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Família consegue dinheiro para trazer o corpo de goiana que morreu na Bélgica

A família da goiana Cristianny Fernandes de Sousa, de 30 anos, que morreu em Bruxelas, na Bélgica, por conta de um câncer, conseguiu a autorização para que o estado pague parte do traslado do corpo até a cidade de Aragoiânia, onde ela deve ser enterrada. 

Cristianny chegou no país europeu em 2019 e durante algum tempo foi mantida em cárcere privado e foi estuprada, segundo os parentes. A outra parte do valor, será arcado entre parentes e ajuda de amigos.

A goiana faleceu no último dia 9 de maio. Estava em tratamento de um câncer no útero desde o ano passado. Em 2019, recebeu uma proposta de trabalho no país europeu na área de limpeza de um homem que havia conhecido pela internet. Cristianny sonhava em juntar dinheiro para dar uma melhor condição de vida para os filhos de 5 e 9 anos, que atualmente moram com a avó paterna na cidade de Guapó, região metropolitana de Goiânia.

O Gabinete de Assuntos Internacionais informou que, nesses casos,  o estado faz a cobertura financeira correspondente ao valor referente à cremação do cadáver no local do óbito e as despesas com o traslado das cinzas. Porém, é possível que a família complemente o valor restante caso deseje trazer o corpo para realizar o enterro, opção escolhida pelos parentes de Cristianny.

''A procuradora-geral do Estado deu um parecer falando que o estado deve fazer o pagamento do valor correspondente e encaminhar ao procurador que está cuidando do caso. Agora estamos apenas aguardando a finalização do parecer dele para fazer o pagamento à família'', explicou o secretário-chefe de Assuntos Internacionais, Giordano Sárvio Cavalcante de Souza.

A família de Cristianny aguardam o corpo há 17 dias espera que possa enterrar a goiana até a próxima semana. A parte que será completada pela família foi conseguida por meio de campanha na internet e doações.

Abuso sexual

A sobrinha de Cristianny contou que a tia se mudou para a Europa após promessa de trabalho que ela recebeu de um português que mora na Bélgica. A sobrinha conta que ele pagou as passagens dela até Bruxelas. Clea disse que ele a manteve em cárcere privado na casa dele.

''Ela chegou a relatar para a gente que havia sido estuprada pelo português que tinha feito a proposta de emprego. Ela disse que foram várias vezes'', relata a sobrinha.

Ainda de acordo com a família, Cristianny conseguiu fugir do cativeiro com o apoio de uma mulher e procurou a polícia, além de pedir ajuda para o Coletivo dos Brasileiros Sem Papeis da Bélgica, que a encaminhou para um hospital. A amiga contou ainda que ela teria sido mantida em cárcere por pelo menos dois dias.

''Ficou fechada por um dia. No outro dia ele a soltou, mas falou que não era para ela sair ou que se ela falasse alguma coisa a mataria. No primeiro estupro, ela disse que já ficou machucada, com muita dor e ele não quis medicá-la. No segundo dia, piorou bastante, foi quando uma moça a ajudou fugir'', contou.

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