alvéolos, recuperar o microambiente pulmonar, prevenir a fibrose pulmonar e a pneumonia causadas pelo vírus Sar-CoV-2.

Estudos semelhantes, com a utilização de terapia celular no combate ao coronavírus foram realizados em outros países, como a China, EUA , Jordânia e Irã.

*Com informações do IG.

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