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CORONAVÍRUS

OMS: Precisamos de liderança política na América Latina para controlar o Covid-19

Em declaração nesta segunda-feira (8), a Organização Mundial da Saúde (OMS), comunicou para que o governo brasileiro mantenha a sua transparência em relação a publicação de dados, casos de contaminações e mortes e espera que a "confusão" nos números seja resolvida.

A entidade declarou que o governo tem tradicionalmente submetido dados detalhados a entidade e deseja que a situação seja mantida. Michael Ryan, diretor de operações da OMS ressaltou que "é muito importante que a mensagem de transparência seja consistente". Para Ryan, a região da América Latina não atingiu o pico no surto. "Precisamos de liderança política na América Latina para controlar a doença", afirmou.

Segundo a OMS, a crise na região é a "mais complexa" já registrada desde o começo da pandemia, em janeiro na Ásia. Ryan pontuou que " medo e confusão" estão dominando a região, por diferentes motivos.

Desde sexta-feira, os números acumulados de casos e mortes deixaram de ser divulgados pelo Ministério da Saúde. O site que transmite as informações foi retirado do ar horas seguidas no fim de semana, enquanto as coletivas de imprensa se tornaram raras, com menos informação e, em alguns casos canceladas. Quando o site retornou, o histórico sobre a pandemia havia desaparecido e o número acumulado de casos e mortes foi apagado. No domingo, houve também uma mudança nos números diários, sem qualquer explicação.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o acesso à informação é um dos pilares da resposta a uma pandemia e, pelas regras da OMS, o governo brasileiro é obrigado a submeter o número de novos casos registrados, com detalhes até mesmo sobre a faixa etária dos contaminados. Mas o comportamento de Brasília chamou a atenção dos órgãos internacionais e relatores dos órgãos relacionados às Nações Unidas, já que a censura ou a dificuldade em garantir acesso à informação têm sido táticas de governos pouco democráticos.

O temor dos técnicos é de que, sem informação, não se saiba a curva da pandemia no Brasil, se ela perde força ou continua intensa.O Brasil vai na contramão de quase a totalidade de governos democráticos. Se mantida, a tática do governo será colocada sob questionamento dos organismos internacionais, que se preparam para pedir esclarecimentos ao país.

Segundo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, destacou que o último informe da OMS revelou, que no domingo, o dia foi o que mais registrou casos desde o começo da pandemia. Foram 136 mil casos em apenas 24 horas. O Brasil liderou, com 39 mil casos. 75% deles vem de apenas dez países, a maioria nas Américas. Nos últimos dez dias, nove deles registraram mais de 100 mil casos cada.

Hoje, são quase 7 milhões de casos e quase 400 mil mortos."Mais de seis meses depois do início da crise, esse não é o momento para tirar o pé do acelerador. É o tempo para continuar a trabalhar duro, com base na ciência", considerou Tedros.

*Com informações do Uol.

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