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Brasil vai demorar para sair da pandemia por desigualdade social, diz estudo da UFMG

Pesquisa aponta que países com grande desigualdade social, como o Brasil, estão entre os que têm maior índice de mortalidade por Covid-19 e também são os que mais tempo levam para ver a redução do contágio. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a partir de ferramentas de inteligência artificial.

O levantamento realizado em parceria com a Kunumi, organização dedicada ao desenvolvimento de tecnologias emergentes, indica quais variáveis levaram a uma piora ou melhora em taxas de mortalidade nos países afetados pela pandemia. Foram levantados mais de 200 indicadores de 211 países, extraídos de bancos de dados oficiais, como Datasus, IBGE e outros.

De acordo com Adriano, um dos pesquisadores e chefe do laboratório, o modelo antecipa em até 15 dias o aumento do número de mortes e os principais motivos, em cada país, que seriam os “culpados” por este fenômeno.

“A gente construiu um modelo e antecipa em até 15 dias quantos óbitos vão crescer. E, ao fazer isso, o objetivo é conseguir explicar por que a aceleração vai aumentar. A explicação vem na forma das ‘culpas’. No Brasil, o grande número de pessoas que vivem em favela e a desigualdade social são os fatores que levam a número grande de mortes”, explicou Adriano.

Já em países europeus, por exemplo, o grande número da população idosa, vivendo em asilos, seria o fator responsável pelo número de óbitos. "A Bélgica sofreu muito, se considerar que não tem população muito grande. A Holanda, a Suíça, também. O que a nossa ferramenta ofereceu de explicação é que o fator culpado é o número de asilos. Esses países têm muitos asilos. Os enfermeiros saíam do hospital, iam assintomáticos e levavam para os moradores do asilo", afirmou o pesquisador.

A proposta da ferramenta é, segundo ele, auxiliar o poder público a identificar o que está levando a pandemia expandir ou enfraquecer, de acordo com a situação de cada local. "A ferramenta pretende dar conta da complexidade para dar apoio aos gestores públicos do problema e todas as complexidades", disse Gabriella Seiller, executiva da Kunumi.

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