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CORONAVÍRUS

Países da América do Sul se destacam no controle a pandemia por Sars-CoV-2

A América do Sul se tornou o epicentro do coronavírus no mundo, mas dois países vizinhos do Brasil se destacam pelo sucesso de suas estratégias, uma oposta a do outro, para obterem os melhores resultados com um indicadores mínimos de vítimas.

Mesmo em uma região de grandes desigualdades sociais, existem realidades contraditórias. Enquanto a situação é dramática no Brasil, Peru, Equador e Chile, há outros países que tem conseguido controlar a doença: Paraguai, Uruguai, Colômbia, Bolívia e Argentina. Desse grupo há dois destaques de grande controle epidemiológico: Paraguai e Uruguai.

O êxito é que nos últimos dias, começaram a flexibilizar as restrições e avançam ao chamado "novo normal". Mas, apesar do sucesso em comum, ambos os países aplicaram estratégias diferentes.

Estratégia paraguaia

O Paraguai tem 884 casos, 11 mortes e uma taxa de letalidade de 1,24%. O governo percebeu logo cedo quais eram as suas vulnerabilidades e aguiu imediatamente, aplicando medidas drásticas.

O país foi o primeiro na região a determinar uma rígida quarentena total, com toque de recolher, em 11 de março. A capital Assunção, ficou isolada: ninguém entrava, ninguém saía.

Segundo o analista internacional, Simón Pachano, "graças a sua condição mediterrânea e a menor conexão com o mundo, o Paraguai ficou isolado. Nesse sentido, pode ser parecido com a Bolívia: menos turismo e menor conectividade", afirmou.

No início desse mês, o governo começou a aplicar a chamada "quarentena inteligente", que implica em uma gradual flexibilização das restrições. Nesta semana, o Paraguai abriu 83% do seu comércio, passou a permitir atividades físicas e transporte público. No mês que vem, voltarão os jogos de futebol sem público e a reabertura dos templos. A volta às aulas, no entanto, ainda não tem data.

A consciência social uruguaia

O Uruguai tem 803 casos, 22 mortes e uma taxa de letalidade de 2,74%. Foi o último país da região a registrar um caso de coronavírus. No dia 13 de março anunciou quatro casos. No dia 24, começou a estratégia única: a chamada "quarentena voluntária".

Ao contrário dos países vizinhos, o governo Uruguaio sugeriu medidas de isolamento social e só proibiu as atividades que representassem aglomerações, como espetáculos. Até os velórios puderam continuar, desde com algumas restrições.

A população acatou a recomendação com uma consciência cidadã única. Foram os comerciantes que decidiram fechar as lojas. Para Pachano "o Uruguai é um país de uma trajetória muito republicana, de valorização cidadã, com um grau de princípios básicos de convivência. O governo deixou nas mãos da população a responsabilidade cidadã que sempre existiu no Uruguai. O outro lado, o Paraguai é um país que quase não teve democracia na sua história. Cada um refletiu as suas condutas históricas", sustentou.

O Uruguai conta com um sistema de saúde sólido, universal e inovador, conta com uma eficaz rede atendimento domiciliar, que evitou a necessidade de as pessoas recorrerem aos hospitais para serem atendidas, correndo risco de contágio e, realizou expressiva quantidade de testes.

A densidade demográfia também contribuiu com esse cenário. Metade dos 3,4 milhões de habitantes se concentra em Montevidéu. "O tamanho da população ajuda muito para se chegar com qualquer campanha a todos" observa Pechano.

No início do mês, o país reabriu as escolas no interior e, a partir da semana que vem, voltam a funcionar todas as escolas numa combinação de aulas presenciais e aulas virtuais, também de forma voluntária.

*Com informações do Uol.

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