Não há nenhuma evidência que comprove a transmissão do novo coronavírus através de alimentos, segundo a Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority – EFSA).
A entidade avaliou o risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família que o coronavírus e concluiu que não houve transmissão por meio de alimentos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, o comportamento do coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família. Sendo assim, ele precisa de um hospedeiro, animal ou humano, para se multiplicar.
Outro fator que descarta a possibilidade é de que esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para o cozimento dos alimentos, que gira em torno de 70ºC.
Como acontece a transmissão
O crescimento da pandemia mostra que a transmissão tem ocorrido de pessoa a pessoa, através do contato próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, que é aquele por meio de superfícies e objetos contaminados, principalmente pela tosse e espirro de pessoas infectadas.
O fato é que dependendo da superfície, temperatura e umidade do ambiente, o vírus pode resistir por poucas horas ou vários dias. Por isso a higienização é fundamental para a eliminação do vírus.
Para evitar a transmissão os cuidados com a higiene devem ser redobrados, assim como cuidados básicos na manipulação de alimentos, que previnem também várias outras doenças.
Como deve ser realizada a higienização
A higienização dos alimentos e produtos alimentícios devem ser feitos sempre! Não apenas diante de uma pandemia como a do coronavírus, segundo a nutricionista Lydiane Rodrigues.
O ideal é lavar os vegetais, legumes e frutas com água sanitária, assim que voltar das compras. Lydiane explica como a mistura deve ser realizada:
A água sanitária deve ser diluída da seguinte forma:
1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água
Os alimentos devem passar por uma lavagem superficial, para retirada de sujeira visível, antes de serem colocados na mistura com água sanitária, em uma média de 10 a 15 minutos. Após isso, devem ser enxaguados em água corrente e guardados na geladeira.
A água sanitária eliminará os microrganismos presentes nos alimentos e seu uso é principalmente importante quando o mesmo for ingerido cru. Contudo, a nutricionista alerta que nem toda água sanitária encontrada nos supermercados são para este fim, por isso, é fundamental a leitura dos rótulos dos produtos, nos quais terão especificados se podem ou não serem usados para a higienização de alimentos.
Lydiane também ressalta que não existe comprovação científica de que vinagre possa substituir a água sanitária na eliminação de microrganismos vivos.
Uso do pano de prato
Outro vilão quando o assunto é higiene na cozinha pode ser o tão comum pano de prato. Segundo a nutricionista Lydiane Rodrigues, o principal problema é que o utensílio é muitas vezes usado para diferentes fins.
Desse modo, ela indica ter panos de pratos com cores diferentes, para facilitar a especificidade do uso. Exemplo: o pano verde para enxugar as vasilhas, o branco para as mãos, etc. Para as mãos, o ideal nesse momento, segundo Lydiane, é a utilização de papel toalha na cozinha e lavar constantemente as mãos com água e detergente.
Produtos dentro de embalagens
Como o vírus pode permanecer por algumas horas ou dias na superfície de objetos, ao chegar das compras, além da limpeza de legumes, frutas e hortaliças, alimentos que vêm dentro de embalagens também devem receber cuidados.
Os produtos e as superfícies que os mesmos forem depositados, devem ser lavados com bucha e sabão e desinfetados com álcool 70%, mais recomendado para essa função devido à secagem rápida, por ser mais volátil do que o álcool em gel.
Outra recomendação é o banho pessoal assim que chegar em casa.
Lydiane ainda alerta "Toda a família deve ser orientada, principalmente as crianças a higienizarem as mãos antes da alimentação". A limpeza deve ser feita nas palmas, no dorso, nos pulsos, nas pontas e entre os dedos, além de manter as unhas sempre cortadas e limpas e ao cozinhar retirar anéis e assessórios das mãos.
Contaminação cruzada
Muita gente não sabe, mas o simples fato de cortar um frango cru e depois utilizar a mesma faca, sem lavar, para picar uma alface, ou qualquer outro alimento que será consumido cru, pode ser um risco a saúde.
"Veja que, o frango vai ser cozido, procedimento importante para combater bactérias e vírus no alimento, já o alface, provavelmente, será consumido cru. Precisamos evitar essa contaminação cruzada, e isso é feito ao higienizar os alimentos e na atenção no preparo, tanto dos alimentos crus quanto dos alimentos que serão cozidos, para não serem utilizados os mesmo utensílios na preparação de ambos", explica Lydiane.