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Meta afirma que errou ao não remover vídeos de ato golpista em Brasília

A empresa não cumpriu suas próprias regras ao permitir a permanência de vídeos que incitavam a invasão e ataques a Brasília

Imagem ilustrativa da imagem Meta afirma que errou ao não remover vídeos de ato golpista em Brasília

O Conselho de Supervisão da Meta (Oversight Board) divulgou uma decisão nesta quinta-feira (22), afirmando que a plataforma cometeu um erro ao não remover vídeos que incitavam a invasão e ataques a Brasília, além de não ter cumprido suas próprias regras de proibição de incitação à violência.

O conselho, responsável por analisar decisões sobre moderação de conteúdo no Facebook e Instagram, destacou que a Meta não fez o suficiente para combater o abuso potencial de suas plataformas por meio de campanhas coordenadas, como as que ocorreram no Brasil. As informações são da Folha de São Paulo.

O vídeo em questão foi postado no Facebook em 3 de janeiro e convocava as pessoas a "sitiarem" o Congresso como uma "última alternativa" após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O conselho considerou que o vídeo apresentava um discurso incitando as pessoas a irem às ruas, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, acompanhado de imagens de um incêndio na Praça dos Três Poderes com a legenda "Venha para Brasília! Vamos sitiar os três poderes". O conteúdo foi visualizado mais de 18 mil vezes e também questionava o sistema eleitoral.

Apesar de usuários terem denunciado o conteúdo por violar as regras da plataforma, o vídeo não foi removido após ser analisado por moderadores. Somente após os ataques em Brasília, ocorridos em 8 de janeiro, a Meta declarou que a invasão era um "evento violatório" e passou a remover conteúdos que apoiassem ou elogiassem tais ações. A empresa admitiu que suas decisões de manter o conteúdo online foram um erro e só removeu o vídeo em 20 de janeiro, mais de duas semanas após ter sido postado.

A falta de transparência da empresa também foi apontada pelo conselho. Quando solicitadas informações sobre o conteúdo eleitoral na plataforma, a Meta afirmou não ter dados sobre a prevalência dessas postagens. Diante disso, o conselho recomendou que a empresa desenvolva ferramentas que permitam medir a eficiência de seus esforços de integridade eleitoral e divulgar essas avaliações ao público, a fim de evitar que suas plataformas sejam utilizadas para promover violência política. Além disso, sugeriu que a Meta inclua o período pós-eleitoral em seus esforços para proteger a transição pacífica do poder.

A Meta esclareceu ao conselho que os moderadores responsáveis por não removerem o vídeo estavam baseados na Europa, mas eram fluentes em português e possuíam conhecimento cultural para analisar o conteúdo brasileiro. A empresa também admitiu que muitos moderadores não assistem à íntegra dos vídeos e atribuiu a interpretação errônea do conteúdo neutro à falta de pontuação nas frases do vídeo.

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