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Volta às aulas: Covid-19 pode infectar quase 50% dos alunos, segundo pesquisa

Mesmo com o respeito a protocolos sanitários, a volta às aulas presenciais pode aumentar a disseminação do novo coronavírus dentro e fora das escolas.

Segundo simulação feita por um grupo de pesquisadores, em dois meses de retomada, entre 10% e 46% de alunos e funcionários poderiam ser infectados pela Covid-19. O alcance do contágio varia de acordo com as condições de cada unidade escolar.

O cálculo é feito pelos grupos de estudo Ação Covid-19 e Repu (Rede Escola Pública e Universidade).

"Fizemos uma simulação para 60 dias, acompanhando um indivíduo infectado dentro da escola, e como essa infecção se desenvolveria. E comparamos esse cenário para duas escolas: uma adensada, mais comprimida, e outra dispersa, com mais áreas externas, espaço e menos gente", explica Fernando Cássio, professor de políticas educacionais da UFABC e integrante da Repu.

Nos dois casos, foi considerada a volta de 35% do efetivo de alunos e professores. Os pesquisadores levam em conta o período de transmissão de uma pessoa infectada, e três principais momentos de interação entre as pessoas no ambiente escolar: na entrada da escola, na saída e nos recreios.

Os resultados das simulações para 60 dias letivos (ou 180 interações) chegaram a uma média de 46,35% das pessoas infectadas pelo vírus e de 0,30% de óbitos nas escolas mais "comprimidas". E uma média de 10,76% das pessoas infectadas pelo vírus e de 0,03% de óbitos nas escolas mais "dispersas".

"A dinâmica de infecção é muito mais pronunciada na escola comprimida. Mas o interessante é que esses dois primeiros cenários foram simulados considerando que as escolas seguiriam a maioria dos protocolos de higiene, segurança e distanciamento. E, mesmo assim, as dinâmicas de infecção não são desprezíveis. Elas existem mesmo nas escolas mais dispersas, dos bairros mais ricos", diz Cássio.

Máximo de alunos

Os pesquisadores simularam qual seria o máximo de alunos no espaço da escola para minimizar a dinâmica de infecção.

"Mas não dizemos que o recomendável é que se coloque um número "x". Não recomendamos abrir as escolas. Mesmo considerando esse cenário de abertura "segura", a quantidade de alunos que se colocaria na escola é tão pequena que é inviável do ponto de vista prático, pedagógico, de desigualdades educacionais", afirma Cássio.

*Com informações do Último Segundo

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