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'Instinto salvou a minha vida', diz mulher que matou marido PM

Mulher que matou o marido a tiros disse que agiu por instinto em entrevista ao G1. O crime teria acontecido em São Vicente, litoral de São Paulo. A vítima era o policial militar aposentado Ademir Marques Pestana.

A mulher teria fugido após a morte do marido, mas, teria se apresentado aos policiais dias depois. De acordo com ela, alguns boletins de ocorrência teriam sido feitos contra Pestana por violência domestica, porém, ela permaneceu no relacionamento devido aos filhos pequenos e a esperança que ele iria mudar.

O caso segue sendo investigado pela Delegacia Sede de São Vicente. A mulher teria se apresentado na última segunda-feira (10), juntamente com seu advogado. A delegacia cumpriu o mandato de prisão temporária e a encaminhou à Cadeia Pública do Município. Entretanto, na quarta-feira (12), ela foi liberada e responderá o processo em liberdade.

Sobre o crime

O caso aconteceu na manhã de 4 de maio, no setor Japuí. A filha da mulher contou em depoimento que saiu de casa para comprar pão e deixou os dois discutindo. Ao retornar, ela encontrou a mãe gritando no quarto e apontando para Ademir, que estava baleado no chão. Segundo as autoridades, a mulher teria dito a filha que "não queria ter feito aquilo", acionou o socorro e fugiu.

"No dia dos fatos, discutimos, ele pegou a arma para me ameaçar e foi tudo muito rápido. Se eu te disser como consegui pegar a arma da mão dele, racionalmente, não consigo explicar. Ele já me ameaçou outras vezes, mas com martelo, faca, e dessa vez, com a arma, eu só pensei em me defender. Foi o instinto de salvar a minha vida. Me doeu, porque ele era o pai das minhas filhas, vivi muitos anos com ele. Foram dias muito difíceis para mim", conta

A mulher ainda informou que no momento da discussão, o marido teia apontado a arma contra ela, que no momento de instinto, tomou a arma dela com medo que ele a atingisse. Ela ainda disse que quando conseguiu tomar a arma do marido ele continuou vindo em cima dela, tentando recuperar o objeto. Segundo ela, o marido teria problemas com drogas, e que fugiu por não saber o que fazer no momento.

"Eu sabia que se ele pegasse a arma, era eu quem morreria. Eu só pensava em segurar a arma para ninguém se machucar. O primeiro tiro nem vi que o atingiu, porque ele continuou vindo para cima de mim. É duro você optar por viver e se defender, e ainda poder pagar por isso. Quando fugi, tinha a intenção de me apresentar, mas, ao mesmo tempo, o medo de deixar minha filhas", diz.

Fala do advogado

O advogado de defesa instruiu a esposa do PM a se apresentar na delegacia e contar sobre tudo que já passou no relacionamento. Para a defesa, a mulher agiu por medo e para se defender.

"Compareci com ela à delegacia. Anexamos todos os boletins já registrados por violência doméstica ao processo e acompanharei o andamento com o Ministério Público e a Justiça", diz.

"Minha primeira filha tem pais separados, eu sou filha de pais separados, e não queria que minhas filhas mais novas também tivessem esse destino. A gente estava há 13 anos juntos, e chega um ponto, infelizmente, que você se acostuma a sofrer, a viver em brigas. Isso está errado, mas eu sempre achava que ele iria mudar. Nesses 13 anos, já registrei oito boletins de ocorrência contra ele. Eu nem lembrava que havia tantas ocorrências, só tive essa noção quando puxaram todos os boletins na hora de anexar ao processo. Eu não acordava para o perigo em que eu estava, não acreditava que um dia o pior poderia acontecer comigo. Agora, só quero cuidar das minhas filhas", finaliza a mulher.

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