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CORONAVÍRUS

Cloroquina em casos leves é indicado pelo Ministério da Saúde

Foi divulgado hoje pelo Ministério da Saúde um protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus. É uma orientação para a rede pública de saúde, o protocolo sugere a combinação dos dois medicamentos com azitromicina.

O medicamento foi principal ponto de desavença com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich que deixou o cargo semana passada, e o presidente Jair Bolsonaro, visto que o presidente defende o uso da cloroquina.

Termo de consentimento para uso da cloroquina

Médicos da rede pública temem pressão pelo uso da cloroquina. Segundo o protocolo, "a prescrição de todo e qualquer medicamento é prerrogativa do médico".

Os dois remédios têm formulações diferentes, mas que levam a mesma substância, a cloroquina. Os benefícios clínicos são parecidos, mas os efeitos adversos não. A hidroxicloroquina é considerada um pouco mais segura, com menos efeitos colaterais.

O texto também diz que o paciente vai ter que assinar o termo de consentimento a respeito da aplicação de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento.

O termo indica que "a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais", citando disfunção cardíaca e alterações visuais, por exemplo.

Sintomas leves e protocolo

O medicamento deverá ser usado junto com a azitromicina, com uma dose de 500 miligramas, uma vez ao dia, por cinco dias. Nos casos leves, não está prevista a internação do paciente.

A aplicação indicada da cloroquina é de 450 miligramas a cada doze horas no primeiro dia. A mesma quantidade poderá ser usada a cada 24 horas do segundo ao quinto dia de tratamento.

Entre os sintomas leves listados pelo governo, estão coriza, diarreia, dor abdominal, febre, tosse, entre outros.

A dose seria aplicada nos mesmos períodos da cloroquina, mas em uma quantidade menor, de 400 miligramas. O protocolo também aponta o mesmo uso desses medicamentos para sintomas moderados, como tosse e febre persistentes.

Ministério quer evitar "autoprescrição"

Segundo o ministério, a "autoprescrição" de medicamentos "pode resultar em prejuízos a saúde e/ou redução da oferta para pessoas com indicação precisa para o seu uso".

O ministério indica que o protocolo foi feito "considerando a existência de diversos estudos e a larga experiência do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina" no tratamento dessas doenças. E diz que "não existe, até o momento, outro tratamento eficaz disponível para a covid-19".

A cloroquina é um remédio usado para o tratamento de doenças como lúpus e malária. O protocolo diz que "existem muitos medicamentos em teste, com muitos resultados sendo divulgados diariamente". "E vários destes medicamentos têm sido promissores em testes de laboratório e por observação clínica, mesmo com ainda muitos ensaios clínicos em análise".

"Contramão"

Segundo o médico Evaldo Stanislau, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, o protocolo seria uma "medida imposta na contramão das evidencias cientificas". "Temos evidências que demonstram que não só não há benefício como há risco", avalia.

"Não dá para gente usar essa droga agora. Não tem base científica. As sociedades brasileiras, todos os grandes e respeitados institutos científicos, com metodologia e baseados em estudos, evidenciaram que a hidroxicloroquina não traz benefício, mas risco", afirma Stanislau.

Com informações do site Uol

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