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Especialista explica como é reciclado os resíduos sólidos que poluem o planeta

Flávio Traldi

Estamos assistindo o desenrolar de dois fenômenos sociais: 1 – Expansão
Demográfica; 2 – Migração Rural-Urbana. E issso está ocorrendo no mundo
todo, variando apenas a intensidade e a velocidade.
Esse fato implica em elevação incremental de consumo de recursos diversos, notadamente alimentos, com consequennte elevação na demanda por energia e por água. Esse processo pressiona cada vez mais a sustentabilidade do Planeta (aos interessados, pesquisar “pegada ecológica” e “hectare global”), isso em seus tres aspectos: social, ambiental e econômico. Como efeito direto tem-se a produção incremental de Resíduos. Frente a essa questão seríssima colocada para as diversas sociedades ao redor do mundo algumas atitudes estão sendo tomadas (ou deveriam estar sendo). Por um lado assisti-se às Atitudes Reativas, onde indivíduos,
instituiçoes, empresas e governos se esforçam para: Neutralizar Efeitos; Mitigar Efeitos; Contornar Efeitos; Compensar Efeitos. É importante que seja feito, mas não é suficiente.
Urge que indivíduos, instituiçoes, empresas e governos passem a adotar a
Proatividade, antecipando-se aos fatos, procurando de forma criativa
transformar a Ação Antrópica Negativa em Ação Antrópica Positiva. Não dá
para esperar que a Natureza faça a recomposição das condições naturais de
per si. O Ser humano “estragou” e o prório ser humano é que pode reunir as condições de recuperação dos estragos.
Há uma variedade infinita de recursos buscados e, portanto, também há uma enorme variedade de Resíduos Sólidos gerados. Vamos nos ater aqui, nesse momento, aos mais significativos: vidro, plástico, papel, alumínio, pneus, resíduos de construção e eletrônico

VIDRO – estamos falando de garrafas, potes de conservas, frascos em geral, copos; também vidros planos (vidros de janelas) espelhos, vidros temperados, refratários (pirex), cristais, lâmpadas, vidros especiais (tampa de forno e micro- ondas), ampolas de remédios. Em 2018, no Brasil, 450.000 toneladas de vidro plano foram produzidos. As oportunidades são imensas, pois o vidro tem ciclo
infinito, ou seja, pode ser permanentemente reciclado.

LATAS - Para reciclar uma tonelada de latas gasta-se 5% da energia necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário. Isso significa que cada latinha reciclada economiza energia elétrica equivalente ao consumo de um aparelho de TV durante três horas Brasil é campeão mundial na reciclagem de latas de alumínio.

PNEUS – Pneus reciclados geram Fibras, Borracha e Metal e podem se tornar combustível alternativo para fornos da indústria de cimento; há técnicas de reciclagem que fazem dos pneus usados insumos para pisos de quadras esportivas, tapetes de automóveis, solas de sapato, asfalto, etc. A produção brasileira de pneus foi de 68 milhões de pneus (2 milhões foram importados)
No Brasil, pelo menos 450 mil toneladas de pneus são descartados por ano. Isso equivale a cerca de 90 milhões de unidades utilizadas em carros de passeio.

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO – Quando o assunto é reciclagem de resíduos da construção civil, o Brasil ainda tem muito que melhorar: cerca de 21% do entulho produzido no país é reciclado, quando praticamente todo eele poderia ser reutilizado. Um CASE de sucesso é a cidade de Jundiaí – SP que desde 2013 recicla 100% do resíduo produzido em obras feitas ali – algo em torno de 15.000 toneladas por mês. Goiânia deve estar produzindo cerca de 60.000 ton/mês de Resíduos de construção Civil. A Grande Goiânia deve estar produzindo perto de 90.000 ton/mês.

PLÁSTICO – o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo (atrás de EUA, China e India) e recicla apenas 1%, ou seja, 145.043 toneladas/ano. O Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano. Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana. É muito pouco e isso representa uma enorme oportunidade, pois em Goiás são produzidas 7.200 toneladas de lixo plástico/semana.

PAPEL – o papel pode ser reciclado e ser transformado em papel higiênico,
guardanapos, toalhas de rosto, papéis de embrulho, sacolas, embalagens para ovos, papelões, papel jornal, papel de impressão, cadernos, livros, materiais de escritório, etc. A produção brasileira de celulose em 2017 atingiu o volume de 19,5 milhões de toneladas. No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para reciclagem. Destes, 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.

ALUMÍNIO – O consumo de alumínio em 2018 foi de 1,383 milhão de
toneladas, segundo a Associação Brasileira do Alumínio – Abal. O consumo de alumínio no Brasil em 2018 apresentou crescimento de 10% em relação a ser reutilizado.

ELETRÔNICOS – Atualmente é possível extrair 1 grama de ouro com a
reciclagem de 38 a 41 smartphones. Haja potencial…
Como se pode deduzir, as oportunidades são imensas e se constituem um
desafio ao emresariado. Porém, nada “cai do céu”…

O caminho para se iniciar um processo interessante, que se converta em um ciclo auspicioso, com certeza passa por um Processo Educacional que forme Massa Crítica que, por sua vez, permita um terreno fértil onde vicejarão boas idéias e brotarão excelentes iniciativas.
Tal Processo Educacional com certeza deverá incluir crianças e jovens, corpo doscente, dirigentes públicos e privados, empresários, governantes, bem como lideranças de toda ordem.

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