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CIÊNCIA

O incêndio que vem dos campos

Wandell Seixas | Especial para o DM
Luiz Humberto Guimarães, ou simplesmente Beto Guimarães, aprendeu desde muito cedo como seus pais na roça, a necessidade da preservação do meio ambiente e os segredos de se produzir bem. Avaliando na atualidade a grita de determinados setores, entre elas uma parte da mídia, de ongs a serviço de seus países, e sobretudo de tendências da esquerda, Beto fica na bronca. “Ao contrário do que muitos pensam, as queimadas prejudicam os produtores”, defende. E faz uma revelação surpreendente ao Diário da Manhã: - Quem mais provoca fogo em Goiás são os extratores de mel silvestre, na vida real. Mas, os grandes incendiários são elementos da esquerda por razões de ordem ideológica.
Beto Guimarães analisa a situação da Amazônia, que cada vez mais ocupa uma posição geopolítica estratégica. As razões são simples: a crescente escassez dos recursos naturais. Necessários para o crescimento mundial. A região amazônica dispõe da maior bacia de água, minerais, biodiversidade, sem igual no planeta. Há indícios fortes da presença de petróleo, sem falar em plantas medicinais em abundância, as madeiras nobres que desde a colonização pelos portugueses já abasteciam a nobreza da Europa, sobretudo da França. “As pancadas que o atual governo leva estão inseridas nesse processo articulado por questões ideológicas, deflagrada por movimentos tendenciosos de esquerda”, observa, concordando com a reação das entidades classistas rurais aos manifestantes de vê seus interesses contrariados.
Em sua opinião, os produtores são os principais interessados na manutenção das florestas, dos recursos hídricos e dos animais. “Combater o fogo em área rural é desumano”, ressalta Beto Guimarães, preocupado com o terrível calor, a inalação da fumaça, entre outros fatores que causam prejuízo à saúde. Beto já ocupou a presidência da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), da Emater e da Cooperativa dos Pecuaristas de Goiás. Hoje, Beto possui fazenda em Nova Crixás, situada na região norte e a 378 quilômetros de Goiânia.


Terras devolutas
Um dos problemas graves apontados por Beto Guimarães quanto a desmatamentos e queimadas é referente às terras devolutas. Ou terras públicas sem destinação pelo poder público. E que em nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. Em sua opinião, esses pseudos proprietários podem praticar irregularidades contra o Código Florestal e não sofrerem punição. “Por isso, é vital nos objetivos da preservação das florestas a regularização fundiária”, recomenda com a sua experiência, observando que “muitas vezes a justiça pune quem não merece”.
Sobre as queimadas e derrubadas no Brasil e na Amazônia Legal, Beto sustenta que os proprietários rurais estão bem informados. Sabem que existem satélites, inclusive de instituições como a da Nasa, que apontam fogos de incêndios e desmate em qualquer localidade. Há punição por parte dos órgãos oficiais, como o Ibama, que aplicam multas superiores ao  valor do próprio terreno. Ele concorda com a existência do ciclo das queimadas acentuadas numa época para ir gradativamente caindo nos anos seguintes.
 O clima seco e os campos de Cerrado contribuem para os incêndios provocados pela mão do homem, pelos raios e ainda pelos extratores de mel silvestre. Os meses de agosto e setembro costumam ser os piores meses do ano.
Segundo Beto Guimarães, os caminhões nas estradas costumam liberar pelo escapamento limares incandescentes que de encontro às margens encontram campo propício para provocação de queimadas. É o capim seco que nesta época pode disseminar o fogo e provocar incêndios de pequena ou de grande monta. A tendência é que o prejuízo seja grande, atingindo animais silvestres e domésticos. Pela sua vivência, nos campos dos Cerrados, comuns em Goiás, o capim se regenera, e os veados campeiros apreciam essa vegetação nova. O pecuarista assinala ainda que já foi vítima por três vezes da falta de manutenção das redes elétricas.


Provocações de incêndios
Beto Guimarães está seguro de que cada região brasileira apresenta suas complexidades quanto a desmatamento e queimadas. No meio rural, os produtores aprendem desde cedo a importância dos aceiros. Ou faixas ao longo das cercas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo. A finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando-se assim queimadas ou incêndios. A Emater em Goiás, por exemplo, já ministrou dias de campo ou orientou os criadores e agricultores sobre a construção conveniente de um aceiro.
O desmatamento ilegal e as queimadas ocupam o ranking brasileiro na região amazônica, ocupada praticamente por todos os Estados do Norte. O Brasil como um todo cai para terceiro lugar neste contexto. Os raios ocupam o segundo lugar. Eles não apenas provocam incêndios como matam gado que se juntam à sombra de uma copiosa árvore. Na região Centro-Oeste, especialmente em Goiás, os extratores de mel silvestre se utilizam do fogo para se proteger das eventuais picadas das abelhas. Ao atirarem o sistema de defesa fora, sem a intenção deliberada, provocam fogo nas florestas. Com isso, causam prejuízos de proporções ilimitadas.

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